domingo, 1 de janeiro de 2012

Maria, mãe de Jesus, mãe de Deus

Irmãos e irmãs,
Neste Santo Domingo, vivenciando o Tempo do Natal, celebramos o dia em que Jesus recebeu o nome de Salvador, contemplamos a figura de Maria, que participou do mistério da vinda do Salvador, Jesus Cristo, nascido de Deus. Também neste dia, sob o olhar e a bênção do Senhor, iniciamos um ano novo com a esperança de uma vida melhor para todos.

Na primeira leitura, sublinha-se a dimensão da presença contínua de Deus em nossa história e caminhada, recorda-nos que a sua bênção nos proporciona a vida em plenitude. A benção de Deus renova e atualiza a aliança, relembrando as promessas, que tudo é dom do amor de Deus e que o Deus da aliança está ao lado do seu Povo em cada dia do ano, oferecendo-lhe a vida plena e em abundância. Isso, contudo, não acontece sem o esforço, organização e mobilização dos marginalizados e oprimidos de nossa história, pois, a bênção de Deus é eficaz quando as pessoas lutam para construir um mundo novo, que passemos do deserto à Terra Prometida.

Na segunda leitura, Paulo evoca, o amor de Deus, que enviou o seu Filho ao encontro da humanidade para libertar-nos da escravidão da Lei e para tornar-nos seus filhos. Assim, quando o seguidor do Ressuscitado fizer a experiência com o Espírito Santo, posto que, somente quem faz a experiência com o Espírito é que pode ser verdadeiramente herdeiro/herdeira de Deus.
Os gálatas foram tentados a abandonar a maioridade da fé e da liberdade, jogando fora a herança do Reino, para voltar à escravidão. Então, perguntamos: Quais são as formas de escravidão que ainda existem em nosso meio? Como libertar-nos delas ao longo deste ano? Quais as exigências do ser cristão? Como e o que fazer para não perdermos nossa identidade?
Paulo recorda-nos algo de fundamental importância para a nossa caminhada: Cristo veio a este mundo para libertar-nos de uma religião de ritos sem sentidos, de forma a partilharmos a vida de Deus em nossas vidas. Esta situação permite-nos chamar Deus de “abbá”, com absoluta confiança e amor sem limites. Pela ação de Cristo, passamos a relacionar com Deus como filhos e filhas livres e amados.

No Evangelho, Lucas revela-nos a chegada do Deus libertador, que se tornou realidade plena através de Jesus, centro do projeto de salvação, que se materializou em nosso meio. A boa nova em Jesus provoca alegria e a notícia de sua chegada é dada aos pastores, classe considerada indigna, marginalizada. Assim, a proposta de Jesus destina-se, de forma singular, aos pobres e marginalizados, há um chamado para que eles façam parte da família de Deus. Dessa forma, ao escutarem a boa nova do nascimento do Cristo libertador, os pastores saem apressadamente ao encontro do menino Jesus, acolhendo-o de coração, reconhecendo-o como único Salvador, é d’Ele que emerge a libertação dos oprimidos. Nós também, em maior ou menor grau, nos identificamos com os pastores. E Jesus é solidário com eles e conosco, confiando-nos o anúncio da Boa-Notícia, Evangelho de vida e salvação. Como encarnar o projeto de Deus em nossa comunidade ao longo deste ano?
Diante deste encontro com Jesus, os pastores glorificam e louvam a Deus, alegres pela libertação que se converte em ação de graças e testemunho de Deus-Pai, pois, quem faz a experiência do encontro com Deus é impelido a dar testemunho, a fim de que os irmãos e irmãos de caminhada participem da mesma experiência gratificante de fé.
Neste cenário, atentemos para Maria, a mulher que proporcionou o nosso encontro com Jesus, sensível aos projetos de Deus, que lendo sinais na história, acolhe a proposta de Deus no coração, colaborando com Deus na concretização do projeto divino de salvação para o mundo. Maria “conservava todas estas palavras, meditando-as no seu coração”. É a atitude de quem é capaz de inundar-se pela presença e ação do Deus libertador, com o amor que Ele manifesta nos seus gestos em favor dos homens; com sensibilidade para observar, meditar e entender os sinais de Deus, com sabedoria da fé para saber lê-los à luz do plano de Deus. Maria que interioriza e aprofunda os acontecimentos, complementa a atitude missionária dos pastores, que proclamam a ação salvadora de Deus, manifestada no nascimento do menino Jesus.
Neste Santo dia, somos chamados a louvar a Deus pelo seu amor e a testemunhar o desígnio libertador de Deus no meio dos homens; celebrando a Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus, contemplando Maria, aquela mulher que, com o seu “sim” ao projeto de Deus, nos ofereceu Jesus, o nosso libertador. Celebramos ainda, o primeiro dia do ano civil, início de uma caminhada percorrida de mãos dadas com esse Deus que nos ama, que em cada dia nos cumula da sua bênção e nos oferece a vida em plenitude.
Nesta festa da Maternidade Divina de Maria, iniciamos o ano sob o olhar de Maria, revelando-nos que Jesus Homem é o Filho eterno do Pai, alimento da Igreja, segunda pessoa da Santíssima Trindade. Ele é Deus. Por isso temos que chamar Maria, a mãe de Jesus, de Mãe de Deus. Assim seja! Amém.

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