domingo, 26 de setembro de 2010

O rico e Lázaro: Deus fez opção pelos pobres

Queridos irmãos e irmãs,
É o dia da bíblia! Neste dia da Palavra, Deus nos dirige forte apelo a conversão, o convite a passar da avareza para a partilha e do egoísmo para a solidariedade. Escutando a voz dos profetas, dos que anunciam a boa nova.

Amados em Cristo,
O profeta Amós mostra que a classe dominante se mantém numa vida de privilégios, às custas da exploração do povo. Todavia, o profeta assegura que isso tudo terá um fim. É um alerta a sociedade de consumo que não se preocupa com a ruína do povo. A opção pelos pobres é a razão de ser, comunidade cristã. Faz-nos questionar: Por que há tantos sem teto, sem terra, moradores de rua, com fome?

Caríssimos em Cristo,
Paulo nos alerta que o cristão deve estar sempre atento para não ser enganado pelas falsas seguranças. Exorta-nos a viver com sobriedade, compromissado com a verdade, perseverança e mansidão. Tendo em, vista, a conquista da vida eterna em Cristo Jesus, para a qual fomos chamados à luz da Palavra e de nossa caminhada..

Irmãos e irmãos,
O Evangelho de Lucas apresenta a parábola do rico e do pobre Lázaro. A parábola traça um contraste entre o rico que não confiava em Deus e o pobre que nele depositava confiança. O problema não estava no fato do homem ser rico, mas sim por ser egoísta, não partilhar os bens concedidos por Deus. A má administração dos bens concedidos por Deus havia afastado o rico da verdadeira riqueza, que é a vida eterna, esqueceram do segundo objetivo que se encerra na lei de Deus: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”.
Ao descrever a parábola “Cristo desejava que Seus ouvintes compreendessem a impossibilidade de o homem assegurar a salvação da alma depois da morte”. “Esta vida é o único tempo dado ao homem para preparar-se para a eternidade”. Observamos que Lázaro não foi para um lugar de sofrimento eterno porque deu ouvidos às Escrituras. A condição apontada por Abraão ao rico sofredor, para que seus irmãos não fossem parar no mesmo lugar que ele foi a de que dessem ouvidos a Moisés e aos profetas. Moisés e os profetas era uma expressão de Jesus e dos judeus para se referirem às Escrituras do Antigo Testamento. Mas deveriam dar ouvidos em que sentido? Certamente no sentido de reconhecer o Messias como Salvador de suas almas.
Pode-se ainda afirmar à luz nos tempos de Jesus, que Lázaro foi salvo por ser conhecido de Jesus. Em nenhum momento da parábola Jesus cita o nome do rico, mas citou várias vezes o nome do pobre. Citar o nome significava ser conhecido de quem fez referência ao nome. E Jesus ensinou que só dará a vida eterna a quem for conhecido dele, quando disse que dá a vida eterna às suas ovelhas, às quais conhece e das quais é conhecido (Jo 10:14,15). Lázaro, apesar de ter aparência de desamparado, era um homem com a salvação garantida porque dera ouvidos às Escrituras, depositara a sua fé no Messias e, por isso, se tornara uma ovelha conhecida de Jesus Cristo.

Amados irmãos e irmãs,
A parábola é uma crítica à sociedade moderna e de classe, onde o rico vive na abundância e no luxo, enquanto o pobre morre na miséria. O rico deve abrir seu coração a Palavra de Deus, separando o abismo entre o pobre, levando-o a voltar-se para o pobre. Remete-nos a exigência de profunda transformação social, para criar uma sociedade onde haja partilha de bens entre todos. Temos que buscar formas alternativas no uso dos bens na comunidade, por exemplo, mutirões. E fazer a opção política para separar o abismo entre ricos e pobres.

Caríssimos,
Não há maior insulto a Deus do que a indigência dos pobres ao lado do luxo desenfreado dos ricos. A Palavra de Deus nos ilumina a respeito do bom uso dos bens materiais. Que possamos cantar e viver a exemplo das primeiras comunidades cristãs: “Os cristãos tinham tudo em comum, dividiam seus bens com alegria. Deus espera que os dons de cada um, se repartam com amor no dia a dia. Deus criou este mundo para todos, quem tem mais é chamado a repartir”.
O rico e Lázaro: Deus fez opção pelos pobres. Que o Espírito do Senhor abra-nos os olhos e os ouvidos para ver a realidade e escutar o clamor dos Lázaros sofredores, que pedem alguma migalha para saciar a fome. Assim seja! Amém.

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