sábado, 19 de novembro de 2011

Cristo Rei ressuscitado


Irmãos e irmãs,
Neste Santo Domingo, celebramos a realeza Cristo em doação de sua própria vida. Nesta festa de Cristo Rei, comemoramos também o Dia do Leigo, que encorajados pela força de Cristo assume a missão profética, para transformar este mundo em Reino de vida, verdade e amor e paz. Em união com a sociedade, também comemoramos o dia da Consciência Negra.

A primeira leitura da profecia de Ezequiel utiliza a imagem do Bom Pastor para apresentar Deus e para definir a sua relação com a humanidade. Enfatizando, a autoridade, a preocupação, o carinho, entrega, o amor e o papel de Deus na condução de seu povo pelos caminhos da história. A este Povo a quem os reis trataram tão mal, o profeta anuncia a chegada de um tempo novo em que Javé vai assumir a sua função de pastor do seu Povo. Deus, o Bom Pastor, vai reuni-las, reconduzi-las à sua própria terra e apascentá-las em pastagens férteis e tranqüilas. Deus cuida de suas ovelhas, então, irá procurar cada ovelha perdida.

Na segunda leitura, Paulo lembra aos cristãos que o fim último da caminhada do crente é a participação no “Reino de Deus” de vida plena, para o qual Cristo nos conduz. Neste Reino definitivo, Deus irá manifestar em tudo e atuará como Senhor de todas as coisas. Cristo foi constituído por Deus princípio de uma nova humanidade; a sua ressurreição arrasta atrás de si toda a sua “descendência” – isto é, todos aqueles que se identificam com Ele, que acolheram a sua proposta de vida e o seguiram – ao encontro da vida plena e eterna ressuscitarão também em Cristo. O destino dessa nova humanidade é o Reino de Deus. Dentro de cada um de nós há sementes de ressurreição. Elas dão fruto quando as pessoas e as comunidades se comprometem com Cristo na luta contra todas as formas de morte, para que Deus seja tudo em todos.

No Evangelho, Mateus apresenta-nos Jesus descrevendo a parábola do juízo final, o Rei Jesus chama atenção acerca do amor partilhado com os irmãos, principalmente com os pobres e desprotegidos. Dessa forma, o fechamento em si próprio, a indiferença para com o irmão que sofre, não tem lugar no Reino de Deus. Quem insistir em conduzir a sua vida por esses critérios ficará à margem do Reino.


O elemento central é a atitude de amor ou de indiferença para com os irmãos que se encontram em situações dramáticas de necessidade – os que têm fome, os que têm sede, os peregrinos, os que não têm que vestir, os que estão doentes, os que estão na prisão… Jesus identifica-se com os pequenos, os pobres, os marginalizados. Portanto, manifestar amor e solidariedade para com o pobre é fazê-lo ao próprio Jesus e manifestar indiferença para com o pobre é fazê-lo ao próprio Jesus. Não há condenação por parte de Deus, é a própria humanidade que se condena, na medida em que aceita ou não aceita a vida que Deus oferece. Assim, viver o amor e a solidariedade para com os pobres, os pequenos, os desprotegidos, os marginalizados é o critério que decide a entrada ou não no Reino de Deus.


O Reino de Cristo não é deste mundo, mas realiza todo o bem que, graças a Deus, existe na humanidade e na história. A realeza de Cristo é a atuação da realeza de Deus Pai, que governa todas as coisas com amor e com justiça, consiste em serviço à liberdade e à vida das pessoas, sobretudo dos que são impedidos de viver, comprometendo-se com a prática da justiça, traduzida em solidariedade e partilha dos bens aos irmãos e irmãos necessitados. Contemplamos Cristo-Rei na doação de sua própria vida e recebemos o mandamento de servi-lo junto aos irmãos e irmãs mais pobres. O seu reinado se efetiva de forma gloriosa quando assume a humanidade por amor. Neste sentido, somos chamados a edificar na história, através de Cristo Rei ressuscitado, o amor, que terá o seu tempo definitivo no mundo que há de vir. Assim seja! Amém.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Palavra em mim agradece, pois seu comentário é muito importante para a nossa caminhada dialógica.
Obrigado!