domingo, 14 de agosto de 2011

Jesus, pela fé, salvação para todos

Irmãos e irmãs,
Celebramos a Festa da Vida, a Festa do Ressuscitado, neste dia dos Pais. Todos os pais são convidados, a exemplo da mulher cananéia, a perseverar na fé, vivendo a vocação como um dom de amor que protege e cuida da vida, educando seus filhos no caminho do Senhor.

Na primeira leitura, em oráculos atribuídos a Isaías, há condenação clara a exclusão, abrindo as portas da religião judaica, aceitando que os estrangeiros, pagãos, também façam parte da comunidade. O contato com os povos pagãos foi mostrando aos poucos aos judeus que havia também grandes valores nas outras culturas. Deus exige apenas: observância do direito e da justiça, servir a Ele com fidelidade à sua aliança. Promete acolhida aos holocaustos e sacrifícios e termina com uma abertura a todos os povos, sem nenhuma exclusão: “a minha casa será chamada casa de oração para todos os povos”. Hoje, a Igreja, em busca do ecumenismo, busca valorizar tudo o que é importante e sagrado em todas as religiões e culturas e, que não contradiz as verdades do Pai. Sejamos abertos e receptivos, pois o Espírito de Deus é liberdade absoluta e sopra onde quer e como quer.

Paulo diz que honra o seu ministério e carrega no seu trabalho, o anúncio do evangelho, a rejeição dos seus compatriotas judeus da fé no Messias prometido pelas Escrituras – Jesus Cristo. Pois, muitos que acolheram Jesus tiveram dificuldade de aderir totalmente a ele sem largar o judaísmo. Porém, São Paulo afirma que a rejeição, que os judeus tiveram por Cristo, significou a reconciliação do mundo. Então ele argumenta: “se o afastamento deles foi reconciliação para o mundo, o que não será a sua acolhida?” Paulo mantém a esperança de que um dia Deus se compadecerá dos judeus e eles se converterão. “Outrora, vós fostes desobedientes a Deus, mas agora alcançastes misericórdia, em conseqüência da desobediência deles.”

Mateus, no Evangelho apresenta o episódio da mulher cananéia, “sem nome”, sem dignidade pura representação dos povos da antiga aliança que não se enquadram na prescrição da Lei e são tidos como impuros; que a primeira vista faz-nos entender que Jesus reafirma a mentalidade dos judeus, de separação. Suas atitudes aparentam-se pesadas e duras, mas trata-se de uma pedagogia para educar os apóstolos e colocar à prova a fé da mulher. Porém, depois mostra claramente aos apóstolos que o evangelho é aberto a todos sem exclusão. Apesar de, Mateus apresentar primeiro uma prioridade de Jesus ao povo de Israel, mas prioridade não é exclusão. Jesus queria atingir todos os povos através dos judeus, mas eles rejeitaram a Boa Nova de Jesus. Nesta ordem universal Jesus diz: “Ide, pois fazer discípulos entre todas as nações, e batizai-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-lhes a observar tudo o que vos tenho ordenado. Eis que estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos”.
Assim, a mulher cananéia com sua convicção, confiança, persistência, humildade e fé “convence” a Jesus, mudando o paradigma da Lei, do povo escolhido. Portanto, para viver o evangelho o que conta não é a classe social. A mulher pagã mostrou grandes virtudes, postura de fé e confiança em Jesus, sobretudo humildade. A frase da mulher é toda carregada de fé, contrastando com a atitude dos discípulos, reconhecendo em Jesus o Messias, o enviado de Deus.
Jesus ensina aos apóstolos que o evangelho não tem fronteiras e eles, como nós, devemos vencer todos os preconceitos de raça, de cor, de status social. Não se deve deixar que as diferenças impeçam que a graça divina aconteça na vida das pessoas; jamais, a diferença deve ser motivo de segregação ou justificativa do sofrimento alheio, por outro lado, não devemos aceitar passivamente as condições de exclusão, tal como a mulher Cananéia, com humildade austera e perseverança, devemos reivindicar nossos legítimos direitos, seja no âmbito espiritual, seja no tempo e no espaço em que vivemos.
Deus em quem acreditamos e que nos foi revelado por Jesus Messias não está ligado a uma raça, cultura ou nação. Dessa forma, somos convidados a sermos vocacionados, proclamando a Boa Nova a todos os povos. A salvação à todos, superando os limites de fronteira, de cultura de etnia, que segrega o diferente, enfim, construir o novo paradigma que nos é apresentado com a manifestação do Senhor, que se torna Deus conosco - Emanuel, em Jesus, salvação para todos. Assim seja! Amém.

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