Neste Domingo, nosso
coração se enche de alegria e esperança neste Tempo do Advento. Assim, somos
convidados, a nos manter vigilantes, na expectativa da vinda do Senhor. Na
alegria do encontro vamos nos preparar para o grande dia do nascimento do nosso
Salvador.
Na primeira leitura,
pela boca do profeta Jeremias, o Deus da aliança anuncia que é fiel às suas
promessas e vai enviar ao seu Povo um “rebento” da família de David. A sua
missão será concretizar esse mundo sonhado de justiça e de paz: fecundidade,
bem-estar, vida em abundância, serão os frutos da ação do Messias.
O futuro anunciado pelo
profeta, da descendência de David, será o “ungido” de Deus. Terá por missão
restaurar a “justiça” e transmitir a abundância de vida e de salvação ao Povo
de Deus. Por isso, chamar-se-á “o Senhor é a nossa justiça” - “Javé”: por ele,
Deus garante ao seu Povo um futuro fecundo, de justiça, de bem-estar, de
salvação.
Desta forma, a primeira
leitura aponta um dos compromissos deste Advento: trabalhar para construir uma
sociedade justa. Essa é a vontade de Deus. A prática da justiça passa pela
organização da comunidade, pela reivindicação dos direitos dos empobrecidos e marginalizados,
pela mobilização de todos.
A segunda leitura
mostra-nos que apesar de tudo o que Deus já edificou no coração dos crentes de
Tessalônica, a caminhada cristã destes não está concluída. Há que “progredir
sempre”, sobretudo no amor para com todos. Só nesta atitude de não conformação
será possível esperar a “vinda de nosso Senhor Jesus Cristo”. Desta forma, há
um convite de não deixarmos instalar a mediocridade e o comodismo, mas esperar
numa atitude ativa a vinda do Senhor. É fundamental, nessa atitude, a vivência
do amor: é ele o centro do nosso testemunho pessoal, comunitário, eclesial.
O Evangelho
apresenta-nos Jesus, o Messias filho de David, a anunciar a todos os que se
sentem prisioneiros: “alegrai-vos, a vossa libertação está próxima. O mundo
velho a que estais presos vai cair e, em seu lugar, vai nascer um mundo novo,
onde conhecereis a liberdade e a vida em plenitude. Estai atentos, a fim de
acolherdes o Filho do Homem que vos traz o projeto desse mundo novo”. É
preciso, no entanto, reconhecê-l’O, saber identificar os seus apelos e ter a
coragem de construir, com Ele, a justiça e a paz.
Portanto, à vinda do
Filho do Homem “com grande poder e glória”, convida-nos a cobrar ânimo e a
levantar a cabeça porque “a libertação está próxima”. O projeto de
salvação/libertação da humanidade, concretizado nas palavras e nos gestos de
Jesus, é apresentado como o “resgate” de uma humanidade prisioneira do egoísmo,
do pecado, da morte. Trata-se, portanto, da libertação de tudo o que escraviza
homens e mulheres os impede de viver na dignidade de filhos de Deus.
A mensagem proposta aos
discípulos é clara: espera-vos um caminho marcado pelo sofrimento, pela
perseguição; no entanto, não vos deixeis afundar no desespero porque Jesus vem.
Com a sua vinda gloriosa, de ontem, de hoje, de amanhã, cessará a escravidão
que vos impede de conhecer a vida em plenitude e nascerá um mundo novo, de
alegria e de felicidade plenas.
Os “sinais”
catastróficos apresentados não são um quadro do “fim do mundo”; são imagens
utilizadas pelos profetas para falar do “dia do Senhor”, isto é, o dia em que
Javé vai intervir na história para libertar definitivamente o seu Povo da
escravidão, inaugurando uma era de vida, de fecundidade e de paz sem fim. O
relato de Lucas destina-se, portanto, não a amedrontar, mas a abrir os corações
à esperança: quando Jesus vier com a sua autoridade soberana, o mundo velho do
egoísmo e da escravidão cairá e surgirá o dia novo da salvação/libertação sem
fim.
Portanto, o Evangelho
ensina-nos a não esperar passivamente a vinda do Filho do Homem. É preciso "estar atento" a essa
salvação que nos é oferecida e aceitá-la. - É necessário reconhecer Jesus que
vem nos sinais da história, no rosto dos irmãos, nos apelos dos que sofrem e
que buscam a libertação. É preciso ter a vontade e a liberdade de acolher o dom
de Jesus, deixar que ele nos transforme o coração e se faça vida em nossos
gestos e palavras..
Neste sentido, há um
convite à vigilância: é necessário manter uma atenção constante, a fim de que
as preocupações terrenas e as cadeias escravizantes não impeçam os discípulos
de reconhecer e de acolher o Senhor que vem; para perceber os sinais da presença
de Deus entre nós…Vigilância significa por Deus em primeiro lugar na vida. Quer dizer ler a realidade com o olhar
voltado à eternidade. Significa crer que o Reino de Deus já está presente entre
nós. É preciso ter presente, que este
mundo novo está permanentemente a fazer-se e depende do nosso testemunho. Porquanto, vigiai/orai e sejam testemunhos da salvação, com fé e vida. Assim
seja! Amém.
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