tag:blogger.com,1999:blog-71154692421273598962024-03-05T06:33:39.115-08:00Palavra em mimJoel Duarte Benisiohttp://www.blogger.com/profile/01240467812052079091noreply@blogger.comBlogger502125tag:blogger.com,1999:blog-7115469242127359896.post-37062505347560355942016-09-04T05:58:00.002-07:002016-09-04T06:03:18.093-07:00 “Quem não toma a sua cruz para Me seguir, não pode ser meu discípulo”. <div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjtBu2BsE7ZHI5GWRrTbU_PNmSrqUMADIdKze0sh5kuH-vT8Bq-7zT67YWJxBCAf-mQfvu_rtDLJA-ZKPBTzpabpMuHOcSHjsc2ZjGChErxUSeq-mMyikFec1kKwjm-8n-Jw1cb9gr-zYGW/s1600/negue+a+si+mesmo+blog+despertai+com+cristo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="250" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjtBu2BsE7ZHI5GWRrTbU_PNmSrqUMADIdKze0sh5kuH-vT8Bq-7zT67YWJxBCAf-mQfvu_rtDLJA-ZKPBTzpabpMuHOcSHjsc2ZjGChErxUSeq-mMyikFec1kKwjm-8n-Jw1cb9gr-zYGW/s400/negue+a+si+mesmo+blog+despertai+com+cristo.jpg" width="400" /></a></div>
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Irmãos e irmãs,</div>
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Este Santo Domingo convida-nos a tomar consciência de quanto é exigente o caminho do “Reino”. Optar pelo “Reino” não é escolher um caminho de facilidade, mas sim aceitar percorrer um caminho de renúncia e de dom da vida.</div>
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A primeira leitura lembra a todos aqueles que não conseguem decidir-se pelo “Reino” que só em Deus é possível encontrar a verdadeira felicidade e o sentido da vida. Há, portanto, aí, um encorajamento implícito a aderir ao “Reino”: embora exigente, é um caminho que leva à felicidade plena.</div>
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Face ao contínuo cruzamento de perspectivas, de desafios, de teorias, ficamos confusos e sem saber, tantas vezes, como escolher. Para os que crêem, o critério que serve para julgar a validade ou a não validade dessas propostas é o Evangelho – embora, muitas vezes, ele se apresente em absoluta contradição com os valores que a sociedade propõe e impõe. </div>
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Assim, só a sabedoria que é um dom de Deus permite a pessoa compreender tudo, fazer o que agrada a Deus e ser salvo. Portanto, só a ação de Deus que derrama sobre todos (as) a “sabedoria” permite encontrar o sentido da vida.</div>
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A segunda leitura recorda que o amor é o valor fundamental, para todos os que aceitam a dinâmica do “Reino”; só ele permite descobrir a igualdade de todos (as), filhos (as) do mesmo Pai e irmãos/irmãs em Cristo. Aceitar viver na lógica do “Reino” é reconhecer em cada pessoa um (a) irmão/irmã e agir em favor desta premissa.</div>
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O amor – elemento que está no centro da experiência cristã – exige ao cristão o reconhecimento efetivo da igualdade de todas as pessoas, apesar das diferenças de cor da pele, de estatuto social, de sexo, de opções políticas. Exige ainda, que as nossas comunidades sejam espaços de comunhão, fraternidade e acolhimento </div>
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O Evangelho que traça as coordenadas do “caminho do discípulo”: é um caminho em que o “Reino” deve ter a primazia sobre as pessoas que amamos, sobre os nossos bens, sobre os nossos próprios interesses e esquemas pessoais. Quem tomar contacto com esta proposta tem de pensar seriamente se a quer acolher, se tem forças para acolhê-la… Jesus não admite meios-termos: ou se aceita o “Reino” e se embarca nessa aventura a tempo inteiro e “a fundo perdido”, ou não vale a pena começar algo que não vai levar a lado nenhum. Porque não é um caminho que se percorra com hesitações e com “meias tintas.</div>
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Assim, Jesus vai apresentar algumas exigências e ensinamentos que devem cumprir todos aqueles que entram no “banquete do Reino”, sob a condição dos discípulos, predominando o tema da renúncia. Quais são então, na perspectiva de Jesus, as exigências fundamentais para quem quer seguir o “caminho do discípulo” e chegar a sentar-se à mesa do “Reino”? Jesus põe três exigências, todas elas subordinadas ao tema da renúncia.</div>
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A primeira exige o preferir Jesus à própria família. Jesus exige que as relações familiares não nos impeçam de aderir ao “Reino”. Se for necessário escolher, a prioridade deve ser do “Reino”.</div>
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A segunda exige a renúncia à própria vida. O discípulo de Jesus não pode viver a fazer opções egoístas, colocando em primeiro lugar os seus interesses, os seus esquemas, aquilo que é melhor para ele; mas tem de colocar a sua vida ao serviço do “Reino” e fazer da sua vida um dom de amor aos irmãos, se necessário até a morte. Foi esse, de fato, o caminho de Jesus; e o discípulo é convidado a imitar o mestre.</div>
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A terceira exige a renúncia aos bens. Jesus sabe que os bens podem facilmente transformar-se em deuses, tornando-se uma prioridade, escravizando o homem e a mulher e levando-o a viver em função deles; assim sendo, que espaço fica para o “Reino”? Por outro lado, dar prioridade aos bens significa viver de forma egoísta, esquecendo as necessidades dos irmãos; ora, viver na dinâmica do “Reino” implica viver no amor e deixar que a vida seja dirigida por uma lógica de amor e de partilha… Pode, então, viver-se no “Reino” sem renunciar aos bens?</div>
