domingo, 3 de abril de 2011

Pedagogia de vida nova: Jesus



Queridos irmãos e irmãs, Iluminados pela luz divina, somos convidados neste tempo quaresmal, a despertar para romper as trevas que impedem de olhar para além das aparências e não deixar-se cobrir por essas trevas, vivamos como filhos e filhas da luz, repletos da água do batismo antecipar a festa da ressurreição. Irmãos e irmãs, No livro de Samuel aponta-nos para as motivações de nossas escolhas, revelando o poder das aparências sobre nossas condutas e comportamentos que confundem a concretização dessas escolhas. Assim, apresentam-se elementos da realidade que ofuscam, valores até então consolidados, tais como: exercício do poder vinculado as qualidades pessoas, força, altivez, aparência física. Contrapondo a lógica humana, o olhar divino recai sobre valores que não visualizamos quando buscamos somente a compreensão humana. Dessa forma, é fundamental ir além das aparências, aberto a certeza da busca plena de Deus no humano. Caríssimos irmãos e irmãs, Paulo acolhe-nos como filhos e filhas da luz, pela graça do Pai. E na luz implica em atitudes concretas, vivenciadas no cotidiano da vida de bondade, justiça e verdade. Confronta-nos na perspectiva de reconhecermos sinais de trevas e luz em nossa caminhada, de modo que, é impossível vivermos como filhos da luz, num ambiente de trevas. Assim, inebriados pela luz de cristo, é urgente o compromisso para despertar e agir em nosso com meios com ações pessoas e comunitárias que testemunhem a nossa verdade, Cristo Jesus. Estimados irmãos e irmãs, João mostra a riqueza profética e transformadora do encontro com Jesus. E que assim como os discípulos questionam a condição dos cegos, atribuímos ao pecado, o que acontecem com as pessoas. Esquecemos do Deus-amor que nos cumula de sua bondade e que essas coisas acontecem para a manifestação plena de Deus no mundo. Então, Jesus diz: "sou a luz do mundo”, com essas palavras busca relacionar ao dia, marcado pela sua presença viva e a noite, pela paixão e morte. A ação de Jesus neste relato busca o encontro com o cego, aproxima-se, daquele que a sociedade rejeita; utiliza a terra, elemento da vida para curar, a mesma terra que geme em dores de parto, é a mesma terra que dá o sopro da vida, faz brotar a vida. Assim, o cego caminha para lavar-se, na água, símbolo do batismo-enviado: "banhados em Cristo, somos uma nova criatura, as coisas antigas já se passaram, somos nascidos de novo”; é preciso o nosso agir para impulsionarmos a mudança. As pessoas não o reconhecem, faz-nos pensar que pode ter haver uma mudança tão significativa quando experienciamos Jesus, que já não somos o mesmo, há uma mudança de vida, não só aparências, citada na primeira leitura, é mais contundente os sinais de vida. Ocorre, também, uma negação da transformação do excluído. E os fariseus colocam a lei acima da vida, questionando o acontecimento no sábado. Amados irmãos e irmãs, Como estamos cuidando daqueles que estão a margem? Quais nossas cegueiras diante dos excluídos? Os fariseus testemunham a cegueira da sociedade, que não reconhece os problemas que afetam o povo. E ainda não acreditam na transformação, questionam, buscam de todas as formas negar a manifestação da vida; interrogam o que era cego, mais de uma vez e também a sua família. E sua família impelida pelo medo, recua no testemunho da transformação. Porém, aquele que estava cego e agora vê, anuncia a transformação, vai vivenciando a mudança, tornando-se pleno, consciente de sua condição. E estabelece que fazer a vontade do Pai é condição essencial para que tenhamos sinais da presença de Deus em nossas vidas, concretizados nos gestos de entrega e amor, que transformam as relações sociais e de poder na sociedade. Vejamos que no novo encontro com Jesus, o que era cego, agora vê totalmente e faz uma linda profissão de fé: "Creio senhor”. Seus olhos abrem-se e reconhece Jesus, Salvador da humanidade. E Jesus afirma que veio a este mundo: “a fim de que os que não vêem vejam, e os que vêem se tornem cegos”. Nesse sentido, em nossa caminhada de conversão plena neste período quaresmal para celebrar a libertação, nosso olhar remete-nos a enxergar e lutar para transformar as mazelas sociais em vida para todos (as), ou seja, transformar sinais de morte em sinais de vida e também fecharmos os olhos para os interesses pessoais, que reforçam as exclusões e injustiças sociais. Os fariseus, defensores de uma instituição cega, rejeitam o testemunho do discípulo e o próprio projeto de Deus, mantém uma cegueira preconceituosa que mantém o povo num estado de alienação, mendicância e opressão. Não reconhecem os sujeitos, que caminham com Cristo e libertam-se das amarras que não deixam florescer a vida. Assim, com a Palavra viva Jesus, anunciamos: “Luz! Seja luz, Para aqueles que ainda precisam encontrar Jesus. Seja luz! Mostre ao mundo que vive nas trevas que existe uma luz É Jesus. É Jesus. Vem Espírito Santo, traz luz ao meu coração. Faz de mim um luzeiro pra vida do meu irmão. Vou semear a Sua paz. Quero ensinar o Seu amor. Unja-me dá-me a graça de ser o Seu servo, Senhor!” (Anjos de Resgate). Nesta pedagogia batismal, de vida nova em Jesus, que mostra os riscos e conflitos provocados pela fé comprometida em Jesus, assumamos a entrega total, com confiança, olhos de fé, sendo portadores de elementos que provoquem nosso meio. A vida precisa ser defendida em todas as suas formas e as contradições do moderno que agridem a vida; são elementos que nos mobilizam para a luta, vençamos as cegueiras da imobilidade e da incredulidade, caminhando, renovados pela presença viva de Jesus em nossas vidas. Assim seja! Amém.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Palavra em mim agradece, pois seu comentário é muito importante para a nossa caminhada dialógica.
Obrigado!