Sagrada Família...Deus em nossa família

Queridos irmãos e irmãs,
Como pastores, vamos a Belém encontrar o menino Jesus com Maria e José. Louvamos ao Pai por Jesus ter nascido de uma família humana, trazendo esperança para todas as famílias da terra. Há um convite neste Santo Domingo: experimentar Deus em família.

Irmãos e irmãs,
O livro do Eclesiástico mostra que o respeito e o cuidado para com os pais preservam a consciência viva da identidade de um povo. Sugere que façamos com os pais, fonte de nossa vida, o que eles fizeram um dia conosco: “tomá-los no colo”.
O que isso significa para nós, frequentemente habituados a agir como a sociedade do consumo e do descartável, que valoriza as pessoas somente enquanto capazes de produzir?

Caríssimos em Jesus amado,
Paulo revela que a transformação é coisa prática, é fundamental deixar as ações que visam o egoísmo, aos próprios interesses, em troca de ações a serviço da reconciliação mútua e do bem comum. Se somos bons, nossas comunidades e famílias serão ótimas. O texto da carta aos Colossenses ajuda a iluminar as relações na comunidade e família e convoca-nos a refletir: quais são os fatores de união e desunião em nossas famílias e comunidades?
Paulo exorta a comunidade a viver plenamente a proposta salvífica de Cristo Jesus, relacionando fraternalmente, construindo novas relações baseadas em amor que brota no coração de quem ama mutuamente e segue as Palavras do mestre Jesus, aquele que nasce e renova nossa certeza, vida nova para a humanidade.

Amados irmãos e irmãs,
Mateus apresenta o significado de toda a vida e ação de Jesus. Mostrando o lugar da Terra Prometida, que torna-se novo Egito, lugar de opressão. Assim, Jesus será o novo Moisés, vai liderar o processo de libertação das estruturas que oprimem e escravizam o povo de Deus.
Com Jesus começa o êxodo definitivo, a libertação chega em toda a sua essência para a humanidade. A família de migrantes e refugiados políticos torna-se o berço de onde Jesus começa o êxodo par a liberdade e a vida de todos. Isso faz que com que questionamos: quando e como chegará ao fim o sofrimento das famílias brasileiras?
O Evangelho faz com que façamos uma re-leitura dos sinais de graça e salvação que a Sagrada Família carrega consigo, menino-Jesus, verbo Divino presente na história terrena, que assim como milhares de família, tem que migrar para não sofrer com as mazelas que a sociedade nos impõe: perseguição, violência, fome, sofrimento, exclusão social.

Irmãos e irmãs,
Em meio às perseguições, Maria, José e Jesus escutam sempre a voz que vem de Deus. Há uma certeza, nessa esperança, que se traduz em firmeza, determinação dessa família, que faz a vontade do Pai, perseveram na fé e caminhada.
O Natal que celebramos faz acontecer a vida da Sagrada Família na vida de nossas famílias que buscam na Palavra e na ação, viver a santidade que o menino Jesus, aquele que salva, Deus-conosco, anuncia com sua chegada para sempre em nossas famílias.
É Natal: “Revelaram ao meu coração, se souberam receber Jesus, do seu peito surge uma luz, em volta dessa luz vamos ficar, todos os anjos a cantar”. Bendizemos ao Filho Amado, Glorias sejam dadas para todo o sempre! O Salvador vive em nosso meio!
A Sagrada Família ensina-nos que com seu amor, superar obstáculos, fé aliada ao desejo de servir ao Pai, comprometimento pleno com o mundo novo, que se prenuncia em Cristo Jesus. Contemplamos, experimentamos Deus em nossa família e cantamos: “Olhando a Sagrada Família, / Jesus, Maria e José, / saibamos fazer a partilha dos gestos de amor e de fé”. Assim seja! Amém.