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Com este rol de exigências, fica claro que a opção pelo “Reino” não é um caminho de facilidade e, por isso, talvez não seja um caminho que todos aceitem seguir. É por isso que Jesus recomenda o pesar bem às implicações e as conseqüências da opção pelo “Reino”. A parábola do homem que, antes de construir uma torre, pensa se tem com que terminá-la e a parábola do rei que, antes de partir para a guerra, pensa se pode opor-se a outro rei com forças superiores convidam os candidatos a discípulos tomar consciência da sua força, da sua vontade, da sua decisão em corresponder aos desafios do Evangelho e em assumir, com radicalidade, as exigências do “Reino”.</div>
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Irmãos e irmãs, Jesus não é um demagogo que faz promessas fáceis e cuja preocupação é juntar adeptos ou atrair multidões a qualquer preço. Ele é o Deus que veio ao nosso encontro com uma proposta de salvação, de vida plena; no entanto, essa proposta implica uma adesão séria, exigente, radical. O caminho que Jesus propõe não é um caminho de “massas”, mas um caminho de “discípulos”: implica uma adesão incondicional ao “Reino”, à sua dinâmica, à sua lógica; e isso não é para todos, mas apenas para os discípulos que fazem séria e conscientemente essa opção. </div>
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Às vezes, as pessoas procuram a comunidade cristã por tradição, por influências do meio social ou familiar… Sem recusarmos nada, devemos, contudo, fazê-las perceber que a opção pelo batismo é uma opção séria e exigente, que só faz sentido no quadro de um compromisso com o “Reino” e com a proposta de Jesus.</div>
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Vimos que dentro do quadro de exigências que Jesus apresenta aos discípulos, sobressai a exigência de preferir Jesus à própria família. Isso não significa, evidentemente, que devamos rejeitar os laços que nos unem àqueles que amamos… No entanto, significa que os laços afetivos, por mais sagrados que sejam, não devem afastar-nos dos valores do “Reino”. Outra exigência que Jesus faz aos discípulos é a renúncia à própria vida e o tomar a cruz do amor, do serviço, do dom da vida. Uma terceira exigência de Jesus pede aos candidatos a discípulos a renúncia aos bens. </div>
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Assim, Jesus quer dizer que, antes de segui-lo, é preciso reservar tempo para a reflexão. Jesus não esconde as exigências, mas é preciso perguntar por que O seguimos, até onde O podemos seguir. É a maneira de Jesus respeitar a liberdade. Ele não quer discípulos que decidem segui-l’O sem mais nem menos. Ele não pede a mesma coisa a toda a gente, mas a cada um Ele pede para segui-l’O em função dos seus carismas. Então, a palavra de hoje é-nos dada para nos despertar e, ao mesmo tempo, para nos encorajar. Aqueles que, apesar de tudo e contra tudo, continuam a dar um lugar importante na sua vida a Jesus, têm razão. O Evangelho de hoje é um convite urgente a mantermos a nossa fé, por mais que isso custe! Pois, “Quem não toma a sua cruz para Me seguir, não pode ser meu discípulo”. Assim seja! Amém.</div>
Joel Duarte Benisiohttp://www.blogger.com/profile/01240467812052079091noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7115469242127359896.post-25695981997234398072016-08-21T05:58:00.003-07:002016-08-21T05:58:53.813-07:00Maria, a bem aventura, assunta ao Céu<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiFdHYbUIozj0SPQ5DD6vwvKWRB8iVI_pcowpfVbd1EQIqKGmFaJl9JCKXbmoZVDV_ykquuUBw7u0WbDXWVZnOXUsqUaC9_1OHSlNfC1MbvGKf_c_qhVGgdNPb_B9WGPx4dIONQ0ldnoIbT/s1600/assun%25C3%25A7%25C3%25A3o3-233x192-1471618835.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="329" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiFdHYbUIozj0SPQ5DD6vwvKWRB8iVI_pcowpfVbd1EQIqKGmFaJl9JCKXbmoZVDV_ykquuUBw7u0WbDXWVZnOXUsqUaC9_1OHSlNfC1MbvGKf_c_qhVGgdNPb_B9WGPx4dIONQ0ldnoIbT/s400/assun%25C3%25A7%25C3%25A3o3-233x192-1471618835.jpg" width="400" /></a></div>
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Irmãos e irmãs,</div>
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Neste Santo Domingo, cantamos as maravilhas que o Senhor fez por nós. Fazendo Maria assuntar ao Céu, Ele nos deu o sinal da vitória de toda a humanidade pela ressurreição de Jesus Cristo, nosso Salvador.</div>
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O livro do Apocalipse apresenta uma descrição do povo de Deus, que deu à luz o Salvador e depois refugiou-se no deserto, é uma lembrança à Igreja perseguida - até a vitória de Cristo. Maria simboliza a humanidade-Israel que dá a luz ao Messias. Assim, na pessoa de Maria vislumbramos a combinação ideal de glória e humildade: ela deixou Deus ser grande em sua vida, é memória do serviço humilde que conduz à vida.</div>
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Paulo na Carta aos Coríntios descreve que em Maria, realiza-se, desde o fim de sua vida na terra, as entradas dos que pertencem a Cristo na vida gloriosa do Pai, uma vez que o Filho venceu a morte e nos deu a vida eterna. Unida a Cristo a humanidade estará de novo submetida a Deus e o reino se manifestará completamente. Pois, todos são convocados pela misericórdia divina que supera os limites e rejeições à salvação e à vida.</div>
