sábado, 10 de novembro de 2012

DAR GRAÇAS... DOAR A VIDA... EIS NOSSA VOCAÇÃO E NOSSA SALVAÇÃO!



Esta é a resposta que damos, em diálogo com quem preside, no início da Oração Eucarística. É o anúncio de tudo o que faremos a seguir, começando com o prefácio. Na fé do Ressuscitado, presente no meio de nós, com nosso coração orientado para o alto, damos graças ao Senhor nosso Deus! O convite é dirigido a cada pessoa presente para unir-se de coração à ação de graças que a comunidade, corpo do Senhor, animada pelo Espírito vai fazer carinhosa e publicamente a Deus Pai, com Jesus. É nossa vocação fundamental dar graças, reconhecendo que toda nossa vida é DOM, é GRAÇA, é presente gratuito de Deus, sempre fiel à aliança e, reconhecendo ao mesmo tempo, nossa constante infidelidade.

É nossa salvação fazer desta vida um dom, uma doação generosa aos irmãos, amando até o fim como fez Jesus.

Dar graças, entregando a vida com Cristo ao Pai. É o que realizamos na grande e solene prece de aliança que é a Oração Eucarística, enraizada nas bênçãos judaicas, particularmente nas bênçãos de alimentos. Toda refeição judaica e, em particular a ceia pascal, começa sempre por uma ação de graças, uma bênção (bendição), seguida de súplica para que Deus continue sendo pródigo com seu povo.

Dar graças e bendizer são dois verbos sinônimos que guardam o mesmo significado e indicam o que os judeus chamam (no hebraico) a berâkâh e que o Novo Testamento chama de Eucaristia: no grego: eucharistein (eu = bom, bem; charis = graça, dom, favor) quer dizer “quanto é belo, quanto é bom o presente que ofereces!”

Em que consiste esta ação de graças que é toda a Oração Eucarística?

Consiste em juntos lembrar, agradecer, adorando ao Pai pelas maravilhas que fez por nós na pessoa de Jesus, seu Filho amado, principalmente pelo mistério de sua morte e ressurreição. Confiados nesta ação maravilhosa do Senhor, suplicamos que o Pai envie seu Espírito para transubstanciar o pão e o vinho no corpo sacramental de Jesus e transformar a nós, comungantes, no corpo eclesial do Ressuscitado.

Jesus na última Ceia tomou em suas mãos o pão e o vinho e deu graças primeiro. Depois entregou-os para serem comidos e bebidos. Esta sequência nos apresenta um dado importante da espiritualidade judaica,calcada na Aliança, que foi assumida por Jesus e pelas comunidades cristãs. Bendizer e depois comer. Agradecemos e depois comungamos. O pão que comemos e o vinho que bebemos é o pão e o cálice da Bênção, da ação de graças. (cf. 1Cor 10,16-18).

Por ser pouco compreendida, a Oração Eucarística é feita, muitas vezes, com pressa, sem convicção, sem alegria, não suscita gratidão... Por isso, ainda é comum, pessoas acharem que o momento mais apropriado de agradecer a Deus na Missa é só após a comunhão.

Fonte: CNBB: Liturgia em Mutirão - Maria de Lourdes Zavarez

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