domingo, 16 de outubro de 2011

A vida em nossas mãos...Dai a Deus o que é de Deus

Irmãos e irmãs,
Neste Santo Domingo somos convidados a equacionar a relação entre as realidades de Deus e as realidades do mundo. Colocando Deus como efetiva prioridade em nossa caminhada, convocando-nos a um compromisso efetivo com a construção do Reino.

O profeta Isaías na primeira leitura aponta que Deus é o verdadeiro Senhor da história, Ele conduz a caminhada do seu Povo rumo à felicidade e à realização plena. E os homens e mulheres que atuam e intervêm na história são instrumentos de Deus para concretizar os seus projetos de salvação e vida plena. É através dos homens que Deus intervém no mundo.

Paulo em carta aos Tessalonicenses, apresenta-nos o exemplo de uma comunidade cristã que colocou Deus no centro do seu caminho e que, apesar das dificuldades, se comprometeu de forma corajosa com os valores de Deus. Eleita por Deus para ser sua testemunha no meio do mundo, vive ancorada numa fé ativa, numa caridade esforçada e numa esperança inabalável, que se traduz em uma adesão ao Evangelho que não se manifesta só em palavras, mas também em atitudes concretas de conversão, transformação, em entrega, partilha, doação e esperança firme na vida nova reservada para os filhos do Pai.

No Evangelho de Mateus, Jesus responde e ajuda-nos a compreender a seguinte questão: É licito ou não pagar imposto a César? Se Jesus respondesse “sim”, Jesus estaria contra o próprio povo, explorado por Roma e que pede libertação. Se respondesse “não” estaria se revoltando contra o Imperador e seria réu de condenação.
Assim, confrontado com a questão, Jesus convidou os seus interlocutores a mostrar a moeda do imposto e a reconhecerem a imagem de César gravada na moeda com títulos divinos, contrários ao primeiro mandamento; tendo a moeda eram comprometidos com o sistema.

Jesus, posteriormente, concluí: “dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”. Dessa forma, Jesus responde mandando devolver a moeda, que traz a imagem de César, pois pertence a César. Jesus diz duas coisas: “Devolva a César o que é de César” e “devolva a Deus o que é de Deus”. O povo não pertence a César, não tem inscrito em si próprio a imagem de César, por isto deve devolver-lhe a moeda, libertando-se de sua dependência econômica. O povo deve, portanto, reconquistar a sua liberdade de filhos de Deus. Essencialmente, dar "a César o que é de César" significa atender as necessidades da forma matéria, a fim de que possa abrigar o Ser Espiritual, num processo cada vez mais profundo de autoconhecimento. O povo pertence a Deus, pois, somos feitos à imagem e semelhança de Deus, tem inscrito em sim, a imagem de Deus. Somos de Deus, portanto, entregamo-nos a Deus e reconhecemos Nele, o único senhor.

Neste mês missionário, há um apelo para que reconheçamos Deus como Senhor pleno da história e que realizemos a vocação essencial de entrega a Deus, deixando toda a nossa existência nas mãos de Deus, todo o resto deve ser relativizado. César e Deus estão dentro de cada homem. Então, somos chamados a viver este nosso tempo com inteligência e discernimento espiritual, e colocando ao serviço dos nossos irmãos e irmãs “as energias que vem da nossa fé e as nossas capacidades humanas, procurando não os interesses particulares, mas o bem comum. Da primazia Divina brota unidade interior que gera a liberdade da consciência para a orientação da própria vida, e o respeito às obrigações em relação à legitima autoridade pública no nível social, quando suas disposições não violam a consciência das pessoas nem o bem comum. Homens e mulheres animados pela novidade que vem de Cristo, somos chamados a “partilhar as alegrias, as esperanças e as dores”. Assumir a vida em nossas mãos. Assim seja! Amém.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Palavra em mim agradece, pois seu comentário é muito importante para a nossa caminhada dialógica.
Obrigado!