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No Evangelho, Lucas retrata Maria, em sua condição de mãe do Messias, o “Senhor” esperado pelo povo, proveio da profunda comunhão com Deus e da disponibilidade total em fazer-se sua servidora. Expressou sua fé no canto de louvor – o Magnificat –, no qual proclamou as maravilhas do Deus e as grandezas de seus feitos em favor dos fracos e pequeninos. A comunhão com Deus desdobrava-se, na vida de Maria, na sua disponibilidade a servir o próximo. A ajuda prestada à prima Isabel é uma pequena amostra do que era a Mãe de Deus no seu dia-a-dia.</div>
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O Evangelho relata que ainda no seio de sua mãe, João Batista recebe o Espírito prometido. Reconhece o Messias e o aponta através da exclamação de sua mãe Isabel. É o Espírito Santo que faz com que Isabel e cada um de nós descobrir quem é Jesus: “meu Senhor”. Isabel apresenta-nos Maria como discípula de Jesus: “Bem-aventurada àquela que acreditou no cumprimento de tudo quanto lhe foi dito da parte do Senhor”. Maria é o modelo para quem segue o Senhor. Ela escuta a Palavra de Deus e medita-a no seu coração. Só se é verdadeiro discípulo de Jesus, imitando o estilo de Maria.</div>
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Em Maria, humilde serva, Deus tem espaço para operar maravilhas. Nenhuma lição de vida é mais educadora e santificadora que Maria... No magnificat, Maria agradece ao Senhor “a quem se deve à honra e a glória”. A Virgem que recebeu, em Nazaré, o Filho de Deus hoje é elevada ao seio da Santíssima Trindade e agradece as maravilhas da história da nossa salvação, onde o Deus santo e eterno nos convoca para a santidade de vida. Maria proclama a missão fundamental de Nosso Senhor: a ação de Deus em favor dos pobres e dos humildes, que tem a sua meta básica em Nossa Senhora que se despiu de tudo para servir com alegria. O “Magnificat” de Maria é o hino de agradecimento a Deus, em função do mistério divino-humano de Jesus.</div>
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Não há maior glória do que a que recebeu Maria, escolhida para ser a mãe de Jesus, o Filho de Deus. De seu ventre virginal nasceu o Salvador da humanidade. Terminado seu tempo de vida terrestre, Maria foi "assunta", isto é, levada ao céu em corpo e alma. O que a tradição cristã diz é que Ela nem mesmo morreu, apenas "dormiu". Narra também que foram os anjos Gabriel e Miguel que A levaram ao céu. Deus queria conservar a integridade do corpo daquela que gerou seu Filho. Maria foi a primeira a servir a Cristo na fé. Maria é a primeira a participar na plenitude de sua glória, porque ela é a mais perfeita das criaturas. Ela foi acolhida completamente no céu porque acolheu nela o Céu - indissociavelmente. Assunta ao céu, Maria experimentou, em plenitude, a comunhão vivida na Terra.</div>
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A festa da assunção de Nossa Senhora leva-nos a repensar todo o seu peregrinar neste nosso mundo, pois, trata de celebrar o desfecho de sua caminhada. O fim da existência terrena de Maria consistiu na plenificação de todos os seus anseios de mulher de fé e disponível para servir. A estreita conexão entre a existência terrena de Maria e a sua sorte eterna foi percebida desde cedo pela comunidade cristã, apesar de a Bíblia não contar os detalhes de sua vida e de sua morte. A comunidade deu-se conta de que Deus assumiu e transformou toda a sua história, suas ações e seu corpo.</div>
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Maria é o grande sinal espiritual de Deus para o povo. Em sua Assunção, reconhecemos a revelação da realização do plano de Deus para a humanidade. O grande mérito de Maria é ter acreditado: “Bem-aventurada aquela que acreditou, porque será cumprido o que o Senhor lhe prometeu”. Serão cumpridas nela, para todo o povo, as promessas de Deus. Maria se torna modelo do povo de Deus, ao acreditar na Palavra, pois disse: “Faça-se em mim, segundo a Tua Palavra”. Maria é “serva do Senhor”, pois, continua a serviço do povo de Deus, solidária com sua aventura divina. Com tantos nomes, ela se identifica com o povo que a ama.</div>
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A oração viva e a atitude de Maria é um modelo de entrega à vontade de Deus. Era o assumir do projeto de Deus - justiça, libertação, solidariedade e salvação integral. Por isso, Lucas põe na boca de Maria o grande Cântico do Magnificat, atualizando o Canto de Ana, cantando a grandeza do nosso Deus, que se põe ao lado dos humilhados e sofridos, e derruba os poderosos e prepotentes! O texto de hoje nos lembra que Maria era uma mulher lutadora, totalmente comprometida com o projeto de Deus para um mundo fraterno. Se ela estivesse entre nós hoje, sem dúvida ela - como também Jesus - estaria nos movimentos e pastorais sociais, lutando pela vida digna de todos e celebrando com os irmãos e irmãs a fé no Deus de Justiça, Libertação e Salvação. Maria assunta ao céu, de corpo e alma, é sinal da vida do povo grávido de Deus que aguarda a revelação da glória, é a esperança da ressurreição já realizada.</div>
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A Assunção é a Páscoa de Maria. Mãe da Igreja, a Igreja olha para Maria como figura do seu futuro e da sua pátria. Por Maria, o Filho de Deus visita-nos e fica conosco. Esta presença do Senhor é manifestada, também, na ação pastoral: em nosso testemunho, o encontro comunitário com os irmãos de caminhada e com o Senhor que nos visita nos sacramentos, a sua visita nas ações sociais... Maria era uma mulher lutadora, totalmente comprometida com o projeto de Deus para um mundo fraterno. Portanto, escutemos a voz forte e suave do Pastor da Messe, que derramando sobre nós o teu Espírito, nos dê sabedoria para ver o caminho, generosidade para seguir tua voz e preparar para a comunhão plena contigo. Que celebrando a Assunção da Virgem Maria aos Céus, a exemplo de Maria, medianeira, vocacionada; neste mês das vocações, grávidos do Verbo Divino, Jesus; o Senhor renova em nós a aliança e nos dá um novo sentido para a nossa vida. Assim seja! Amém.</div>
