domingo, 22 de maio de 2011

Jesus: caminho. verdade e vida




Irmãos e irmãos,
Neste Tempo Pascal, Santo Domingo, Jesus manifesta-se como caminho, verdade e vida. Nele o Pai revela seu amor e renova, com todos os povos a sua aliança. Assim, somos convidados O Senhor a renovar nossa adesão a ele e nosso desejo de comunhão e solidariedade de uns para com os outros.

Queridos irmãos e irmãs,
Na leitura dos Atos dos Apóstolos, após a partida de Jesus, e contando com a assistência permanente do Espírito Santo, os apóstolos se dão ao trabalho de expandir e organizar a comunidade dos seguidores de Jesus, a Igreja, sem perder de vista o essencial de sua missão, que é a oração e o anúncio do Evangelho.
Os conflitos aparecem na organização interna da comunidade, surge o problema de atendimento às viúvas.. E a comunidade de forma participativa, é convidada para examinar a questão e chegar a uma decisão. O dilema posto é como realizar a partilha dos bens em favor dos necessitados. Assim, os ministérios vão surgindo na Igreja em resposta a necessidades concretas: é a necessidade que leva a formar estruturas de serviço, e não o contrário.
Portanto, a comunidade atenta às necessidades organiza os vários serviços para poder manter-se atualizada. É uma comunidade santa, embora formada por homens pecadores; é uma comunidade estruturada hierarquicamente, mas onde o serviço da autoridade é exercido no diálogo com os irmãos; é uma comunidade de servidores, que recebem dons de Deus e que põem esses dons ao serviço dos irmãos; e é uma comunidade animada pelo Espírito, que vive do Espírito e que recebe do Espírito a força de ser testemunha de Jesus na história.
A forma de acolhida dessa comunidade faz questionar nossas atitudes: Nossas comunidades acolhem os necessitados e os põem como centro de atenção e carinho? Como resolvemos os problemas que surgem em nosso meio? Quais são os novos ministérios que nossas comunidades criaram e valorizaram?
É importante recordar que a partilha das responsabilidades numa comunidade é semente de novas lideranças. A missão exige pessoas disponíveis, e os apóstolos não têm medo de partilhar tarefas com gente disposta assumi-la. Todos os fiéis formam, assim, o povo constituído em torno de Cristo, caminho, verdade e vida.

Estimados irmãos e irmãs,
O apóstolo Pedro, ao escrever aos cristãos, provenientes de regiões pagãs da Ásia Menor, exorta-os com a intenção de confortá-los e solidificá-los na fé. Os que foram chamados por Deus, por meio do batismo, foram introduzidos numa nova condição de vida, devem viver uma vida santa como convém a todo batizado, formando assim um povo santo. Para isso, não devem temer Cristo, antes viver unidos entre si e com Cristo. Esta unidade é comparada a um edifício espiritual, que tem Cristo como a “pedra angular”, e cada um dos cristãos é “pedra viva”.
Pedro nos mostra que a comunidade é sacramento vivo da presença de Cristo. Como Jesus foi ressuscitado, os cristãos também o são. Mas como Jesus ressuscitou e se tornou a pedra viva, do mesmo modo, os cristãos se tornam pedras vivas que, unidas a Cristo, formam o templo vivo, onde todos oferecem sacrifícios que são agradáveis a Deus, através da própria vida.
A Igreja é uma comunidade de pessoas edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, do qual Cristo é a pedra angular. É a vocação sacerdotal dos cristãos, dos quais se espera que a sua vida seja um ato de culto que perpetua na história, em certo sentido, a oferenda que Jesus faz de si ao Pai. Todos participam da única mediação de Cristo, com testemunho das obras maravilhosas de Deus, cuja missão é oferecer a Deus o verdadeiro culto: uma vida vivida na obediência aos planos do Pai e no amor incondicional aos irmãos.

Irmãos e irmãs,
No Evangelho, João mostra que Jesus estabelece um diálogo com seus discípulos, com palavras de esclarecimento, confiança e segurança. São palavras que penetram fundo no coração e fortalecem a fé. São palavras que alimentam a oração e a prática de vida. O amor de Deus e de Jesus está vivamente expresso. Crer em Deus e crer em Jesus é fonte de paz para o coração e para a comunidade.
Assim, Deus, doador da vida, se manifesta inteiramente na pessoa e ação de Jesus – verbo Divino, caminho, verdade e vida. O ressuscitado apresenta-se como o caminho a ser seguido para chegar ao Pai, a verdade que não escraviza nem ilude e a vida que se doa plenamente a toda a humanidade. Ele nos mostra o caminho a seguir, a verdade a buscar e a vida a defender.
Jesus é o caminho que conduz ao Pai, a verdade que veio do Pai e a vida do Pai em nós. A presença de Jesus entre os homens é um convite à vida nova que Deus tem como projeto para todos: um caminho. Um caminho que é uma pessoa: Jesus. Jesus, caminho, verdade e vida. Um caminho que é permanecer no amor. No Amor de Deus que Jesus oferece e que serena. Um amor que faz obras. Um amor que se multiplica no nosso. Para descobrirmos o caminho que nos conduz à casa de Deus onde há muitas moradas. E morada para todos.
É a comunidade dos discípulos que seguem o “caminho” de Jesus – “caminho” de obediência ao Pai e de dom da vida aos irmãos. Os que acolhem esta proposta e aceitam viver nesta dinâmica tornam-se Homens Novos, que possuem a vida em plenitude e que integram a família de Deus. É o percurso da fé, neste mundo, no seguimento de Jesus, que é o caminho, a verdade e a vida que levam ao Pai. E esta fé comprometida com as obras de Jesus, na fraternidade, na misericórdia e na justiça, abre espaço para a morada do Pai e de Jesus em cada um. Pelo amor, na partilha e na solidariedade, vivido na missão e nas comunidades, os discípulos são levados por Jesus à comunhão na casa do Pai.

