domingo, 2 de dezembro de 2012

Testemunhos da salvação, unindo fé e vida



Neste Domingo, nosso coração se enche de alegria e esperança neste Tempo do Advento. Assim, somos convidados, a nos manter vigilantes, na expectativa da vinda do Senhor. Na alegria do encontro vamos nos preparar para o grande dia do nascimento do nosso Salvador.

Na primeira leitura, pela boca do profeta Jeremias, o Deus da aliança anuncia que é fiel às suas promessas e vai enviar ao seu Povo um “rebento” da família de David. A sua missão será concretizar esse mundo sonhado de justiça e de paz: fecundidade, bem-estar, vida em abundância, serão os frutos da ação do Messias.
O futuro anunciado pelo profeta, da descendência de David, será o “ungido” de Deus. Terá por missão restaurar a “justiça” e transmitir a abundância de vida e de salvação ao Povo de Deus. Por isso, chamar-se-á “o Senhor é a nossa justiça” - “Javé”: por ele, Deus garante ao seu Povo um futuro fecundo, de justiça, de bem-estar, de salvação.
Desta forma, a primeira leitura aponta um dos compromissos deste Advento: trabalhar para construir uma sociedade justa. Essa é a vontade de Deus. A prática da justiça passa pela organização da comunidade, pela reivindicação dos direitos dos empobrecidos e marginalizados, pela mobilização de todos.

A segunda leitura mostra-nos que apesar de tudo o que Deus já edificou no coração dos crentes de Tessalônica, a caminhada cristã destes não está concluída. Há que “progredir sempre”, sobretudo no amor para com todos. Só nesta atitude de não conformação será possível esperar a “vinda de nosso Senhor Jesus Cristo”. Desta forma, há um convite de não deixarmos instalar a mediocridade e o comodismo, mas esperar numa atitude ativa a vinda do Senhor. É fundamental, nessa atitude, a vivência do amor: é ele o centro do nosso testemunho pessoal, comunitário, eclesial.

O Evangelho apresenta-nos Jesus, o Messias filho de David, a anunciar a todos os que se sentem prisioneiros: “alegrai-vos, a vossa libertação está próxima. O mundo velho a que estais presos vai cair e, em seu lugar, vai nascer um mundo novo, onde conhecereis a liberdade e a vida em plenitude. Estai atentos, a fim de acolherdes o Filho do Homem que vos traz o projeto desse mundo novo”. É preciso, no entanto, reconhecê-l’O, saber identificar os seus apelos e ter a coragem de construir, com Ele, a justiça e a paz.
Portanto, à vinda do Filho do Homem “com grande poder e glória”, convida-nos a cobrar ânimo e a levantar a cabeça porque “a libertação está próxima”. O projeto de salvação/libertação da humanidade, concretizado nas palavras e nos gestos de Jesus, é apresentado como o “resgate” de uma humanidade prisioneira do egoísmo, do pecado, da morte. Trata-se, portanto, da libertação de tudo o que escraviza homens e mulheres os impede de viver na dignidade de filhos de Deus.
A mensagem proposta aos discípulos é clara: espera-vos um caminho marcado pelo sofrimento, pela perseguição; no entanto, não vos deixeis afundar no desespero porque Jesus vem. Com a sua vinda gloriosa, de ontem, de hoje, de amanhã, cessará a escravidão que vos impede de conhecer a vida em plenitude e nascerá um mundo novo, de alegria e de felicidade plenas.
Os “sinais” catastróficos apresentados não são um quadro do “fim do mundo”; são imagens utilizadas pelos profetas para falar do “dia do Senhor”, isto é, o dia em que Javé vai intervir na história para libertar definitivamente o seu Povo da escravidão, inaugurando uma era de vida, de fecundidade e de paz sem fim. O relato de Lucas destina-se, portanto, não a amedrontar, mas a abrir os corações à esperança: quando Jesus vier com a sua autoridade soberana, o mundo velho do egoísmo e da escravidão cairá e surgirá o dia novo da salvação/libertação sem fim.
Portanto, o Evangelho ensina-nos a não esperar passivamente a vinda do Filho do Homem.  É preciso "estar atento" a essa salvação que nos é oferecida e aceitá-la. - É necessário reconhecer Jesus que vem nos sinais da história, no rosto dos irmãos, nos apelos dos que sofrem e que buscam a libertação. É preciso ter a vontade e a liberdade de acolher o dom de Jesus, deixar que ele nos transforme o coração e se faça vida em nossos gestos e palavras.. 
Neste sentido, há um convite à vigilância: é necessário manter uma atenção constante, a fim de que as preocupações terrenas e as cadeias escravizantes não impeçam os discípulos de reconhecer e de acolher o Senhor que vem; para perceber os sinais da presença de Deus entre nós…Vigilância significa por Deus em primeiro lugar na vida. Quer dizer ler a realidade com o olhar voltado à eternidade. Significa crer que o Reino de Deus já está presente entre nós. É preciso ter presente, que este mundo novo está permanentemente a fazer-se e depende do nosso testemunho. Porquanto, vigiai/orai e sejam testemunhos da salvação, com fé e vida. Assim seja! Amém.

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