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Maria assunta ao céu, de corpo e alma, é sinal da vida do povo grávido de Deus que aguarda a revelação da glória. Que a exemplo de Maria, medianeira, vocacionada, grávidos do Verbo Divino, Jesus, Escutemos a voz forte e suave do Pastor da Messe: 'Vem e Segue-me'! Derramando sobre nós o teu Espírito, nos dê sabedoria para ver o caminho e generosidade para seguir tua voz.</div>
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Assumindo responsavelmente o projeto de Deus, Maria é figura e esperança de quantos aspiram por liberdade e vida. Ela vem reforçar a confiança dos pobres, ao mostrar que neles o poderoso opera maravilhas de libertação. Serva fiel, bem-aventurada porque acreditou nas promessas, solidária com os necessitados, é mãe das comunidades que lutam contra os dragões que procuram matar as sementes do Reino e roubar-lhes as esperanças. Associada intimamente a Jesus por sua maternidade e mais ainda pela prática da Palavra, participa da vitória de Cristo, primícias da vida em plenitude. O canto de <i>Maria, a bem aventurada, assunta ao Céu é luz e nos estimula a lutar pelo mundo novo já iniciado com a ressurreição de Jesus.</i> Assim seja! Amém.</div>
Joel Duarte Benisiohttp://www.blogger.com/profile/01240467812052079091noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7115469242127359896.post-70437403641369009832016-08-07T06:19:00.002-07:002016-08-07T06:19:12.151-07:00Espera ativa pelo Reino <div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJZ2Vjx30SViAu1hib_I93RpAgHfsqozLVA27RG2xTc3Wy1erRbQml9R3tqT3qOMx3agXBKZ3JHmvFEvc2Nn8l30h9BR2u-kPfN2AsJnR1nr4bUJIQ-2XbY78AbsrH5OdO4fK0hRVlPtDO/s1600/luz+do+mundo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="288" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJZ2Vjx30SViAu1hib_I93RpAgHfsqozLVA27RG2xTc3Wy1erRbQml9R3tqT3qOMx3agXBKZ3JHmvFEvc2Nn8l30h9BR2u-kPfN2AsJnR1nr4bUJIQ-2XbY78AbsrH5OdO4fK0hRVlPtDO/s400/luz+do+mundo.jpg" width="400" /></a></div>
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Irmãos e irmãs,</div>
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Neste Santo Domingo, a Palavra de Deus convida-nos à vigilância: o verdadeiro discípulo não vive de braços cruzados, numa existência de comodismo e resignação, mas está sempre atento e disponível para acolher o Senhor, para escutar os seus apelos e para construir o “Reino”.</div>
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A primeira leitura apresenta-nos as palavras de um “sábio” anônimo, para quem só a atenção aos valores de Deus gera vida e felicidade. A comunidade israelita – confrontada com um mundo pagão e imoral, que questiona os valores sobre os quais se constrói a comunidade do Povo de Deus – deve, portanto, ser uma comunidade “vigilante”, que consegue discernir entre os valores efêmeros e os valores duradouros, trata-se de eu saber o que quero, de ter idéias claras quanto ao sentido da minha vida e de, em cada instante, atuar em conformidade. </div>
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A leitura chama a atenção para a diferença que há entre o viver de acordo com os valores da fé e o viver de acordo com propostas quiméricas de felicidade e de bem-estar… O “sábio” que nos fala assegura que só a fidelidade aos caminhos de Deus gera vida e libertação. </div>
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A segunda leitura apresenta Abraão e Sara, modelos de fé para os que creem em todas as épocas. Atentos aos apelos de Deus, empenhados em responder aos seus desafios, conseguiram descobrir os bens futuros nas limitações e na caducidade da vida presente. É essa atitude que o autor da Carta aos Hebreus recomenda a todos (as).</div>
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É precisamente nos exemplos que o autor da carta quer propor aos cristãos que vivam na fé, esperando a concretização dos dons futuros que Deus vos reserva e caminhem pela vida como peregrinos, sem desanimar, de olhos postos na pátria definitiva.</div>
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O cristão deve ser o homem da serenidade e da paz; ele sabe que a sua existência não se conduz ao sabor das marés, mas que o sentido da vida está para além dos êxitos ou dos fracassos que o dia a dia traz. Guiado pela fé, ele tem sempre diante dos olhos essas realidades últimas, que dão sentido pleno àquilo que aqui acontece.</div>
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O Evangelho apresenta uma catequese sobre a vigilância. Propõe aos discípulos de todas as épocas uma atitude de espera serena e atenta do Senhor, que vem ao nosso encontro para nos libertar e para nos inserir numa dinâmica de comunhão com Deus. O verdadeiro discípulo é aquele que está sempre preparado para acolher os dons de Deus, para responder aos seus apelos e para se empenhar na construção do “Reino”.</div>
