sábado, 31 de março de 2012

Ação transformadora no mundo da saúde


As ações de Jesus para com os doentes inspiraram a Igreja no exercício da caridade fraterna. É importante salientar que muitos religiosos e religiosas vivem sua consagração a Deus e se incorporam na missão da Igreja por meio do serviço aos doentes e àqueles que sofrem. “O discípulo missionário abre seu coração para todas as formas de vida ameaçada desde o seu início até a morte natural” DGAE 2011-2015, n.67.

Pastoral da Saúde
 A Pastoral da Saúde representa a atividade desempenhada pela Igreja no setor da saúde, é expressão de sua missão e manifesta a ternura de Deus para com a humanidade que sofre.
 A Igreja, ao meditar a parábola do bom samaritano (cf. Lc 10,25-37), entende que não é lícito delegar o alívio do sofrimento apenas à medicina, mas é necessário ampliar o significado desta atividade humana.
 Seu objetivo geral é promover, educar, prevenir, cuidar, recuperar, defender e celebrar a vida ou promover ações em prol da vida saudável e plena de todo o povo de Deus, tornando presente, no mundo de hoje, a ação libertadora de Cristo na área da saúde. Sua atuação é em âmbito nacional e de referência internacional.
 Esse trabalho evangelizador atua em três dimensões, sempre em consonância com as Diretrizes de Ação da CNBB. São elas: solidária, comunitária, político-institucional.

A dignidade de viver e morrer
 Precisamos de sabedoria e ética samaritana para cuidar das pessoas que estão se aproximando do final de suas existências. O desafio ético é considerar a questão da dignidade no adeus à vida.
 Antes de existir um direito à morte humana, há que ressaltar o direito de que a vida possa ter condições de ser conservada, preservada e desabrochada plenamente.
 É chocante e até irônico constatar situações em que a mesma sociedade que nega o pão para o ser humano viver, lhe oferece a mais alta tecnologia para ‘bem morrer!
 Não podemos passivamente aceitar a morte que é conseqüência do descaso pela vida, causada por violência, acidentes e pobreza.
 Podemos ser curados de uma doença classificada como mortal, mas não de nossa mortalidade. Quando esquecemos isso, acabamos caindo, pura e simplesmente, na tecnolatria e na absolutização da vida biológica.
 É a obstinação terapêutica (distanásia) adiando o inevitável, que acrescenta mais sofrimento e vida quantitativa que qualidade de vida.
 Quando a morte se anuncia iminente e inevitável, pode-se em consciência renunciar a tratamentos que dariam somente um prolongamento precário e penoso da vida, sem, contudo interromper os cuidados normais devidos ao doente em caso semelhantes. (...) A renúncia a meios extraordinários ou desproporcionais não equivale ao suicídio ou à eutanásia; exprime, antes, a aceitação da condição humana diante da morte (Papa João Paulo II, EV n. 65).
 É um desafio difícil aprender a amar o paciente terminal sem exigir retorno, com a gratuidade com que se ama um bebê, num contexto social em que tudo é medido pelo mérito! O sofrimento humano somente é intolerável se ninguém cuida. Como fomos cuidados para nascer, precisamos também ser cuidados para morrer. Cuidar fundamentalmente é sermos solidários com os que hoje passam pelo ‘vale das sombras da morte’. Amanhã seremos nós!

Os Agentes da Pastoral da Saúde
 Os agentes da pastoral da saúde são os discípulos missionários de Jesus Cristo e de sua Igreja, envolvidos em sua missão de cura e de salvação.
 São eles: o bispo, os presbíteros, os capelães, os diáconos, os religiosos e as religiosas, e todos os leigos.
 Os profissionais de saúde cristãos, católicos (médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, assistentes sociais,...) são os agentes naturais da pastoral da saúde. Deveriam ser convidados a assumir evangelicamente sua profissão.
Nas novas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora, encontramos recomendações importantes para aqueles que se dedicam ao serviço à vida:
a) Defender e promover a dignidade da vida humana em todas as etapas da existência, desde a fecundação até a morte natural;
b) Tratar o ser humano como fim e não como meio, respeitando-o em tudo que lhe é próprio: corpo, espírito e liberdade;
c) Tratar todo ser humano sem preconceito nem discriminação, acolhendo, perdoando, recuperando a vida e a liberdade de cada pessoa, tendo presente as condições materiais e o contexto histórico, social, cultural em que cada pessoa vive” DGAE 2011-2015, n.107.
Fonte: Texto-Base CF-2012 – Terceira parte

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Palavra em mim agradece, pois seu comentário é muito importante para a nossa caminhada dialógica.
Obrigado!