No evangelho, Mateus reforça a prática do perdão, na comunidade. Acontecendo em três: o diálogo entre os dois irmãos envolvidos, a ampliação do diálogo envolvendo duas ou três testemunhas e, finalmente, a questão debatida pela comunidade dos seguidores de Jesus - a Igreja. Hoje, inspira-nos a uma prática do perdão e da reconciliação de uma maneira mais livre, espontânea e verdadeira. A correção fraterna, que brota do amor e do perdão, é fundamental para manter-se a unidade na comunidade. O perdão é uma das provas de amor mais profundas ensinadas por Jesus, para aqueles que decidiram serem seus discípulos.
Assim, Mateus articula três sentenças: uma sobre o poder de ligar e desligar na terra; outra destacando a importância de orar em comunidade e a terceira assegurando a presença de Jesus entre os discípulos reunidos e seu nome. Esta presença de Jesus entre os discípulos tem sentido especial no momento em que não mais existe o Templo onde se pretendia ter a presença de Deus.
Nesse sentido, Mateus salienta que a comunidade cristã, formada por homens e mulheres sujeitos a fraquezas, permanece unida na missão pela força do Senhor. A correção fraterna é um meio de conversão para seguir com fidelidade a vontade do Pai, cujo desejo é que todos vivam como seus filhos. Deus procura com solicitude a ovelha que se extravia, pois, deseja que não se perca nenhum dos pequenos. A identificação com Jesus leva a comunidade a fazer a experiência da fraternidade e do perdão mútuo. É necessário ganhar o irmão pelas atitudes e, não somente, pelas palavras, oferecendo-lhe os meios para que volte ao seio da comunidade. A ação salvadora do Senhor revela-se na comunidade misericordiosa, inclusiva, comprometida com a reconciliação e o perdão dos irmãos e irmãs.
Jesus quer que os discípulos entendam que está nas mãos deles a missão de buscar o arrependimento dos que se equivocaram; sob nenhuma hipótese a missão é julgar os irmãos; ao contrário, é ajudá-los a buscar o perdão do Senhor a partir de sua vida terrena, para que este perdão também seja obtido no céu. Jesus também convida os discípulos à unidade e, por sua vez, dá uma nova oportunidade ao pecador para que obtenha a graça quando diz: E afirmo a vocês que isto também é verdade: todas as vezes que dois de vocês que estão na terra pedirem a mesma coisa em oração, isso será feito pelo meu Pai, que está no céu.
O evangelho pergunta-nos: Se fazemos tudo o que é possível para recuperar as pessoas que erram? O que é possível para recuperar as pessoas que erram? O que é importante: a aplicação rigorosa da lei ou o exercício da misericórdia? O que é mais fácil para as comunidades: excluir pessoas ou integrá-las? Quando é que nos alegramos mais: ao excluir pessoas da comunidade ou ao reintegrá-las?
Neste Mês da Bíblia, Jesus convida-nos ao diálogo para superar os conflitos, pois, o amor pelo próximo é a plenitude da lei. Esquecemo-nos de corrigir fraternalmente como irmãos. Falta-nos humildade pra praticar a correção fraterna. Por isso, neste Domingo Jesus vem nos ensinar que correção fraterna, apesar de difícil, é um belo gesto de ajuda entre os irmãos que se amam e se respeitam. Aproveitemos todo este mês para nos dedicarmos mais ao estudo da Palavra de Deus. Como comunidade de fé e conversão, com a força da graça e do amor de Deus, caminhamos como irmãos e irmãs em busca da santidade, por meio da correção fraterna, que brota da caridade, e leva à comunhão. A presença de Deus, Jesus, se dá na comunidade que vive o amor misericordioso, vigilante para a reconciliação e a comunhão: "O amor é o cumprimento perfeito da Lei". Assim seja! Amém.
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