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O nosso texto começa com uma referência ao “verdadeiro tesouro” que os discípulos devem procurar e que não está nos bens deste mundo: trata-se do “Reino” e dos seus valores. A questão fundamental é: como descobrir e guardar esse “tesouro”? A resposta é dada em três quadros ou “parábolas”, que apelam à vigilância.</div>
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A primeira parábola convida a ter os rins cingidos e as lâmpadas acesas, como homens que esperam o senhor que volta da sua festa de casamento. Os que creem são, assim, convidados a estarem preparados para acolher a libertação que Jesus veio trazer e que os levará da terra da escravidão para a terra da liberdade; e são também convidados a acolherem “o noivo”, Jesus, que veio propor à “noiva”, os homens, a comunhão plena com Deus, a “nova aliança”. </div>
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A segunda parábola aponta para a incerteza da hora em que o Senhor virá. A imagem do ladrão que chega a qualquer hora, sem ser esperado, é uma imagem estranha para falar de Deus; mas é uma imagem sugestiva para mostrar que o discípulo fiel é aquele que está sempre preparado, a qualquer hora e em qualquer circunstância, para acolher o Senhor que vem.</div>
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A terceira parábola dirige-se aos animadores da comunidade cristã, que devem permanecer fiéis às suas tarefas de animação e de serviço: se algum deles descuida as suas responsabilidades no serviço aos irmãos e usa as funções que lhe foram confiadas de forma negligente ou em benefício próprio, será castigado. Nos dois últimos versículos, o castigo diversifica-se de acordo o tipo de desobediência: os que desobedeceram intencionalmente serão mais castigados; os que desobedeceram não intencionalmente serão menos castigados. Sublinha-se maior responsabilidade daqueles que, na Igreja, desempenham funções de responsabilidade… A última afirmação: “a quem muito foi dado, muito será exigido, a quem muito foi confiado, mais se lhe pedirá, é claramente dirigida aos responsáveis da comunidade; mas pode aplicar-se a todos os que receberam dons materiais ou espirituais.</div>
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Assim, a Palavra de Deus que hoje nos é proposta contém uma interpelação especial a todos aqueles que desempenham funções de responsabilidade, quer na Igreja, no governo, nas autarquias, nas empresas, nas repartições… Convida cada um a assumir as suas responsabilidades e a desempenhar, com atenção e empenho as funções que lhe foram confiadas. A todos aqueles a quem foi confiado o serviço da autoridade, a Palavra de Deus pergunta sobre o modo como nos comportamos: como servos que, com humildade e simplicidade cumprem as tarefas que lhes foram confiadas, ou como ditadores que manipulam os outros ao seu bel-prazer? Estamos atentos às necessidades – sobretudo dos pobres, dos pequenos e dos débeis – ou instalamo-nos no egoísmo e no comodismo e deixamos que as coisas se arrastem, sem entusiasmo, sem vida, sem desafios, sem esperança?</div>
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A vida dos discípulos de Jesus tem de ser uma espera vigilante e atenta, pois, o Senhor está permanentemente a vir ao nosso encontro e a desafiar-nos para nos despirmos das cadeias que nos escravizam e para percorrermos, com Ele, o caminho da libertação. Ser cristão não é um trabalho “das nove as cinco”, ou um “hobby” de fim-de-semana; mas é um compromisso a tempo inteiro, que deve marcar cada pensamento, cada atitude, cada opção, vinte e quatro horas por dia… </div>
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Decididamente, Jesus não Se cansa de chamar os seus discípulos a uma vida de pobreza. A verdadeira pobreza consiste em reconhecer a ligação de dependência no amor e na vida. Dito de outro modo, somos convidados a nunca esquecer que tudo o que temos e somos é sempre, antes de mais, um dom. Não somos proprietários da vida. Dela temos apenas usufruto. O nosso Pai confia-nos a vida, para que a façamos frutificar em aventura de amor e abrir o nosso coração para aprender sem cessar a receber e podermos, por nossa vez, doar. </div>
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Há felicidade em receber… Se Jesus declara felizes os servidores que esperam para estarem prontos para servir, é porque vão beneficiar de um privilégio extraordinário: em lugar de servir, vão ser servidos, e logo pelo seu Mestre. O fato de esperar muda totalmente a situação. Jesus recomenda para se vigiar porque é uma atitude daquele que espera. A sua felicidade depende da sua <i>espera ativa pelo Reino </i>em encontrar o verdadeiro tesouro no mundo e na Casa do Pai. Assim seja! Amém.</div>
Joel Duarte Benisiohttp://www.blogger.com/profile/01240467812052079091noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7115469242127359896.post-35434917349941610712016-07-31T04:49:00.002-07:002016-07-31T04:49:27.144-07:00Na vivência do projeto de Deus, no acúmulo das coisas do Pai<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0j9ds87WLEVBrY5OGT5Pn1MI_rEuV3DzlHYzoePrtKvD3HzGWu-ue1vCoIz3MOPnX-C8PfmwfOR-ZhDXsQLV3xcZU4uYR1riwT8guvWQFdsSKU7rZt7cMFTTFhAhv7fRWo3sP0XT-Nk-8/s1600/Mt-27.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="292" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0j9ds87WLEVBrY5OGT5Pn1MI_rEuV3DzlHYzoePrtKvD3HzGWu-ue1vCoIz3MOPnX-C8PfmwfOR-ZhDXsQLV3xcZU4uYR1riwT8guvWQFdsSKU7rZt7cMFTTFhAhv7fRWo3sP0XT-Nk-8/s400/Mt-27.jpg" width="400" /></a></div>
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<br /></div>
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Irmãos e irmãs,</div>
