Irmãos
e irmãs,
Neste
Santo Domingo, somos convidados a refletira: “e nós, que devemos fazer?” O que
significa preparar o “caminho” por onde o Senhor vem? Questionar os nossos
limites, comodismo e operar uma verdadeira transformação da nossa vida no
sentido de Deus.
A
primeira leitura mostra-nos que foi revogada a sentença que condenava Judá. O
amor de Deus pelo seu Povo venceu. A partir de agora, Deus residirá no meio do
seu Povo; e essa nova comunhão entre Javé e Judá é uma garantia de segurança,
de felicidade e de vida em plenitude. Mais: o amor de Deus – esse amor que nada
consegue desmentir nem apagar – vai renovar o coração do Povo e fazer com que
Judá volte para os caminhos da “aliança”; e o próprio Deus Se alegrará com essa
transformação.
Assim,
sugere que, no início, no meio e no fim desse “caminho de conversão”,
espera-nos o Deus que nos ama. O seu amor não só perdoa as nossas faltas, mas
provoca a conversão, transforma-nos e renova-nos. É convite à alegria: Deus
está no meio de nós, ama-nos e, apesar de tudo, insiste em fazer caminho conosco.
A
segunda leitura revela-nos nas atitudes corretas que devem marcar a vida de
todos os que querem acolher o Senhor: alegria, bondade, oração. A primeira e
mais importante recomendação de Paulo é um convite à alegria. Trata-se de algo
tão fundamental, que Paulo repete duas vezes no espaço de um versículo:
“alegrai-vos”. É uma alegria que resulta da presença salvadora do Senhor Jesus
no meio dos homens, a propósito do nascimento de Jesus em Belém.
Depois,
Paulo acrescenta outras recomendações: a bondade, a confiança, a oração de
súplica e de ação de graças. São estas algumas das atitudes que devem
acompanhar o cristão que espera a vinda próxima do Senhor: alegria, porque a
sua libertação plena está a chegar; tolerância e mansidão para com os irmãos;
serena confiança em Deus; diálogo com Deus, agradecendo-Lhe os dons e apresentando-Lhe
as suas dores e dificuldades.
No
Evangelho, Lucas apresenta sugere três aspectos onde a transformação é
necessária: é preciso sair do nosso comodismo e aprender a partilhar; é preciso
quebrar os esquemas de exploração e de imoralidade e proceder com justiça; é
preciso renunciar à violência e à prepotência e respeitar absolutamente a
dignidade dos nossos irmãos. O Evangelho avisa-nos, ainda, que o cristão é “batizado
no Espírito”, recebe de Deus vida nova e tem de viver de acordo com essa
dinâmica.
A
primeira parte do Evangelho mostra-nos as pessoas as perguntando: “o que
devemos fazer”? Isto sugere uma abertura à proposta de salvação que vem de
Deus. João Batista propõe, então, três atitudes concretas para quem quer fazer
a experiência de conversão e de encontro com o Senhor que vem: ao povo em
geral, João Batista recomenda a sensibilidade às necessidades de quem nada tem
e a partilha dos bens; aos publicanos, pede que não explorem, que não se deixem
convencer por esquemas de enriquecimento ilícito, que não despojem ilegalmente
os mais pobres; aos soldados, pede que não usem de violência, que não abusem do
seu poder contra fracos e indefesos… Repare-se como João Batista põe em relevo
os “crimes contra o irmão”: tudo aquilo que atenta contra a vida de um só homem
é um crime contra Deus; quem o comete, está a fechar o seu coração e a sua vida
à proposta libertadora que Cristo veio trazer.
Na
segunda parte do Evangelho, João Batista anuncia a chegada do batismo no
Espírito Santo, contraposto ao batismo “na água” de João. O batismo de João é,
apenas, uma proposta de conversão; mas o batismo de Jesus consiste em receber
essa vida de Deus que atua no coração de homens e mulheres, transforma-nos do velho
ao novo, faz sair do egoísmo e fechado em si, para um homem novo e uma nova
mulher, capazes de partilhar a vida e amar como Jesus. Faz-se, aqui, referência
a essa transformação que Cristo operará no coração de todos os que estão
dispostos a acolher a sua proposta de libertação: começará, para eles, uma nova
vida, uma vida purificada - fogo, uma vida de onde o pecado e o egoísmo foram
eliminados, uma vida segundo Deus. Para Lucas, este anúncio do profeta João
concretizar-se-á plenamente no dia de Pentecostes.
Portanto, o Evangelho
faz-nos refletir que nossa vida deve ser uma preparação contínua para o
encontro com Cristo. O nascimento de Jesus torna-se encontro comunitário e
pessoal, pois, a salvação é todos. Preparemo-nos com alegria e esperança para
este tempo especial do Advento! Tempo de espera e da certeza do Natal em nossos
corações. É tempo de esperança e certeza. Vem vindo aquele que sempre vem, que
batiza com o Espírito Santo; é renovar nossos corações na mesma esperança, que
animou, durante tantos séculos, a caminhada do povo de Deus, desatando as correias de nossas sandálias. Assim seja! Amém
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