sábado, 30 de abril de 2011

Cristo ressuscitou: eu creio num mundo novo




Irmãos e irmãs,


Neste período pascal, celebramos a Páscoa de Jesus que se manifesta em todas as pessoas e grupos que promovem a reconciliação e a paz em nosso meio. Unidos a Cristro Ressuscitado, bendigamos o Papa João Paulo II, em sua beatificação e o glorioso São José, contemplando a todo trabalhador (a). Assim, percebemos que é na comunidade reunida que o Ressuscitado se manifesta. Ele vem até nós, vence os nossos medos, nos dá a sua paz e sopra sobre nós o seu Espírito.



Queridos irmãos e irmãs,
A leitura dos atos dos apóstolos estimula-nos a traçar o perfil de nossas comunidades, comparando-as com a dos primeiros cristãos, cujas bases eram o conhecimento de Jesus Cristo, a fraternidade, a partilha, a Eucaristia e o louvor a Deus. Assim, nas primeiras comunidades cristãs, todos os que abraçavam a fé viviam unidos e colocavam tudo em comum. As relações assim constituídas em alegria, fraternais, solidárias e comunais.

Caríssimos em Cristo,
A carta de Pedro ilumina a realidade dos cristãos dispersos, ensinando-os a resistir no Senhor, em nome da fé e do amor, contra todo tipo de sociedade que não traduz o projeto de Deus, que é vida e liberdade para todos. Pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, ele nos fez nascer de novo para uma esperança viva. Pela fé, somos revestidos da glória de salvação que se revela em manifestação plena de Cristo Jesus.

Irmãos e irmãs,
No evangelho João apresenta a aparição de Jesus, cumprindo assim a promessa de seu retorno. É a hora da sua exaltação e glorificação. O medo impede o anúncio e o testemunho, os discípulos tinham medo dos judeus e por isso estavam com as portas fechadas. O evangelho questiona nossas comunidades “de portas fechadas”. Como ser comunidade messiânica no mundo em que vivemos? O que significa ter fé amadurecida
em nossa sociedade?
Jesus liberta do medo, mostrando que o amor doado até à morte é sinal de vitória e alegria. Jesus, ao se fazer presente no meio deles, a primeira coisa que diz é a paz esteja com vocês. Como ter certeza de que aquele que apareceu como Ressuscitado é o mesmo que foi Crucificado? João relata que “Jesus lhes mostrou suas mãos e seu lado”. Quer dizer, podem me identificar, sou o mesmo que crucificaram e sepultaram; o corpo não foi roubado pelos judeus. Jesus Cristo vive na glória celestial.
A alegria dos discípulos se transformará logo em um sinal permanente do encontro com Jesus Ressuscitado. O reconhecimento da presença viva dele, no meio da comunidade, terá como selo a alegria, a felicidade permanente.
Posteriormente, convoca os discípulos para a missão no meio do mundo, infunde neles o Espírito da vida nova e mostra-lhes a missão. O envio é significativo, Jesus disse: “Como o Pai me enviou, assim também eu vos envio”. Da mesma forma que o Pai o enviou, assim também Jesus os envia. A missão de Cristo se prolonga na missão dos seus seguidores. Qual é essa missão? Continuar a atividade dele, provocando o julgamento; primeiro, a recepção do Espírito Santo e depois, o perdão dos pecados. Este poder de perdoar os pecados se expressa no dom do Espírito que será concedido a todos os que crerão graças à missão dos discípulos que se uniram à comunidade salvadora da Igreja. Cumpre-se um dom prometido: a recepção do Espírito Santo, enviado pelo Pai e pelo Filho. Será no Pentecostes a grande manifestação do Espírito Santo, mesmo assim, Jesus ressuscitado adianta este dom, que só Ele pode entregar.

Amados irmãos e irmãs,
Tomé não estava no primeiro momento em que Jesus apareceu. Então, não acredita nos discípulos, duvida não só da ressurreição, mas do testemunho dos discípulos. Jesus se apresenta de novo a Tomé para que veja, olhe as suas mãos e o seu lado e com firmeza lhe diz: “Em vez de duvidar, deves crer”. Diante disso diz: “Meu Senhor e Meus Deus”. Imediatamente Jesus pronuncia uma benção especial para todos os demais crentes que virão depois: “Felizes os que confiam em mim sem haver visto”. Tomé assim é repreendido por exigir um sinal antes de se decidir a acreditar, pois, felizes os que creram sem ter visto. A bênção final insiste no feito de que a fé dos cristãos que acreditaram sem ter visto não se diferencia em nada da fé dos primeiros discípulos. A fé de todos eles se fundamentará na presença do Senhor pelo Espírito.
A aceitação ou recusa do amor de Deus, trazido por Jesus, é o critério de discernimento que leva o homem a tomar consciência de libertação ou de condenação. Tomé simboliza aqueles que não acreditam no testemunho da comunidade e exigem uma experiência particular para acreditar. Jesus, porém, se revela a Tomé dentro da comunidade. Todas as gerações do futuro acreditarão em Jesus vivo e ressuscitado através do testemunho da comunidade cristã.

Irmãos e irmãs,
Crer no Senhor Ressuscitado, sem tê-lo visto, diz respeito a todos os cristãos, é bem-aventurança, consiste em dar crédito ao testemunho de quem "viu" o Senhor, e anunciou que ele está vivo. A tradição cristã, foi se formando a partir do testemunho dos primeiros cristãos, que saíram pelo mundo inteiro para anunciar que o Senhor ressuscitou, testemunhando o fato, não só com palavras, mas também com a vida. O testemunho de fé - palavra e vida - da comunidade é o caminho que se chega a Jesus. Portanto, cada cristão deve estar convicto de que é mediação da experiência do Ressuscitado, para todas as pessoas com quem se defronta. Quando o cristão, realmente, entende a dinâmica da ressurreição, e a deixa transformar sua vida, torna-se uma prova convincente de que o Senhor está vivo, e sua presença tem a força de mudar, radicalmente, a vida de quem o acolhe. Este testemunho atrairá muitas pessoas para a fé. Assim, embora não vejamos Jesus ressuscitado com os nossos olhos, é possível acolhê-lo na fé, e testemunhar que ele, de fato, está no meio de nós.
Uma nova forma de vida aparece no mundo depois da ressurreição, a comunidade dos que crêem, dos que são seus discípulos e também serão suas testemunhas na missão. É um novo jeito de vida e de ser Igreja, de modo que possamos canta e viver: “Eu creio num mundo novo, pois Cristo ressuscitou! Eu vejo sua luz no povo, por isso alegre sou”. Então, neste Domingo iluminado pela misericórdia, nosso trabalho missionário é suscitar a fé em Jesus como o Messias e Filho de Deus, fonte de vida eterna, Jesus segue presente no meio da Igreja; essa é a grande revelação para o mundo. Assim seja! Amém.


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