<div style="text-align: justify;">
Este Santo Domingo questiona-nos acerca da atitude que assumimos face aos bens deste mundo. Sugere que eles não podem ser os deuses que dirigem a nossa vida; e convida-nos a descobrir e a amar esses outros bens que dão verdadeiro sentido à nossa existência e que nos garantem a vida em plenitude.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Na primeira leitura, temos uma reflexão sobre o sem sentido de uma vida voltada para acumular bens… Embora a reflexão não vá mais além, ela constitui um patamar para partirmos à descoberta de Deus e dos seus valores e para encontramos aí o sentido último da nossa existência. </div>
<div style="text-align: justify;">
A nossa caminhada nesta terra está, na verdade, cheia de limitações, de desilusões, de imperfeições; mas nós sabemos que esta vida caminha para a sua realização plena, para a vida eterna: só aí encontraremos o sentido pleno do nosso ser e da nossa existência. Só em Deus e com Deus seremos capazes de encontrar o sentido da vida e preencher a nossa existência.</div>
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<br /></div>
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A segunda leitura convida-nos à identificação com Cristo: isso significa deixarmos os “deuses” que nos escravizam e renascermos continuamente, até que em nós se manifeste o Homem Novo e Mulher Nova, que é “imagem de Deus”. Pois, os cristãos, pelo batismo, identificaram-se com Cristo ressuscitado; dessa forma, morreram para o pecado e renasceram para uma vida nova. Essa vida deve crescer progressivamente, mas manifestar-se-á em plenitude, quando Cristo “aparecer”; Cristo veio fazer: criar uma comunidade de homens e mulheres novos, que sejam no mundo a “imagem de Deus”. Assim, a identificação com Cristo ressuscitado – que resulta do Batismo – é, portanto, um renascimento contínuo que deve levar-nos a parecer-nos cada vez mais com Deus.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
No Evangelho, através da “parábola do rico insensato”, Jesus denuncia a falência de uma vida voltada apenas para os bens materiais: a pessoa que assim procede é um “louco”, que esqueceu aquilo que, verdadeiramente, dá sentido à existência. Continuamos a percorrer o “caminho de Jerusalém” e a escutar as lições que preparam os discípulos para serem as testemunhas do Reino. A catequese, que Jesus hoje apresenta, é sobre a atitude face aos bens. </div>
<div style="text-align: justify;">
Jesus escusa-Se, delicadamente, a envolver-Se em questões de direito familiar e a tomar posição por um irmão contra outro: “amigo, quem me fez juiz ou árbitro das vossas partilhas?”. O que estava em causa na questão era a cobiça, a luta pelos bens, o apego excessivo ao dinheiro, talvez por parte dos dois irmãos em causa. A conclusão que Jesus tira explica porque é que Ele não aceita meter-Se na questão: o dinheiro não é a fonte da verdadeira vida. A cobiça dos bens, o desejo insaciável de ter é idolatria: não conduz à vida plena, não responde às aspirações mais profundas do ser humano, não conduz a um autêntico amadurecimento da pessoa. A lógica do “Reino” não é a lógica de quem vive para os bens materiais; quem quiser viver na dinâmica do Reino deverá ter isto presente.</div>
<div style="text-align: justify;">
A parábola que Jesus vai apresentar na seqüência ilustra a atitude do homem voltado para os bens perecíveis, mas que se esquece do essencial – aquilo que dá a vida em plenitude. Apresenta-nos um homem previdente, responsável, trabalhador, que até podíamos admirar e louvar; mas que, de forma egoísta e obsessiva, vive apenas para os bens que lhe asseguram tranqüilidade e bem-estar material, e nisso, já não o podemos louvar e admirar. Esse homem representa, aqui, todos aqueles cuja vida é apenas um acumular sempre mais, esquecendo tudo o resto – inclusive Deus, a família e os outros; representa todos aqueles que vivem uma relação de “circuito fechado” com os bens materiais, que fizeram deles o seu deus pessoal e que esqueceram que não é aí que está o sentido mais fundamental da existência.</div>
<div style="text-align: justify;">
A referência à ação de Deus, que põe repentinamente um ponto final nesta existência egoísta e sem significado, não deve ser muito sublinhada: ela serve, apenas, para mostrar que uma vida vivida desse jeito não tem sentido e que quem vive para acumular mais e mais bens é, aos olhos de Deus, um “insensato”.</div>
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O que é que Jesus pretende, ao contar esta história? Convidar os seus discípulos a despojar-se de todos os bens? Ensinar aos seus seguidores que não devem preocupar-se com o futuro? Propor aos que aderem ao Reino uma existência de miséria, sem o necessário para uma vida minimamente digna e humana? Não. O que Jesus pretende é dizer-nos que não podemos viver na escravatura do dinheiro e dos bens materiais, como se eles fossem a coisa mais importante da nossa vida. A preocupação excessiva com os bens, a busca obsessiva dos bens, constitui uma experiência de egoísmo, de fechamento, de desumanização, que centra o homem e a mulher em si próprio e o impede de estar disponível e de ter espaço na sua vida para os valores verdadeiramente importantes – os valores do Reino. Quando o coração está cheio de cobiça, de avareza, de egoísmo, quando a vida se torna um combate obsessivo pelo “ter”, quando o verdadeiro motor da vida é a ânsia de acumular, o homem torna-se insensível aos outros e a Deus; é capaz de explorar, de escravizar o irmão, de cometer injustiças, a fim de ampliar a sua conta bancária. Torna-se orgulhoso e auto-suficiente, incapaz de amar, de partilhar, de se preocupar com os outros… Fica, então, à margem do Reino.</div>
