Jesus: caminho do amor e vida

Irmãos e irmãs,
Neste Santo Domingo, celebramos a festa da vida em comunidade, Jesus nos convida a seguir com ele nosso caminho, carregando nossa cruz, e sendo generosos na acolhida. Acolhendo o irmão necessitado é acolher o próprio Cristo.

Queridos irmãos e irmãs,
A leitura dos Reis mostra que encontramos a vida acolhendo os que defendem o direito dos pobres, como a mulher que hospedou Eliseu em sua casa. A mulher era rica, mas fazia questão de viver no meio do povo simples, comprometidos com a causa dos pobres e marginalizados, não aderindo aos poderosos em seus projetos.
Assim, Deus faz a vida renascer para essa mulher. E o profeta, mais uma vez, é o portador da boa nova, da vida plena, em abundância. É o reconhecimento de que Eliseu é um “homem de Deus”, através de quem Deus age no mundo. Ajudando Eliseu, a mulher mostra a sua adesão a Deus e manifesta a sua disponibilidade para colaborar com Deus no projeto de salvação que Deus tem para o mundo e para os homens. Em resposta à generosidade da mulher, Eliseu anuncia-lhe o nascimento de um filho. A promessa tem um valor especial, dada a quase impossibilidade de ter filhos que pesava sobre o casal.
É preciso dialogar com as comunidades para abertura para o acolhimento aos pobres, colaborar com Deus na realização do plano de salvação/libertação que ele tem para os homens, fonte de vida e de bênção.

Estimados irmãos e irmãs,
Paulo revela-nos que pela fé e o batismo, o cristão participa da vida de Jesus. Assim, rompe com as injustiças e ressurge para uma vida nova, sua vida se transforma para construir uma nova sociedade, que promova a justiça e garanta vida para todos.
O Batismo inaugura em nós, uma ruptura com os sinais de morte para uma vida nova que gera uma sociedade justa, fraterna e igualitária. Ser batizado é sepultar o pecado e ressuscitar para uma dinâmica de vida nova, de onde o pecado está – tem de estar – ausente.
A vida de Cristo foi vivida no amor, na partilha, no dom total de si a Deus e aos homens. A cruz redime-nos do pecado, do fechamento em nós mesmos. A ressurreição mostra a vida nova que brota da fé em Cristo
Assim, os cristãos, pelo batismo, vivem em Cristo, fazem parte do Corpo de Cristo e passam a receber de Cristo a vida que os alimenta, dom de amor, de entrega, de serviço que conduz à ressurreição, à vida definitiva.

Amados irmãos e irmãs,
Mateus apresenta-nos Jesus ressaltando que a opção pelo Reino da Justiça, a provoca cortes profundos nas relações, os discípulos, porém, devem permanecer firmes no compromisso com Jesus, seguindo-o sempre. Nem os lações familiares, tampouco as ameaças a própria vida, pode impedir o anúncio e o testemunho da justiça do Reino.
Há pessoas que são chamadas por Deus a deixar a terra, a família, os pontos de referência culturais e sociais, a fim de dedicar a sua vida ao anúncio da Palavra. É nossa responsabilidade ajudá-los, não apenas com meios materiais, mas também com compreensão, com solidariedade, com amor.
Jesus mostra que não é simples se solidarizar com os profetas, justos e pequenos. Mas é a única forma para encontrar a vida. Assim, Jesus se identifica os pequeninos, discípulos que ainda não integram de forma plena a comunidade, pois estão em processo de amadurecimento da sua opção e levam a todos os povos a sua palavra e ação, são os escolhidos e enviados para a missão. Sugere que a missão dos discípulos é anunciar Jesus e continuar a percorrer o caminho de Jesus – mesmo que esse caminho leve ao dom total da vida. Nesse sentido, destaca um conjunto de valores e atitudes que devem orientar a ação dos missionários cristãos.

Irmãos e irmãos em Cristo,
O seguimento de Jesus não é um caminho fácil, rodeado por aplausos e encorajamentos. Mas é um caminho radical, que obriga, muitas vezes, a rupturas e a opções exigentes. Se a alternativa for escolher entre Jesus e a própria família, a escolha do discípulo deve recair sempre em Jesus. O discípulo tem necessariamente que cortar relações com a própria família para seguir Jesus? Não. No entanto, não pode deixar que a família ou afetos o impeçam de responder, com coerência e radicalidade, ao desafio do Reino.
A escolha do discípulo deve ser tomar a cruz e seguir Jesus, fazer da vida um dom total a Deus e aos homens. Escolher Jesus e segui-lo até à cruz é um caminho de vida. Pois, quando o homem está muito preocupado em proteger suas seguranças humanas, acaba por perder a vida verdadeira; mas, quando o homem aceita viver na obediência aos projetos de Deus e fazer da sua vida um dom de amor aos irmãos, encontra a vida definitiva.
A tarefa de anunciar o Evangelho pertence a todos os membros da comunidade cristã; e esses missionários que testemunham a Boa Nova e que entregam a vida ao serviço do Reino devem ser acolhidos com entusiasmo, com generosidade e amor. O discípulo tem de ser capaz de fazer de Jesus a sua opção fundamental e seguir o seu mestre no caminho do amor e da entrega da vida. Assim seja! Amém.