domingo, 3 de julho de 2011

Pedro e Paulo: "ai de mim se eu não evangelizar"




Irmãos e irmãs em Cristo,
Na alegria do encontro, para celebrar nossa vida de comunidade, nossa fé no Ressuscitado, celebramos às duas colunas da Igreja: São Pedro e São Paulo, assim como o Dia do Papa.

Irmãos e irmãs,
A Leitura dos Atos dos Apóstolos traz reflexão a partir da libertação de Pedro da prisão, e o fez sob o poder e a proteção divina, quantas vezes estamos em uma situação complicada e aparece alguém que nos ajuda. Deus age na escuridão da noite mostrando-nos que quando por causa da nossa fragilidade, não conseguimos enxergar o que vem pela frente, o próprio Deus toma á nossa frente, conduzindo-nos à libertação. Acontece com Pedro mesmo que acontecera com Jesus. Assim como o Pai libertou Jesus da morte, o anjo do Senhor liberta Pedro da prisão.
É na fé que percebemos a ação de Deus em nossa vida como Pedro, que foi liberto de maneira prodigiosa da prisão por um anjo do Senhor. A verdadeira fé nos leva a esse reconhecimento “agora sei que Deus enviou-me o seu anjo que me libertou dos meus inimigos”,

Estimados irmãos e irmãs,
Paulo revela-nos um trecho de despedida e uma espécie de testamento próprio: “já fui oferecido em libação e chegou o tempo de minha partida”. Prisioneiro em Roma e aguardando o julgamento final, passou a esperança de ser libertado e se prepara para enfrentar a execução. A morte de Paulo é um fato transcendental porque é assumida e vivida à luz da fé. O tom de generosidade, serenidade, confiança absoluta e plena consciência com que o apóstolo Paulo se coloca diante da morte iminente exprime sua vida como um todo.
Paulo não anunciou o Evangelho só para pregação, mas a sua pessoa é testemunho vivo, fidedigno e convincente da Boa Nova da cruz. A maneira como ele se conduziu na vida e na morte é pregação viva. Paulo constitui-se assim, em matéria e conteúdo da pregação. Esse falar sublime de si mesmo, quase perdendo de vista sua condição humana, possui plena consciência de que o que fez não foi ele que realizou, mas o Cristo que nele vive e por quem ele vive. A vida do Apóstolo Paulo é referência do que o Evangelho pode realizar na vida do Cristão.

Amados em Cristo,
No Evangelho, Mateus apresenta Jesus pergunta a seus discípulos quem as pessoas pensam que ele é, e os discípulos lhe respondem: João Batista, outros que é Elias, Jeremias ou algum dos antigos profetas. Jesus então dirige a pergunta aos próprios discípulos: “É vós, quem dizeis que eu sou”?
É de fundamental importância essa pergunta para a vida cristã. Cada batizado, discípulo de Jesus precisa se perguntar: “Quem é Jesus para mim”? A resposta de Pedro: “Tu és o Messias, o Cristo, o Filho de Deus Vivo”. Esta verdadeira confissão de fé, que Pedro faz em nome de todos, é a pedra fundamental sobre a qual Cristo edifica a sua igreja, isto é, comunidade daqueles que creem, acesso pleno ao Reino do Céu; revelada pelo próprio Pai do Céu.

A pergunta feita por Jesus, aos seus discípulos, continua a ecoar, ainda hoje, nos ouvidos de cada um de nós que o seguimos: “Quem sou eu, para você”? Ser cristão é responder a esta pergunta e gastar a vida inteira confrontando e purificando, continuamente, a própria resposta, no seguimento do Filho de Deus feito homem. Nós, que nos declaramos cristãos, como vivemos o testemunho de Jesus em meio aos conflitos da nossa sociedade? Acreditamos ser responsáveis pela continuação do projeto de Deus?
Pedro recebeu de Jesus o encargo de confirmar os irmãos na fé, de ser a pedra sobre a qual foi construída a Igreja que professa: “Tu és o Cristo, o Filho de Deus”. O apóstolo Paulo é considerado o primeiro grande missionário da Igreja. Ele viaja pelo mundo pregando o Evangelho e formando comunidades de fé. O Papa, sucessor de Pedro, tem como missão cuidar da Igreja, povo de Deus, para que ela permaneça unida e fiel a Jesus Cristo, sendo discípula missionária.

Irmãos e irmãs,
Os apóstolos de Jesus marcaram a espiritualidade e o estilo de vida de nossa Igreja. Suas vidas são lugares privilegiados de encontro com Jesus Cristo. Seu testemunho se mantém atual e seus ensinamentos inspiram o ser e a ação das comunidades cristãs. Entre eles, Pedro o apóstolo, a quem Jesus confiou a missão de confirmar a fé de seus irmãos, nos ajuda a estreitar o vínculo de comunhão com o Papa, seu sucessor, e a buscar em Jesus as palavras de vida eterna. Pedro achava que o Messias não devia sofrer e morrer. Na hora difícil, nega-o. As contínuas prisões de Pedro fazem-no prolongar a paixão de Jesus. Convertido, Paulo, o evangelizador in¬cansável, persegue os cristãos sem saber que, perseguidos, eles revivem a paixão do Mestre; Paulo se torna o maior propagador do Evangelho de Cristo, nos indica o caminho da audácia missionária e a vontade de se aproximar de cada realidade cultural com a Boa Nova do Senhor Jesus.

Reconhecer Jesus é ser um bem-aventurado, através dele o cristão mergulha no projeto de Deus realizado em Jesus. Ninguém chega a entender “quem é Jesus” a não ser mediante o compromisso com a justiça do Reino; torna-se importante lembrar o ensinamento de Jesus sobre o discipulado: Ele “não veio para ser servido, mas para servir” (Mt 20, 28). Portanto: “ai de mim se eu não evangelizar!”. Assim, herdeiros da experiência de discípulos, missionários, testemunhas e mártires, somos chamados a assumir e encarnar Jesus em nossas vidas. Assim seja! Amém.

2 comentários:


  1. Bom dia!
    Amai, pois, a vossos inimigos, e fazei bem, e emprestai, sem nada esperardes, e será grande o vosso galardão, e sereis filhos do Altíssimo; porque ele é benigno até para com os ingratos e maus.
    Sede, pois, misericordiosos, como também vosso Pai é misericordioso.
    Não julgueis, e não sereis julgados; não condeneis, e não sereis condenados; soltai, e soltar-vos-ão. (Lucas 11:35-37)

    Que sua semana seja abençoada e de muita paz!

    Deus seja contigo.

    Blog Yehi Or!
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