As ações de Jesus para com os doentes inspiraram a Igreja no exercício da caridade fraterna. É importante salientar que muitos religiosos e religiosas vivem sua consagração a Deus e se incorporam na missão da Igreja por meio do serviço aos doentes e àqueles que sofrem. “O discípulo missionário abre seu coração para todas as formas de vida ameaçada desde o seu início até a morte natural” DGAE 2011-2015, n.67.
Pastoral da Saúde
A Pastoral da Saúde representa a atividade desempenhada pela Igreja no setor da saúde, é expressão de sua missão e manifesta a ternura de Deus para com a humanidade que sofre.
A Igreja, ao meditar a parábola do bom samaritano (cf. Lc 10,25-37), entende que não é lícito delegar o alívio do sofrimento apenas à medicina, mas é necessário ampliar o significado desta atividade humana.
Seu objetivo geral é promover, educar, prevenir, cuidar, recuperar, defender e celebrar a vida ou promover ações em prol da vida saudável e plena de todo o povo de Deus, tornando presente, no mundo de hoje, a ação libertadora de Cristo na área da saúde. Sua atuação é em âmbito nacional e de referência internacional.
Esse trabalho evangelizador atua em três dimensões, sempre em consonância com as Diretrizes de Ação da CNBB. São elas: solidária, comunitária, político-institucional.
A dignidade de viver e morrer
Precisamos de sabedoria e ética samaritana para cuidar das pessoas que estão se aproximando do final de suas existências. O desafio ético é considerar a questão da dignidade no adeus à vida.
Antes de existir um direito à morte humana, há que ressaltar o direito de que a vida possa ter condições de ser conservada, preservada e desabrochada plenamente.
É chocante e até irônico constatar situações em que a mesma sociedade que nega o pão para o ser humano viver, lhe oferece a mais alta tecnologia para ‘bem morrer!
Não podemos passivamente aceitar a morte que é conseqüência do descaso pela vida, causada por violência, acidentes e pobreza.
Podemos ser curados de uma doença classificada como mortal, mas não de nossa mortalidade. Quando esquecemos isso, acabamos caindo, pura e simplesmente, na tecnolatria e na absolutização da vida biológica.
É a obstinação terapêutica (distanásia) adiando o inevitável, que acrescenta mais sofrimento e vida quantitativa que qualidade de vida.
Quando a morte se anuncia iminente e inevitável, pode-se em consciência renunciar a tratamentos que dariam somente um prolongamento precário e penoso da vida, sem, contudo interromper os cuidados normais devidos ao doente em caso semelhantes. (...) A renúncia a meios extraordinários ou desproporcionais não equivale ao suicídio ou à eutanásia; exprime, antes, a aceitação da condição humana diante da morte (Papa João Paulo II, EV n. 65).
É um desafio difícil aprender a amar o paciente terminal sem exigir retorno, com a gratuidade com que se ama um bebê, num contexto social em que tudo é medido pelo mérito! O sofrimento humano somente é intolerável se ninguém cuida. Como fomos cuidados para nascer, precisamos também ser cuidados para morrer. Cuidar fundamentalmente é sermos solidários com os que hoje passam pelo ‘vale das sombras da morte’. Amanhã seremos nós!
Os Agentes da Pastoral da Saúde
Os agentes da pastoral da saúde são os discípulos missionários de Jesus Cristo e de sua Igreja, envolvidos em sua missão de cura e de salvação.
São eles: o bispo, os presbíteros, os capelães, os diáconos, os religiosos e as religiosas, e todos os leigos.
Os profissionais de saúde cristãos, católicos (médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, assistentes sociais,...) são os agentes naturais da pastoral da saúde. Deveriam ser convidados a assumir evangelicamente sua profissão.
Nas novas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora, encontramos recomendações importantes para aqueles que se dedicam ao serviço à vida:
a) Defender e promover a dignidade da vida humana em todas as etapas da existência, desde a fecundação até a morte natural;
b) Tratar o ser humano como fim e não como meio, respeitando-o em tudo que lhe é próprio: corpo, espírito e liberdade;
c) Tratar todo ser humano sem preconceito nem discriminação, acolhendo, perdoando, recuperando a vida e a liberdade de cada pessoa, tendo presente as condições materiais e o contexto histórico, social, cultural em que cada pessoa vive” DGAE 2011-2015, n.107.
Fonte: Texto-Base CF-2012 – Terceira parte
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