domingo, 30 de outubro de 2011

Humildade, fazendo brilhar a glória de Deus




Irmãos e irmãs,


Neste Santo Domingo, a Palavra de Deus nos orienta a reconhecermos Jesus como o único Mestre. O Reino querido por Jesus não é mera utopia ou algo que está distante de nós, mas acontece todas as vezes que nos dispomos a servir. Esta é a dinâmica para aqueles que querem seguir o Mestre e ter a vida mais próxima do Evangelho.


Na primeira leitura, Malaquias nos aponta a aliança que Javé fez com Levi, onde os sacerdotes receberam como missão ensinar a Lei a Israel e apresentar os sacrifícios no altar de Deus, foram constituídos como mensageiros do Senhor. Assim, deveriam rejeitar a iniquidade, conhecer a Lei de Deus e apresentá-la fielmente ao Povo, caminhar com Deus na paz e na retidão.


Porém, segundo Malaquias, isso não acontece. Os sacerdotes não só se desviaram do caminho da Lei e dos mandamentos, como também fizeram o Povo vacilar, ensinando a Lei de forma deturpada. Em vez de orientar o Povo nos caminhos da Aliança, desviam-no para longe de Deus… não consideram todos iguais e fazem diferença de pessoas, concedendo tratamento melhor aos ricos e poderosos. Podemos assim perguntar-nos: Como estamos servindo ao altar e ao povo de Deus? Qual é a qualidade de nossas celebrações, do nosso ensinamento e do nosso testemunho na comunidade?


O profeta nos mostra que Deus não pactua com estas atitudes e comportamentos, desautoriza e desqualifica estes sacerdotes. Para todos verem que eles já não têm a confiança de Deus e que lhes foi retirada a autoridade para serem testemunhas de Deus.



Paulo continua a apresentar-nos a comunidade dos tessalonicenses, que continuam empenhados em viver, com fidelidade, o Evangelho que Paulo lhes anunciou. Nem as dificuldades do dia a dia, nem a deficiente formação doutrinal, nem a hostilidade das autoridades conseguiram arrefecer, diminuir o entusiasmo dos membros da comunidade. Verdadeiramente é um modelo para as comunidades cristãs. Paulo assim, permanece animando-os a prosseguir no caminho da fidelidade a Jesus e ao Evangelho.


Paulo se revela neste trecho como retrato ideal e modelo do agente de pastoral. Ele relembra a ternura materna, com a qual ele se apresentou à comunidade. A imagem é bonita. Como uma mãe, ele carregou a comunidade no colo. Ele fala de ternura, querer bem e afeição. A afeição dele foi tanta que ele desejava dar à comunidade não apenas o Evangelho, mas a própria vida. Neste sentido, Paulo agradece a Deus pela sua ação em favor da comunidade. A comunidade nasceu e consolidou-se de forma prodigiosa e em pouco tempo, é preciso perceber em tudo isso a intervenção de Deus. Cheio de alegria e agradecimento, após uma oração de louvor a Deus Pai e a Jesus Cristo, pelo milagre do Evangelho, Paulo evoca, sempre em clima de ação de graças, o início dessa comunidade cristã, a união profunda entre sua palavra e a vida da comunidade, palavra de fé fértil e dinâmica, geradora de vida e alimento para a fé.



No Evangelho de hoje, Mateus apresenta-nos Jesus mostrando uma distinção entre o comportamento dos doutores da Lei e dos fariseus e o comportamento do cristão. Para Jesus os doutores da Lei e fariseus ocupam a cátedra de Moisés para ensinar: ninguém, porém deve imitar suas ações, pois, eles falam e não praticam.


Dessa forma, aponta algumas características do comportamento dos escribas e fariseus: amarram pesados fardos nos ombros dos outros; eles mesmos não fazem nada, são agentes de opressão e não de libertação; agem para serem vistos pelos outros, por isto trazem faixas largas na testa e nos braços, e na roupa longas franjas, com textos da escrituras; gostam dos lugares de honra nos banquetes e dos primeiros lugares nas Sinagogas; gostam de ser cumprimentados nas praças públicas; gostam que as pessoas os chamem de mestres. Em suma, procuram prestígio e honra.


Jesus faz-nos um paralelo de como dever ser o comportamento da comunidade de Jesus, contrário às atitudes dos escribas e fariseus: viver uma vida de irmãos, onde ninguém é maior do que ninguém, uma vida sem hierarquias; o maior deve ser o que serve para libertar o fardo do outro; buscar sempre a humildade, pois, quem se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado.


É preciso que a comunidade cristã seja uma verdadeira fraternidade. Na Igreja de Jesus não pode haver quem queira mandar-nos outros, ou quem se considere a si próprio mais importante, mais digno, mais honrado, mais preparado do que os outros. Os títulos de honra, os lugares reservados, a luta pelos primeiros lugares, não fazem qualquer sentido. Na comunidade de Jesus, só o amor e o serviço devem ter o primeiro lugar. A comunidade cristã deve anunciar profeticamente o Reino de Deus… Ora, nesse Reino proposto aos homens por Deus e inaugurado por Jesus, todos são irmãos; devem amar-se e fazer-se servidores uns dos outros.


Este último domingo deste mês missionário convida-nos a seriedade, a verdade e a coerência do nosso compromisso com Deus e com o Reino. Pois, “quem se humilha será exaltado e quem se exalta será humilhado". Imitemos o Senhor que desceu do céu até à última humilhação e que, em recompensa, foi exaltado. Descubramos tudo o que o Senhor nos ensina para nos conduzir à humildade, fazendo brilhar a sua glória e cantar: Olha a glória de Deus brilhando/ Aleluia! Assim seja! Amém.





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