quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Profissão de Fé: resposta do povo celebrante à proposta de Deus!



Na origem, o Credo foi uma profissão de fé individual, destinada à liturgia do batismo, como ainda hoje é o Símbolo dos Apóstolos. Só bem mais tarde, a profissão de fé foi introduzida, com certa resistência, na celebração eucarística.
E isto, provavelmente, porque a oração eucarística começou a ser proclamada em voz baixa pelo presidente da assembléia. Não se percebeu mais que a própria oração eucarística constitui uma profissão de fé trinitária, ação simbólicoritual, selando uma aliança. Sentiu-se, então, a necessidade de uma afirmação solene, por parte do povo, das verdades da fé: criação, redenção e santificação...
Assim, diz a Instrução Geral sobre o Missal Romano: “O símbolo ou profissão de fé tem por objetivo levar o povo a dar sua resposta de adesão à Palavra de Deus ouvida nas leituras e na homilia, bem como recordar-lhe a regra de fé antes de começar a celebrar a Eucaristia” (IGMR, 43).
Trata-se de um rito em que a assembleia, de pé, renova o compromisso de pautar sua vida na Palavra do Senhor, aguardando a plena realização de seu Reino. O Credo é a “fé de nossos pais” que “ainda vive” e pela qual tantos deram a vida! Ele nos capacita a entrar no ministério intercessor dos santos pela “oração dos fiéis”. Portanto, não deve ser reduzida à simples recitação de uma oração decorada.
A forma mais comum de profissão de fé é o chamado Símbolo Niceno: Creio em um só Deus... O Símbolo dos Apóstolos: o Creio em Deus Pai... mais bíblico, mais próximo do querigma original (querigma = anúncio pascal), encontrado em textos do Novo Testamento, como At 2,22-23; 3,13-17; 10,39-40... é rezado na liturgia batismal e nas devoções populares, inclusive no início do terço.
A profissão de fé, realizada aos domingos e solenidades, é ação de todo o povo, ao qual se une o presidente. Quando cantada deve ser feita por todo o povo, seja por inteira, seja alternadamente (cf. IGMR n. 44). Em algumas ocasiões é possível também retomar a forma dialogal prevista para a celebração do batismo ou a Vigília pascal, seguida da bênção e aspersão com água, ou mesmo, ser substituída por uma profissão de fé mais relacionada com o mistério do dia.
Na dinâmica da aliança, como herdamos do povo da Bíblia, permanece a liturgia eucarística como a ritualização mais completa de nossa adesão à Palavra, a profissão mais importante de nossa fé, resposta comunitária à proposta de Deus realizada em Jesus, no mistério de sua Páscoa e acontecendo, no hoje, da comunidade reunida.
Maria de Lourdes Zavarez - Fonte: CNBB - www.cnbb.org.br


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