domingo, 3 de outubro de 2010

Fé...grão de mostarda

Queridos irmãos e irmãs,
Mês missionário! Que questiona-nos sobre a nossa fé, remove montanhas ou deixa-se levar pelas dificuldades e não suporta os obstáculos e sofrimentos? Há um forte apelo ao crescimento, ao aumento de nossa fé, o encontro na casa do Pai nos ajuda a manter nossa fé cada vez mais viva, mais ardente em Deus.

Irmãos e irmãs,
A primeira leitura mostra como, segundo o projeto de Deus, pode-se pôr fim à escalada da violência e da opressão dentro e fora da comunidade. È um alerta para o momento em que vivemos: é possível pôr fim à impunidade, corrupção e injustiça?
O profeta constata o caos social: os fortes oprimem os fracos. Estes recorrem ao tribunal, mas a justiça está esquecida e o direito é distorcido. E Deus, ignora isso tudo.
Até quando Deus vai esperar para agir?
Deus agirá no tempo certo. O que importa é que o justo tome consciência e se mantenha fiel, pois, é através da fidelidade do justo que Deus agirá, realizando a justiça, libertando os oprimidos e injustiçados. Se há um prazo que parece ser longo, é porque Deus quer agir com o homem, respeitando sua liberdade.

Caríssimos irmãos e irmãs,
A segunda leitura estimula-nos a reavivarmos o dom que recebemos, que sejam reavivados os carismas em vista da evangelização, testemunhando o evangelho. Por outro lado, mostra que o cristão recebeu herança para participar, que será conservada à custa de sofrimentos, na docilidade ao Espírito.
Paulo nos mostra que a vocação cristã é dom gratuito de participação no projeto de Deus: projeto de salvação feito desde a eternidade, manifesto em Jesus Cristo e entregue a todos pelo anúncio do Evangelho. O Espírito garante o discernimento que faz compreender o núcleo fundamental da fé, isto é, o testemunho de Jesus Cristo, e como concretizá-lo em novas situações históricas, com fé e vida.

Amados em Cristo,
O Evangelho ajuda-nos a ver as raízes das crises e dos tropeços comunitários e como erradicá-las. Mostra, também, qual é o espírito que deve animar qualquer tarefa de evangelização dentro e fora da comunidade. Há, de fato, gratuidade em tudo o que fazemos?
Somos impelidos a atitude de estar desinteressadamente a serviço de Deus, renovados pelo poder da fé. Fé madura, que nasce da esperança, cresce na obediência à palavra de Deus e se manifesta na gratidão.
Lucas nos revela no Evangelho a comparação feita pelo Mestre Jesus entre a fé e o grão de mostarda. Revela-nos o contraste entre a pequenez da semente de mostarda e a dimensão do que ela pode produzir.
Jesus, após o pedido dos apóstolos: “aumenta a nossa fé!”, ensina-nos sobre a semelhança entre a fé e uma semente. Jesus não disse do tamanho de um grão, mas como um grão.
Mas como fazer crescer a fé? Os apóstolos pedem a Jesus que faça sua fé aumentar, só que Ele não faz nada pela fé deles; Ele simplesmente ensina-os que a responsabilidade de aumentar a fé não era de Deus, mas deles mesmo!

Irmãos e irmãs em Cristo,
O grão de mostarda, símbolo de nossa fé revelado por Jesus, é uma semente proveniente da mostardeira, uma planta de utilidade comestível e medicinal. A farinha desta semente quando misturada ao azeite era utilizada pelos judeus antigos no tempero de seus alimentos e na cura de certas enfermidades. A semente tinha este propósito apenas se fosse triturada. De igual modo, quando nossa fé cristã é triturada por DEUS, a ponto de chegarmos ao pó, mostra-nos que ELE quer que nossa vida produza tempero, sabor, aroma, e cura na vida daqueles que nos rodeiam, quando somos untados com o azeite, símbolo do ESPIRITO SANTO.
A mostarda também é classificada pelos botânicos como uma planta da família das crucíferas. Certamente Jesus sabia deste diríamos detalhe. As crucíferas compreendem a família das plantas cuja flor tem uma corola caracterizada pela disposição de suas quatro pétalas em forma de CRUZ.
Este detalhe revela-nos algo mais lindo ainda. DEUS semeou sua única semente, que cresceu como uma planta vistosa, formando uma flor que morreu com morte de cruz para produzir frutos, e frutos em abundância.

Caríssimos,
Se o grão de mostarda tivesse a possibilidade de olhar para si mesmo e conseguisse se enxergar, teria tudo para desanimar, pois em si mesmo não teria nada a apresentar. E assim é também, muitas vezes, em nossa vida: olhamos para nós e vemos uma fé relativamente pequena, limitada, e então ficamos desanimados. Mas o grão de mostarda não faz isso. Ele não olha para si mesmo para então desanimar. Não, ele simplesmente se deixa plantar na terra, ali começa a crescer, e finalmente se torna aquilo que deve ser, ou seja, uma árvore em cujos ramos "aninharam-se as aves do céu" (Lc 13.19).
A fé verdadeira estuda, examina, e cresce sempre no conhecimento e na vivência do Evangelho de Jesus. Fé: "É a CERTEZA das coisas que se esperam, e a prova das coisas QUE NÃO SE VÊEM" (Hb 11.1).
Traga ao Senhor a sua fé como um grão de mostarda, e Ele virá ao seu encontro de maneira totalmente nova. Entregando o pouco de fé que você possui, Ele terá condições de "lançar no mar" as montanhas de sua vida! Não adianta termos fé, se não for uma fé na qualidade e na proporção desta semente, que é JESUS. Portanto, não é o tamanho de nossa fé que faz a diferença, mas a fé como um grão de mostarda num grande Deus! Assim seja! Amém.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Palavra em mim agradece, pois seu comentário é muito importante para a nossa caminhada dialógica.
Obrigado!