<div style="text-align: justify;">
A Palavra de Deus que aqui nos é servida questiona fortemente alguns dos fundamentos sobre os quais a nossa sociedade se constrói. O capitalismo selvagem que, por amor do lucro, escraviza e obriga a trabalhar até à exaustão e por salários miseráveis homens, mulheres e crianças, continua vivo em tantos cantos do nosso planeta… </div>
<div style="text-align: justify;">
Entre nós, o capitalismo continua a impor a filosofia do lucro, a escravatura do trabalhador, à prioridade dos critérios de planificação, de eficiência, de produção em relação às pessoas. Podemos consentir que o mundo se construa desta forma? Podemos consentir que as leis laborais favoreçam a escravidão do trabalhador? Que podemos fazer? Nós cristãos – nós Igreja – não temos uma palavra a dizer e uma posição a tomar face a isto?</div>
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O que Jesus denuncia aqui não é a riqueza, mas a deificação da riqueza. Até alguém que fez “voto de pobreza” pode deixar-se tentar pelo apelo dos bens e colocar neles o seu interesse fundamental… A todos Jesus recomenda: “cuidado com os falsos deuses; não deixem que o acessório vos distraia do fundamental”.</div>
<div style="text-align: justify;">
Jesus não é contra a riqueza, nem contra o progresso, nem contra o crescimento do nível de vida. Mas ser rico para si mesmo, é deixar-se aprisionar pelo dinheiro. A vida do homem não depende das suas riquezas. Hoje, o que diria Jesus aos grandes poderosos do mundo, “ricos de podre”, que não têm pejo em lançar para o desemprego milhares de pessoas sem saber qual o seu destino de vida? São pecados graves! Pode dizer-se que se trata de política. Mas trata-se primeiro do Evangelho! Cabe aos cristãos serem testemunhas pela própria vida, pelo próprio exemplo! E lutar contra este estado de coisas, fazendo-nos <i>na</i> <i>vivência do projeto de Deus, no acúmulo das coisas do Pai</i>! Assim seja! Amém.</div>
Joel Duarte Benisiohttp://www.blogger.com/profile/01240467812052079091noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7115469242127359896.post-22998261284071973622016-07-24T06:01:00.003-07:002016-07-24T06:01:34.804-07:00Rezar o Pai Nosso como se fosse a primeira vez…<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZ82z3mPHvPl-TFW3X4eBnFCPPAC7w-ijb7VSyF8IXAq3suBfRqkVPleTdZo8akl0O-fr8bcPaEgOCAwRh1kQxfs_AyVOzCpv8F_-h1o7_ylxAzQ8VArG0BYZD7_0GyoTVY7wRUZXojfIZ/s1600/pai+nosso+2.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZ82z3mPHvPl-TFW3X4eBnFCPPAC7w-ijb7VSyF8IXAq3suBfRqkVPleTdZo8akl0O-fr8bcPaEgOCAwRh1kQxfs_AyVOzCpv8F_-h1o7_ylxAzQ8VArG0BYZD7_0GyoTVY7wRUZXojfIZ/s320/pai+nosso+2.png" width="320" /></a></div>
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<br /></div>
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Irmãos e irmãs,</div>
<div style="text-align: justify;">
Este Santo Domingo nos convida a refletir o tema da oração. Ao colocar diante dos nossos olhos os exemplos de Abraão e de Jesus, a Palavra de Deus mostra-nos a importância da oração e ensina-nos a atitude que os crentes devem assumir no seu diálogo com Deus.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
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A primeira leitura sugere que a verdadeira oração é um diálogo “face a face”, no qual o homem e a mulher – com humildade, reverência, respeito, mas também com ousadia e confiança – apresenta a Deus as suas inquietações, as suas dúvidas, os seus anseios e tenta perceber os projetos de Deus para o mundo e para todos (as).</div>
<div style="text-align: justify;">
O diálogo entre Abraão e Deus a propósito de Sodoma confirma esse Deus da comunhão, que vem ao nosso encontro, que entra na sua casa, que Se senta à mesa com ele, que escuta os seus anseios e que lhes dá resposta; e mostra, além disso, um Deus cheio de bondade e de misericórdia, cuja vontade de salvar é infinitamente maior do que a vontade de condenar. É esse Deus “próximo”, cheio de amor, que quer vir ao nosso encontro e partilhar a nossa vida que temos de encontrar: só será possível rezar, se antes tivermos descoberto este “rosto” de Deus.</div>
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<br /></div>
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A segunda leitura, sem aludir diretamente ao tema da oração, convida a fazer de Cristo a referência fundamental, neste contexto de reflexão sobre a oração, podemos dizer que Cristo tem de ser a referência e o modelo do que crêem que reza: quer na freqüência com que se dirige ao Pai, quer na forma como dialoga com o Pai.</div>
<div style="text-align: justify;">
Pelo Batismo, o que crê aderiu a Cristo e identificou-se com Cristo; a vida de Cristo passou a circular nele: por isso, o crente – revivificado por Cristo – morreu para o pecado e nasceu para a vida nova do Homem Novo e da Mulher Nova. Em Cristo encontramos, portanto, a vida em plenitude, sem que seja necessário recorrer a mais nada, poderes angélicos, ritos, práticas para ter acesso à salvação. É necessário ter consciência de que o Batismo, identificando-nos com Jesus, constitui um ponto de partida para uma vida vivida ao jeito de Jesus, na doação, no serviço, na entrega da vida por amor. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O Evangelho senta-nos no banco da “escola de oração” de Jesus. Ensina que a oração do crente deve ser um diálogo confiante de uma criança com o seu “papá”. Com Jesus, somos convidados a descobrir em Deus “o Pai” e a dialogar freqüentemente com Ele acerca desse mundo novo que o Pai/Deus quer oferecer aos homens e mulheres.</div>
