Logo após o Credo, quem
preside nos convida a elevar ao Pai os nossos pedidos, nossas preces e nossa súplica
pela salvação, hoje.
Inspirados na
recomendação de Paulo: “...apresentai a Deus todas as vossas necessidades pela
oração e pela súplica, em ação de graças” (Fl 4,6) e exercendo nossa missão de
povo sacerdotal, de pé, erguemos nossa voz, não só para expressar pedidos
individuais, mas a súplica de todo o povo de Deus, de toda a humanidade, principalmente
dos mais necessitados e sofridos que clamam por libertação e vida digna.
Nas leituras bíblicas e
na homilia ouvimos e acolhemos o relato da ação salvadora de Deus no passado e
no presente. Uma nova luz foi projetada sobre nossa vida e nossa realidade,
confrontando-as com o projeto de Deus. O evangelho, a boa nova da salvação nos
foi anunciado com o apelo amoroso de ajustarmos nossa vida à proposta de Jesus.
E percebemos o quanto ainda nos falta para que seu Reino se realize plenamente
entre nós.... Por isso, pedimos e suplicamos, apresentando necessidades,
angústia, dor e desejos...
Alargando a oração,
expressamos também a esperança e o clamor de tantas pessoas que, apesar de muitas
carências, confiam em Deus: doentes, crianças e idosos abandonados, moradores
de rua, presos, desempregados, dependentes de drogas, pessoas angustiadas, famintas
e solitárias. Dirigimos as preces a Deus Pai em nome de Jesus. Uma pessoa faz
uma prece e todos respondemos, assumindo-a como sendo a nossa prece comum. A
prece individual torna-se comunitária, torna-se prece da comunidade, oração
universal: “Senhor, escutai a nossa prece!”... “Senhor, ouvi nosso clamor”!
Formamos com Jesus um
só corpo, por isso, as preces são o clamor, a prece do próprio Cristo. Seu grito
na cruz continua ecoando no grito de quem sofre. Ressuscitado, ele continua
intercedendo continuamente junto do Pai por todos nós. “Também o Espírito vem
em auxílio de nossa fraqueza porque não sabemos pedir o que convém. O próprio
Espírito suplica por nós com gemidos inefáveis; só ele sabe o que é preciso
pedir, só ele conhece o coração de Deus”(cf. Rm 8,26-27).
Não se trata, portanto,
de simplesmente ler as preces que vêm escritas em folhetos. Elas devem brotar do
fundo do coração, tocado pela Palavra de Deus e movido pelo seu Espírito, no
momento da celebração. As preces, que já vêm prontas no folheto ou no missal, podem
até ajudar, mas não dispensam a oração que brota da comunidade celebrante, que
ouviu com atenção a Palavra e, com fidelidade, deseja vivê-la. É necessário, então,
deixar espaço para a participação com preces espontâneas ou mesmo feitas em
silêncio. E quem preside finaliza com uma oração conclusiva, apresentando-as ao
Pai por meio de Jesus.
É muito bom que a
resposta às preces seja cantada. Isso ajuda a criar uma atitude mais profunda de
oração, uma relação mais afetuosa com Deus Pai. O canto atinge todo o ser, nos
une mais intimamente uns aos outros e com Deus na oração. O lugar apropriado
para apresentar as preces é o ambão ou mesa da Palavra. É sobretudo, através
das preces, que a comunidade revela a intensidade com que a Palavra de Deus
ecoou em seu coração, suscitou-lhe um desejo sincero de vivê-la e como corpo de
Cristo, continuar sua ação libertadora no mundo.
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