sábado, 23 de abril de 2011

Páscoa: Este é o dia que o Senhor fez para nós...




Irmãos e irmãs,
Ressoa e ecoa o anúncio pascal: “O Senhor ressuscitou, a morte não tem mais poder sobre ele”. Junto com as santas mulheres, a comunidade acorre ao túmulo vazio e se torna testemunha desta realidade. Celebramos a Páscoa de Jesus que se manifesta em esperança e a vida nova no dia a dia de nossa caminhada comunitária.

Queridos irmãos e irmãs,
Nos atos dos apóstolos Pedro dá testemunho do caminho percorrido pelo mestre Jesus. Ungido pelo Espírito proclama a boa nova, busca com sua ação messiânica vida nova para todas as pessoas, fazendo o bem, promove o amor e a paz nas relações entre as pessoas. Sobretudo, Jesus, a nova aliança, faz opção preferencial pelos pobres e marginalizados, inaugura assim, um novo tempo, que todos tenham vida plena em Cristo Jesus.
Assim, ser cristão é fazer o que Jesus fez. Nesse sentido, a fé em Cristo ressuscitado suscita o testemunho de todo batizado e daquele que come do pão vivo descido do céu: Jesus.

Caríssimos irmãos e irmãs,
Paulo revela-nos que morrendo em Cristo, ressuscitaremos em Cristo. Somos convocados a esquecer as coisas terrenas e aspirar as celestiais, esforçando-nos e perseverando para alcançar as coisas do alto, onde está Cristo.
Com isso, percebemos que o cristão vive na tensão entre o já pertencer a Cristo e o ainda não estar com Ele definitivamente. Então, nasce à práxis para um mundo melhor, para assim encontrarmos Cristo revestido de glória.

Estimados irmãos e irmãs,
No Evangelho, João mostra-nos como no salmo: “este é o dia que o Senhor fez para nós”. Assim o relato de João afirma que no Domingo bem cedo, quando ainda estava escuro, Maria Madalena foi até o túmulo e viu que a pedra havia sido removida. Então, foi correndo onde estavam Simão Pedro e outro discípulo, aquele que Jesus amava, e contou a eles o que vira. Pedro e o outro discípulo saíram correndo juntos, o outro correu mais depressa do que Pedro e chegou primeiro ao túmulo. Ele se abaixou olhou lá dentro, viu os lençóis de linho. Mas não entrou no túmulo. Pedro chegou logo depois, entrou. Ele viu os lençóis colocados ali e a faixa que tinham posto em volta da cabeça de Jesus. A faixa não estava junto com os lençóis, mas enrolada ao lado. Aí o outro discípulo, que havia chegado primeiro, entrou no túmulo. Ele viu e creu.
Esta cena faz questionarmos: O que significa ser Discípulo Amado em nossos dias? Como testemunhar a ressurreição de Cristo em meio a uma sociedade marcada por sinais de morte e opressão?

Amados irmãos e irmãs,
Celebramos a festa litúrgica mais importante do ano: Jesus ressuscitou vencendo a morte. O outro discípulo, primeiro a chegar não entra no túmulo antes que Pedro, porque já o respeitava pela escolha de Jesus: Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja. Assim, Pedro viu e não aconteceu nada. O outro discípulo viu e creu. Creu que Jesus havia ressuscitado de acordo com as Escrituras e que o próprio Jesus os havia antecipado tantas vezes. Concluem que Jesus é o Filho de Deus e tinha que sofrer morte de cruz para que se cumprisse tudo o que se havia dito dele e, que ressuscitaria depois de três dias, de acordo com as Escrituras.
A palavra alegria marca o sentido da Páscoa. A Páscoa indica um novo tempo, a passagem das trevas para a luz, para uma nova aurora. No seu verdadeiro sentido, tira do comodismo e leva-nos a avançar nos compromissos de fé. Tem-se novo sentido, nova esperança e revigoramento na história de vida fundamentada na ressurreição de Jesus Cristo.
Como aconteceu com os apóstolos, hoje muitos têm dificuldade de entender a morte de Cristo, têm resistência em aderir a Ele, morto e ressuscitado, com convicção de fé. Realmente não é fácil, porque a fé supõe autenticidade e testemunho.
A dimensão da Páscoa é ilimitada. A salvação é para todos os povos, mesmo que isto não seja reconhecido universalmente. Deus não faz distinção ou acepção de pessoas. Todos aqueles que o temem e praticam a justiça lhe são agradáveis e acolhidos.
A vida ressuscitada deve ser coerente com a fé e o cumprimento dos preceitos de Jesus Cristo. É a morte dos maus comportamentos e das práticas religiosas que contradizem a fé cristã. O amor gera a fé na ressurreição de Cristo. Comunidade sem fé não é comunidade cristã. Portanto, nossas comunidades são convidadas a celebrar da melhor maneira possível os 50 dias de alegria pascal, continuar proclamando os ideais propostos pela Campanha da Fraternidade 2011 – “Fraternidade e Vida no Planeta” e fazer de todos os domingos do ano, celebração da ressurreição.
Páscoa é vida e ação concreta. Assim nossa identidade pascal é superada nas barreiras que separam as pessoas, fragilizando o empenho missionário na prática de comunidade, sendo confirmada nas atitudes de partilha, experiência de fé e crescimento do amor fraterno.
Celebrar a Páscoa é deixar-se invadir pelo amor misericordioso e libertador de Cristo, despertando nosso entusiasmo e confiança na vida. Com a Páscoa, a vida ganha plenitude e dimensão de eternidade. Alegra-te povo de Deus, Nosso Salvador vive, e conosco vem estar a cada dia, caminha conosco, renasçamos na luz do Salvador.
Na alegria desta celebração, que o Pai que transforme nossos corações com a força do Espírito Santo de amor, para que se integrem a esta festa da vida, fazendo saltar de alegria nossos corações, pois, “Este é o dia que o Senhor fez para nós: alegremo-nos e nele exultemos!". Reafirmamos nosso compromisso com a verdade, Jesus. Jesus Ressuscitou! Assim seja! Amém.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Palavra em mim agradece, pois seu comentário é muito importante para a nossa caminhada dialógica.
Obrigado!