Deus nos reúne como
assembleia, para dialogar conosco e nos comunicar seus segredos, a Boa-Notícia
que nos faz viver livres, fraternos e felizes.
Sua Palavra não é um
conjunto de vocábulos ou uma sequência de textos escritos e lidos. Ela é sempre
(dabar) acontecimento, ação concreta a favor da vida, da libertação, da
salvação de seu povo. Na Liturgia, esta Palavra é celebrada, é festejada e
constitui uma ação simbólico-ritual central, um só ato de culto com o rito
eucarístico.
Como Deus nos fala no
rito da palavrada celebração eucarística?
Ele nos fala,
primeiramente nos acontecimentos, onde se realiza a páscoa-vida e, que
agradecidos, trazemos para celebrar, reconhecendo neles a ação amorosa de Deus.
A vida, portanto, deve ser o primeiro livro a ser lido em nossas celebrações.
Isto poderá ser feito, após a saudação inicial, como recordação da vida, ou
abrindo o rito da palavra, antes da proclamação dos textos bíblicos.
Deus nos fala, também,
pelas Sagradas Escrituras, nos dois testamentos, com textos escolhidos,
proclamados e meditados como palavra viva e atual. Como afirma o documento do
Concílio Vaticano II sobre a liturgia: “É Cristo quem fala” (SC 7). E sua fala
é ação libertadora (dabar) que nos ajuda a compreender os fatos da realidade, a
corrigir os rumos, nos anima e dá força para prosseguirmos na caminhada,
testemunhando e realizando a páscoa na história. Por isso, o leitor/a afirma
após as leituras: “Palavra do Senhor” e depois do evangelho: “Palavra da Salvação”,
ou seja, acontecimento que nos salva, nos faz passar da morte para a vida!
Palavra, canto,
silêncio e gestos constituem as ações simbólicas do rito da Palavra que tem a
proclamação do evangelho como ponto alto. A primeira leitura é um texto, em
geral, do primeiro testamento e sempre escolhido em relação ao evangelho
daquele domingo. O salmo, que vem a seguir, é escolhido como eco, como resposta
à primeira leitura. Trechos significativos das cartas apostólicas, do segundo
testamento, são oferecidos na segunda leitura. O canto de aclamação é um verso
baseado ou tirado do próprio evangelho.
De domingo a domingo,
vamos sendo alimentados pelo Senhor, com o Pão da Palavra, que nos revela seu
mistério, que nos comunica sua força e nos transforma em suas testemunhas.
Com a homilia, o
diálogo entre Deus e seu povo continua. Através de quem preside ou da pessoa
que faz a homilia, Deus vai como que desvendando, dando-nos um novo olhar sobre
nossa vida, ajudando-nos a interpretar nossa realidade, nos interpela e nos
leva a aderir com renovado ardor à boa-nova do Reino. Os acontecimentos vividos
e interpretados à luz das Escrituras, tendo como referência Jesus e o mistério
de sua páscoa, são os elementos indispensáveis do rito da palavra.
Movida pela Palavra de
Deus proclamada, ouvida, entendida e acolhida no íntimo de cada pessoa, a
comunidade faz ecoar, livre e corajosa sua adesão, na profissão de fé pelas preces,
une-se a Cristo, suplicando ao Pai pelas suas necessidades e pelas “urgências” do
mundo.
Maria de Lourdes
Zavarez - Fonte: CNBB - www.cnbb.org.br
Os elementos da liturgia em nossas comunidades -
aparecem nas indagações - quanto a forma e essência.
Contribuindo com algumas reflexões, postaremos alguns
textos que versam sobre esta temática.
palavraemmim.blogspot.com
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