Irmãos e irmãs,
Neste Santo Domingo, cantamos as maravilhas
que o Senhor fez por nós. Fazendo Maria assuntar ao Céu, Ele nos deu o sinal da
vitória de toda a humanidade pela ressurreição de Jesus Cristo, nosso Salvador.
O livro do Apocalipse apresenta uma descrição
do povo de Deus, que deu à luz o Salvador e depois refugiou-se no deserto, é
uma lembrança à Igreja perseguida - até a vitória de Cristo. Maria simboliza a
humanidade-Israel que dá a luz ao Messias. Assim, na pessoa de Maria
vislumbramos a combinação ideal de glória e humildade: ela deixou Deus ser
grande em sua vida, é memória do serviço humilde que conduz à vida.
Paulo na Carta aos Coríntios descreve que em
Maria, realiza-se, desde o fim de sua vida na terra, as entradas dos que
pertencem a Cristo na vida gloriosa do Pai, uma vez que o Filho venceu a morte
e nos deu a vida eterna. Unida a Cristo a humanidade estará de novo submetida a
Deus e o reino se manifestará completamente. Pois, todos são convocados pela
misericórdia divina que supera os limites e rejeições à salvação e à vida.
No Evangelho, Lucas retrata Maria, em sua
condição de mãe do Messias, o “Senhor” esperado pelo povo, proveio da profunda
comunhão com Deus e da disponibilidade total em fazer-se sua servidora.
Expressou sua fé no canto de louvor – o Magnificat –, no qual proclamou as
maravilhas do Deus e as grandezas de seus feitos em favor dos fracos e
pequeninos. A comunhão com Deus desdobrava-se, na vida de Maria, na sua
disponibilidade a servir o próximo. A ajuda prestada à prima Isabel é uma
pequena amostra do que era a Mãe de Deus no seu dia-a-dia.
O Evangelho relata que ainda no seio de sua
mãe, João Batista recebe o Espírito prometido. Reconhece o Messias e o aponta
através da exclamação de sua mãe Isabel. É o Espírito Santo que
faz com que Isabel e cada um de nós descobrir quem é Jesus: “meu Senhor”.
Isabel apresenta-nos Maria como discípula de Jesus: “Bem-aventurada
àquela que acreditou no cumprimento de tudo quanto lhe foi dito da parte do
Senhor”. Maria é o modelo para quem segue o Senhor. Ela escuta a Palavra de Deus
e medita-a no seu coração. Só se é verdadeiro discípulo de Jesus, imitando o
estilo de Maria.
Em Maria, humilde serva, Deus tem espaço para
operar maravilhas. Nenhuma lição de vida é mais educadora e santificadora que
Maria... No magnificat, Maria agradece ao Senhor “a quem se deve à honra e a
glória”. A Virgem que recebeu, em Nazaré, o Filho de Deus hoje é elevada ao
seio da Santíssima Trindade e agradece as maravilhas da história da nossa
salvação, onde o Deus santo e eterno nos convoca para a santidade de vida.
Maria proclama a missão fundamental de Nosso Senhor: a ação de Deus em favor
dos pobres e dos humildes, que tem a sua meta básica em Nossa Senhora que se
despiu de tudo para servir com alegria. O “Magnificat” de Maria é o hino de
agradecimento a Deus, em função do mistério divino-humano de Jesus.
Não há maior glória do que a que recebeu
Maria, escolhida para ser a mãe de Jesus, o Filho de Deus. De seu ventre
virginal nasceu o Salvador da humanidade. Terminado seu tempo de vida
terrestre, Maria foi "assunta", isto é, levada ao céu em corpo e
alma. O que a tradição cristã diz é que Ela nem mesmo morreu, apenas
"dormiu". Narra também que foram os anjos Gabriel e Miguel que A
levaram ao céu. Deus queria conservar a integridade do corpo daquela que gerou
seu Filho. Maria foi a primeira a servir a Cristo na fé. Maria é a primeira a
participar na plenitude de sua glória, porque ela é a mais perfeita das
criaturas. Ela foi acolhida completamente no céu porque acolheu nela o Céu -
indissociavelmente. Assunta ao céu, Maria experimentou, em
plenitude, a comunhão vivida na Terra.
A festa da assunção de Nossa Senhora leva-nos
a repensar todo o seu peregrinar neste nosso mundo, pois, trata de celebrar o
desfecho de sua caminhada. O fim da existência terrena de Maria consistiu na
plenificação de todos os seus anseios de mulher de fé e disponível para servir.
A estreita conexão entre a existência terrena de Maria e a sua sorte eterna foi
percebida desde cedo pela comunidade cristã, apesar de a Bíblia não contar os
detalhes de sua vida e de sua morte. A comunidade deu-se conta de que Deus
assumiu e transformou toda a sua história, suas ações e seu corpo.
Maria é o grande sinal espiritual de Deus para o povo. Em sua Assunção,
reconhecemos a revelação da realização do plano de Deus para a humanidade. O
grande mérito de Maria é ter acreditado: “Bem-aventurada aquela que acreditou,
porque será cumprido o que o Senhor lhe prometeu”. Serão cumpridas nela, para
todo o povo, as promessas de Deus. Maria se torna modelo do povo de Deus, ao
acreditar na Palavra, pois disse: “Faça-se em mim, segundo a Tua Palavra”. Maria
é “serva do Senhor”, pois, continua a serviço do povo de Deus, solidária com
sua aventura divina. Com tantos nomes, ela se identifica com o povo que a ama.
A oração viva e a atitude de Maria é um modelo de entrega
à vontade de Deus. Era o assumir do projeto de Deus - justiça,
libertação, solidariedade e salvação integral. Por isso, Lucas põe na boca de
Maria o grande Cântico do Magnificat, atualizando o Canto de Ana, cantando a
grandeza do nosso Deus, que se põe ao lado dos humilhados e sofridos, e derruba
os poderosos e prepotentes! O texto de
hoje nos lembra que Maria era uma mulher lutadora, totalmente comprometida com
o projeto de Deus para um mundo fraterno. Se ela estivesse entre nós hoje, sem
dúvida ela - como também Jesus - estaria nos movimentos e pastorais sociais,
lutando pela vida digna de todos e celebrando com os irmãos e irmãs a fé no Deus
de Justiça, Libertação e Salvação. Maria assunta ao céu, de corpo e alma, é sinal da vida do povo grávido de
Deus que aguarda a revelação da glória, é a esperança da ressurreição já
realizada.
A Assunção é a Páscoa de Maria. Mãe
da Igreja, a Igreja olha para Maria como figura do seu futuro e da sua pátria.
Por Maria, o Filho de Deus visita-nos e fica conosco. Esta presença do Senhor é
manifestada, também, na ação pastoral: em nosso testemunho, o encontro
comunitário com os irmãos de caminhada e com o Senhor que nos visita nos
sacramentos, a sua visita nas ações sociais... Maria era uma mulher lutadora,
totalmente comprometida com o projeto de Deus para um mundo fraterno. Portanto,
escutemos a voz forte e suave do Pastor
da Messe, que derramando sobre
nós o teu Espírito, nos dê sabedoria para ver o caminho, generosidade para
seguir tua voz e preparar para a comunhão plena contigo. Que celebrando
a Assunção da Virgem Maria aos Céus, a exemplo de Maria, medianeira, vocacionada; neste mês das vocações, grávidos do Verbo Divino, Jesus; o Senhor renova em nós a aliança e nos dá
um novo sentido para a nossa vida. Assim seja! Amém.
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