quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Aprendendo com e ao longo da vida


A educação é um lento processo de aprender o que é significativo para a vida, de aprender a tornar-se cada vez mais livre, mais independente de tudo o que nos foi imposto, trazido de fora.
A educação é aprender a discernir, escolher o que vale a pena entre tantas informações, emoções e valores que nos transmitiram.
A educação é um processo contraditório de libertação, de fazer nossas escolhas conscientes, de viver nossa vida e não a dos outros, de evoluir na direção de uma maior autonomia e realização.
A educação é um processo complexo, rico, tenso de tornar a vida importante, de achar o lugar, as atividades, as pessoas significativas.
O maior desafio que temos é aprender a transformar-nos em pessoas cada vez mais humanas, sensíveis, afetivas e realizadas. De nada adianta, saber muito, se não o aplicamos nas nossas vidas.
A educação, sem dúvida, tem uma dimensão claramente social, de aprender com a experiência dos outros, de saber conviver com as diferenças, de contribuir para melhorar a sociedade em que nos encontramos. Mas possui também uma dimensão: a do desenvolvimento pessoal integrado, constante e transformador. A educação pessoal acontece ao longo de nossa vida, no desafio maravilhoso de crescer, de evoluir mais em todas as áreas, de tornar-nos pessoas mais livres, de aprender a conviver com nossas dificuldades, de aprender a conviver com as pessoas, com os animais, com o planeta, com o universo.
A educação é eficaz quando consegue que cada um de nós se sinta motivado internamente a querer conhecer mais e a procurar mudar o seu comportamento, as atitudes e os valores ao longo da vida.
Aprendemos pouco, quando só focamos o lado profissional, quando só queremos aprender para ganhar mais dinheiro. Aprendemos pouco quando nos acomodamos e não acreditamos que possamos evoluir mais. Aprendemos pouco quando mostramos uma face externa para os outros que não corresponde ao que intimamente percebemos; aprendemos pouco quando não acreditamos que valha a pena perseverar no processo de crescer sempre, de entender melhor, de aceitar-se, de tentar as mudanças possíveis.
A educação é eficaz quando nos ajuda a enfrentar as crises, as etapas de incerteza, de decepção, de fracasso em qualquer área e nos ajuda a encontrar forças para avançar e achar novos caminhos de realização.
A educação é eficaz a longo prazo, no “Enade” da vida, quando, em determinados períodos, olhamos para trás e avaliamos o que construímos, onde avançamos, onde nos perdemos; e quando olhamos para o presente e analisamos se continuamos aprendendo, se nos sentimos pessoas mais amadurecidas emocionalmente, intelectualmente, eticamente.
O desafio mais interessante da nossa vida é transformá-la em um processo contínuo de aprendizagem, de evolução e de realização – no meio de contradições; um processo cada vez mais pleno, autêntico, rico e profundo.
José Manuel Moran

Um comentário:

  1. Ei Joel....tudo bem? Tava ki vendo se achava um texto de reflexão sobre estudo para falar com os estudantes antes da A.H.C., mas nao achei, se vc tiver um, e poder trazer para que possamos motivar os meninos antes da colocação em comum seria interessante não acha? Mas em contrapartida achei um trecho legal de um sobre mudança, e resolvi te enviar, para que avalie, quem sabe não é interessante postá-lo no seu blog???

    Sentir-se incompetente - O velho e o novo

    (Madalena Freire)


    Uma descoberta que gera muita angústia, muita ansiedade, é perceber-se incompetente diante do novo.
    Mas acredito que essa descoberta está dentro de um processo mais geral, que na verdade, é o início de assumir o novo em nós. Ela é uma descoberta essencial desse processo do conhecimento. É o motor que aciona em nós a procura do saber mais, instrumentalizar-se mais dentro da nossa prática pedagógica.
    Mas é preciso também, vivê-la com mais paciência. Não quero dizer com isso que se abafe a ansiedade. Mas que se entenda que a ansiedade faz parte - tem seu lado sadio – desse processo. Mas é preciso vivê-la sem desespero. Uma ansiedade compulsiva não gera crescimento nem para nós, nem para os outros, simplesmente ela nos SUFOCA
    A diferença entre uma pessoa acelerada (que não vive e nem vê o seu próprio limite e que gera compulsão) e a pessoa dinâmica é que esta última respeita os seus próprios limites, escuta a si mesmo, refletindo a sua prática.
    Acredito que o motor, a causa dessa ansiedade é o choque entre o velho e o novo dentro de nós que existe sempre, que é crucial dentro desse processo de crescimento. Sem o velho não se constrói o novo.
    Jogar fora o velho para ficar só com o novo, é tentar resolver falsamente esta ansiedade. È não se assumir integralmente. Mas também há um momento em que nos estruturamos para romper o velho.
    É nesse momento de rompimento, que ao assumir o novo faz com que surjam perguntas reflexivas:
    - O que não quero mais (do velho)?
    - O que ainda quero?
    - O que quero?
    O resto está em nós, na nossa coragem de criar

    Abraço Mariana

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