quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Como tornar o conhecimento apaixonante


Para dirigir abertamente um projeto de conhecimento,
deve-se, então, ser capaz de suscitar
uma paixão desinteressada pelo saber,
pela teoria, sem tentar justificá-la,
pelo menos durante a escolaridade de base,
por um uso prático que será o apanágio de alguns especialistas.

Como tornar o conhecimento apaixonante por si mesmo?
Essa não é somente uma questão de competência,
mas de identidade e projeto pessoal do professor. Infelizmente,
nem todos os professores apaixonados
dão-se o direito de partilhar sua paixão,
nem todos os professores curiosos conseguem tornar seu amor
pelo conhecimento inteligível e contagioso.

A competência aqui visada passa pela arte de comunicar-se,
seduzir, encorajar, mobilizar, envolvendo-se como pessoa.
A paixão pessoal não basta, se o professor não for capaz de estabelecer uma cumplicidade e uma solidariedade verossímeis na busca do conhecimento.

Ele deve buscar com seus alunos,
mesmo que esteja um pouco adiantado,
renunciando a defender a imagem do professor “que sabe tudo”,
aceitando mostrar suas próprias divagações e ignorâncias,
não cedendo à tentação de interpretar a comédia do domínio,
não colocando sempre o conhecimento ao lado da razão,
da preparação do futuro e do êxito.
Quanto aos professores que se mostram impassíveis
diante dos conhecimentos que ensinam,
como esperar que suscitem a menor vibração em seus alunos?

“10 Novas Competências para Ensinar”- Philippe Perrenoud

Um comentário:

  1. Apaixonar-se pela arte de despertar no aluno a paixão pelo buscar conhecimento, pelo interesse na busca incessante do aprender mais é realmente missão do "Mestre" que se diz cumpridor dessa palavra no seu significado total.
    Como conseguiriamos uma transformação social se todos os nossos mestres vivenciassem com doação e despreendimento essa magnifica missão!

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