Irmãos
e irmãs,
Nestes
últimos dias antes do Natal, a mensagem fundamental da Palavra de Deus gira à
volta da definição da missão de Jesus: propor um projeto de salvação e de
libertação que leve homens e mulheres à descoberta da verdadeira felicidade.
Assim, lembrando a espera de Maria, preparemo-nos para a novidade de Deus que
chega para nós neste Natal, fazendo com que toda a humanidade entre no
dinamismo do seu amor e da sua fidelidade.
A
primeira leitura sugere que este mundo novo que Jesus, o descendente de David,
veio propor é um dom do amor de Deus. O nome de Jesus é “a Paz”: Ele veio
apresentar uma proposta de um “reino” de paz e de amor, não construído com a
força das armas, mas construído e acolhido nos corações de homens e mulheres.
Portanto, o enviado por Deus irá restaurar esse tempo de paz, de justiça e de abundância
de vida, numa palavra, felicidade plena.
A
segunda leitura sugere que a missão libertadora de Jesus visa o estabelecimento
de uma relação de comunhão e de proximidade entre Deus e a humanidade. É
necessário que acolhamos esta proposta com disponibilidade e obediência – à
imagem de Jesus Cristo – num “sim” total ao projeto de Deus.
No
mundo da nova “aliança”, não é já o sacrifício de animais que realiza a
comunhão com Deus, a entrega absoluta do crente a Deus, o perdão dos pecados; é
a encarnação de Jesus, a entrega total da vida do próprio Cristo, o seu
respeito absoluto pelo projeto e pela vontade do Pai que permitem a aproximação
e a relação do homem com Deus. Quem quiser descobrir o Pai e aproximar-se
d’Ele, olhe para Jesus; porque Jesus ensinou-nos, com a sua obediência ao projeto
do Pai, como deve ser essa relação de filiação com Deus.
O
Evangelho sugere que o projeto de Deus tem um rosto: Jesus de Nazaré veio ao
encontro de homens e mulheres para apresentar aos prisioneiros e aos que estão
na escravidão, uma proposta de vida e de liberdade. Ele propõe um mundo novo,
onde os marginalizados e oprimidos têm lugar e onde os que sofrem encontram a
dignidade e a felicidade. Este é um anúncio de alegria e de salvação, que faz
rejubilar todos os que reconhecem em Jesus a proposta libertadora que Deus lhes
faz. Essa proposta chega, tantas vezes, através dos limites e da fragilidade
dos “instrumentos” humanos de Deus; mas é sempre uma proposta que tem o selo e
a força de Deus.
A
primeira referência vai para a indicação de que, à saudação de Maria, o menino
- João Batista - saltou de alegria no seio da mãe. Para Lucas, Jesus é o Deus que
vem ao encontro de homens e mulheres, e que tem uma mensagem de
salvação/libertação que concretiza as promessas feitas por Deus aos
antepassados; logo, a presença de Jesus provoca a alegria de todos aqueles que
esperam a concretização das promessas de Deus e que veem na chegada de Jesus a
realização das promessas de um mundo de justiça, de amor, de paz e de
felicidade para todos. Através de Jesus, Deus vai oferecer a salvação a todos;
e isso provoca um estremecimento incontrolável de alegria, por parte de todos
os que anseiam pela concretização das promessas de Deus.
Temos,
depois, a resposta de Isabel à saudação de Maria: “Bendita és tu entre as
mulheres”. Maria é, assim, apresentada – apesar da sua fragilidade – como o
instrumento de Deus para concretizar a salvação/libertação de homens e mulheres.
Finalmente,
temos a resposta de Maria, que é uma resposta de
esperança e de confiança, que exalta a preocupação de Deus para com os pobres
que são vítimas da injustiça e da opressão. Sugere-se, claramente, que a
presença de Jesus, através dessa mulher simples e frágil que é Maria, é um sinal
do amor de Deus, preocupado em trazer a libertação a todos os que são vítimas
da prepotência e da injustiça dos homens. Assim, Deus apesar das fragilidades e
das limitações dos chamados, faz-nos instrumentos da sua salvação no meio do
mundo. E através de Maria, Deus vai fazer-se presente no mundo para oferecer a
salvação a todos os povos.
Diante
disso, Maria, a serva do Senhor, significa mais do que humildade, reconhece
como eleito de Deus e aceita essa implicação em sua vida. Desta forma, Maria
reconhece que Deus a escolheu, aceita com disponibilidade essa escolha e
manifesta a sua disposição de cumprir, com fidelidade, o projeto de Deus.
Portanto,
Maria acolhe um hóspede muito especial, o Deus Menino. Somos chamados também
para acolher em nossas vidas, Jesus, não o deixando trancado em nossas casas,
mas saindo com ele para todos os eventos de nossa vida e nossa caminhada rumo
ao Pai. Natal de Jesus que se aproxima é isso! Comunicar o bem-estar que provém
da presença do Menino Deus. Que na celebração do Nascimento de Jesus, estejamos
preparados, prontos para acolhê-lo em nosso coração, permitindo que ele se faça
presente em nossa vida, por meio de nossas palavras e de nossas ações, para que
sejamos missionários de Cristo, pois, com Jesus, chegou esse tempo novo de
libertação, de paz e de felicidade anunciado pelos profetas. Assim seja! Amém.
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