sábado, 26 de novembro de 2011

Que os nossos caminhos, sejam os caminhos do Senhor



Irmãos e irmãs,


Neste Santo Domingo, que marca o início do Advento, está vindo Aquele que sempre vem nos salvar. Nossa atitude fundamental é vigiar, renovar a esperança em Cristo Jesus, em sua vinda definitiva.


Na primeira leitura, Isaías nos revela que os sofrimentos do povo terão uma resposta. Nossas esperanças não irão ser frustradas. O povo tem saudades do tempos de outrora. “É nos caminhos de outrora é que seremos salvos”. Pede a Deus uma aproximação maior como aconteceu outrora no monte Sinai. É preciso que as comunidades se deixem modelar pelo projeto de Deus, como o barro se deixa transformar nas mãos do oleiro, recomeçando mais uma vez sua vida com Deus. Dessa forma, deixar-se modelar é sentir-se responsáveis e co-responsáveis pela “casa” de Deus que é o mundo, não esmorecendo no compromisso com a construção de uma sociedade baseada na justiça e na fraternidade.



Na segunda leitura, Paulo mostra que nossas comunidades são ricas em dons e serviços, recebidos em palavra e conhecimento pela graça Divina. A comunidade foi enriquecida em tudo e não lhe falta nenhum dom. Mas nenhuma delas pode se considerar modelo histórico de perfeição, pois, ainda espera a revelação do Nosso Senhor Jesus Cristo. O que já somos não é tudo, somos chamados à comunhão com Jesus, visto que caminhamos em direção à comunhão plena com Jesus Cristo.


No Evangelho, Marcos apresenta Jesus chamando a nossa atenção sobre a vigilância. Este trecho todo refere-se ao fim do mundo. Assim, começando o Ano Litúrgico já nos preparando para o Natal com o Advento, chegada de Jesus, lembrando-nos a segunda vinda de Jesus - o tempo final. O importante mesmo é estar vigilante: “Cuidado! fiquem atentos, porque vocês não sabem quando chegará o momento”. Ninguém sabe o dia, nem a hora, nem o século do momento final. Para ilustrar isso Jesus faz uma comparação como se ele fosse um homem que tivesse feito uma longa viagem para o estrangeiro e tivesse deixado a sua casa sob a responsabilidade dos empregados, cada um com uma tarefa. E tivesse mandado o porteiro ficar vigiando. O porteiro representa os líderes das comunidades, mas a responsabilidade para zelar da casa de Deus que é o mundo, é tarefa de todos. A sua missão é impedir que a comunidade seja invadida por valores estranhos ao Evangelho e à dinâmica do Reino, devendo ajudar a comunidade a discernir permanentemente, diante dos valores do mundo, aquilo que a comunidade pode ou não aceitar para viver na fidelidade ativa a Jesus e às suas propostas, pois, a qualquer momento da noite o dono da casa pode voltar e ninguém pode ser encontrado dormindo.



Neste sentido, “vigiar ou não dormir” significa a tarefa de continuar com empenho a tarefa de Jesus, de vida para todos, lutando para que o homem viva com dignidade, tenha casa, terra, pão, educação e viva na justiça e na comunhão. Estar vigilante não é algo passivo, mas um desempenho da tarefa recebida. Os discípulos de Jesus não podem, portanto, cruzar os braços, à espera que o Senhor venha; eles têm uma missão – uma missão que lhes foi confiada pelo próprio Jesus e que eles devem concretizar, mesmo em condições adversas. É necessário não esquecer isto: esta espera, vivida no tempo da história, não é uma espera passiva, mas é uma espera ativa, que implica um compromisso efetivo com a construção de um mundo mais humano, fraterno, justo, evangélico.



Os discípulos não podem viver à margem da história, evitando comprometer-se com as realidades do mundo, mas deverá viver dia a dia comprometido com a construção do Reino, realizando fielmente as tarefas que o Senhor lhes confiou; que passam pelo compromisso com a construção de um mundo novo, que viva cada vez mais de acordo com os projetos de Deus.


A certeza da vinda de Jesus deve animar e dar esperança as nossas comunidades, sobretudo nos momentos de crise. Somos chamados a não perder a esperança no mundo novo, assim com coragem e perseverança, contribuir para a edificação do “Reino”, sendo testemunhas e arautos da paz, da justiça, do amor, do perdão, da fraternidade, cumprindo a missão sempre. Despertando neste tempo do Advento e em todo o tempo, para a chegada do Filho do Homem, equacionando a nossa caminhada pela história à luz da certeza do encontro definitivo e libertador com Jesus, pois, “o Senhor vem”, estais atentos e vigilantes. Que os nossos caminhos, sejam os caminhos do Senhor. Assim seja! Amém.

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