Amados irmãos e irmãs,
Ao preparar e consolar os discípulos para que estivessem preparados para a sua partida deste mundo, Jesus convida os discípulos a acreditar n’Ele e em Deus, bem como a confiar em seu regresso próximo, para também levá-los à casa do Pai: “Não se perturbe o vosso coração. Tendes fé em Deus, tende fé em mim também. Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fosse, eu vos teria dito. Vou preparar um lugar para vós e, quando eu for e tiver preparado um lugar, voltarei e vos levarei comigo, a fim de que, onde eu estiver, vós estejais também”.
É através da Pessoa de Jesus que os discípulos poderão conhecer o caminho. Assim, Jesus responde a Tomé com uma grande revelação: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim”. O caminho para Deus Pai é originariamente uma Pessoa: Jesus de Nazaré, cuja verdade é num relacionamento pessoal, resultado de uma experiência nascida a partir do encontro com o Cristo.
Jesus é a revelação pessoal do Pai. Mostra isso claramente a Filipe que lhe perguntara para ver o Pai: “Mostra-nos o Pai, e isto nos basta”. E o caminho da revelação do Pai, escolhido por Jesus, é a sua própria humanidade, iniciada na humildade da manjedoura e coroada com a ressurreição. A revelação que Jesus faz de Deus brota de sua experiência filial, de sua comunhão permanente e de sua fidelidade ao projeto do Pai. É nesta comunhão de amor e de vida plena, que circula entre o Pai e o Filho, da qual participa o Espírito Santo, que Jesus faz as obras que o Pai lhe confia e revela os ensinamentos que o Pai lhe pede. É desta comunhão que brota toda a autoridade e o conhecimento de Jesus a respeito de si mesmo, de sua missão, e o conhecimento de Deus: “Ninguém jamais viu a Deus: o Filho único, que está voltado para o seio do Pai, este o deu a conhecer”.
Os discípulos são animados a continuar a missão de Jesus, e assim cooperarão, ainda que de modo misterioso, na glorificação do Pai em seu Filho: “Em verdade, em verdade eu vos digo, quem acredita em mim farás as obras que eu faço e fará obras ainda maiores do que estas, porque eu vou para o Pai”.
Jesus é o caminho que conduz ao Pai, ao mistério de Deus Pai, ao mistério do Verbo encarnado, e ao mistério do Espírito Santo Paráclito. Jesus é o revelador do Deus a quem cremos e chamamos de “Deus cristão”. Ao revelar o caminho para Deus, num caminho de subida, e, pelo fato de ter vivido entre nós, num caminho de descida de Deus até nós, Jesus é também a revelação do ser humano. Em sua pessoa, cruzam-se os caminhos de Deus a nós, e de nós para Deus. Em Jesus, contemplamos a verdade a respeito de Deus e a verdade a nosso respeito, verdade que se estende e abrange toda a história. Ser um cristão que segue os caminhos trilhados por Jesus Cristo é um dom, um graça, a fidelidade ao seguimento de Jesus é fonte de alegria e de certezas, ou como diz o Documento de Aparecida: “A alegria do discípulo é antídoto frente a um mundo atemorizado pelo futuro e oprimido pela violência e pelo ódio. A alegria do discípulo não é um sentimento de bem-estar egoísta, mas uma certeza que brota da fé, que serena o coração e capacita para anunciar a boa nova do amor de Deus. Conhecer Jesus é o melhor presente que qualquer pessoa pode receber; tê-lo encontrado foi o melhor que ocorreu em nossas vidas, e fazê-lo conhecida com nossa palavra e obras é nossa alegria” (DA 29).
Jesus não apresenta apenas uma utopia, mas convida a percorrer um caminho historicamente concreto. Inspirada nos sinais que Jesus realizou, a comunidade cria novos sinais dentro do mundo, abrindo espaços de esperança e vida fraterna em Jesus, caminho, verdade e vida. Assim seja! Amém.

Um comentário:



  1. Boa noite!

    Vim te visitar e deixar minha mensagem:

    "Não há nada no mundo que me faça infeliz, desde que creio em Deus e em mim próprio, feito à imagem do criador". (Hans Willing)

    Que seus dias sejam abeçoados!

    Deus seja contigo!


    Blog Yehi Or!

    www.hajalluz.blogspot.com

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