<div style="text-align: justify;">
O texto que hoje nos é proposto apresenta-nos Jesus a orar ao Pai e a ensinar aos discípulos como orar ao Pai. Não se trata tanto de ensinar uma fórmula fixa, que os discípulos devem repetir de memória, mas mais de propor um “modelo”, mas mostrar às comunidades cristãs qual a atitude que se deve assumir no diálogo com Deus. </div>
<div style="text-align: justify;">
Como é que os discípulos devem, então, rezar? Lucas refere-se a dois aspectos que devem ser considerados no diálogo com Deus. O primeiro diz respeito à “forma”: deve ser um diálogo de um filho com o Pai; o segundo diz respeito ao “assunto”: o diálogo incidirá na realização do plano do Pai, no advento do mundo novo.</div>
<div style="text-align: justify;">
Tratar Deus como “Pai” não é novidade nenhuma. No Antigo Testamento, Deus é “como um pai” que manifesta amor e solicitude pelo seu Povo. No entanto, na boca de Jesus, a palavra “Pai” referida a Deus não é usada em sentido simbólico, mas em sentido real: para Jesus, Deus não é “como um pai”, mas é “o Pai”. Ao referir-se a Deus desta forma, Jesus manifesta a intimidade, o amor, a comunhão de vida, que o ligam a Deus.</div>
<div style="text-align: justify;">
No entanto, o aspecto mais surpreendente reside no fato de Jesus ter aconselhado os seus discípulos a tratarem a Deus da mesma forma, admitindo-os à comunhão que existe entre Ele e Deus. Porque é que os discípulos podem chamar “Pai” a Deus? Porque, ao identificarem-se com Jesus e ao acolherem as propostas de Jesus, eles estabelecem uma relação íntima com Deus, a mesma relação de comunhão, de intimidade, de familiaridade que unem Jesus e o Pai. Tornam-se, portanto, “filhos de Deus”.</div>
<div style="text-align: justify;">
Sentir-se “filho” desse Deus que é “Pai” significa outra coisa: implica reconhecer a fraternidade que nos liga a uma imensa família de irmãos. Dizer a Deus “Pai” implica sair do individualismo que aliena, superar as divisões e destruir as barreiras que impedem de amar e de ser solidários com os irmãos, filhos do mesmo “Pai”.</div>
<div style="text-align: justify;">
Desta forma, Cristo convida os discípulos a assumirem, na sua relação e no seu diálogo com Deus, a mesma atitude de Jesus: a atitude de uma criança que, com simplicidade, se entrega confiadamente nas mãos do pai, acolhe naturalmente a sua ternura e o seu amor e aceita a proposta de intimidade e de comunhão que essa relação pai/filho implica; convida, também, os discípulos a assumirem-se como irmãos e a formarem uma verdadeira família, unida à volta do amor e do cuidado do “Pai”.</div>
<div style="text-align: justify;">
Definida a “atitude”, falta definir o “assunto” ou o “tema” da oração. Na perspectiva de Jesus, o diálogo do crente com Deus deve, sobretudo, abordar o tema do advento do Reino, do nascimento desse mundo novo que Deus nos quer oferecer. A referência à “santificação do nome” expressa o desejo de que Deus se manifeste como salvador aos olhos de todos os povos e o reconhecimento por parte dos homens, da justiça e da bondade do projeto de Deus para o mundo; a referência à “vinda do Reino” expressa o desejo de que esse mundo novo que Jesus veio propor se torne uma realidade definitivamente presente na vida dos homens; a referência ao “pão de cada dia” expressa o desejo de que Deus não cesse de nos alimentar com a sua vida, na forma do pão material e na forma do pão espiritual; a referência ao “perdão dos pecados” pede que a misericórdia de Deus não cesse de derramar-se sobre as nossas infidelidades e que, a partir de nós, ela atinja também os outros irmãos que falharam; a referência à “tentação” pede que Deus não nos deixe seduzir pelo apelo das felicidades ilusórias, mas que nos ajude a caminhar ao encontro da felicidade duradoura, da vida plena…</div>
<div style="text-align: justify;">
Duas parábolas finais completam o quadro. O acento da primeira não deve ser posto tanto na insistência do “amigo importuno”, mas mais na ação do amigo que satisfaz o pedido; o que Jesus pretende dizer é: se os homens e mulheres são capazes de escutar o apelo de um amigo importuno, ainda mais Deus atenderá gratuitamente aqueles que se Lhe dirigem. A segunda parábola convida à confiança em Deus: Ele conhece-nos bem e sabe do que necessitamos; em todas as circunstâncias Ele derramará sobre nós o Espírito, que nos permitirá enfrentar todas as situações da vida com a força de Deus.</div>
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O Evangelho de Lucas sublinha o espaço significativo que Jesus dava, na sua vida, ao diálogo com o Pai – nomeadamente, antes de certos momentos determinantes, nos quais se tornava particularmente importante o cumprimento do projeto do Pai. A forma como Jesus Se dirige a Deus mostra a existência de uma relação de intimidade, de amor, de confiança, de comunhão entre Ele e o Pai, de tal forma que Jesus chama a Deus “papá”; e Ele convida os seus discípulos a assumirem uma atitude semelhante quando se dirigem a Deus. </div>
<div style="text-align: justify;">
O “Pai Nosso” é a única oração que Jesus ensinou aos seus discípulos. É também a própria oração de Jesus. “Senhor, ensina-nos a orar”. Como se fosse a primeira vez, como os discípulos, coloquemo-nos sem cessar na escola de Jesus para rezar. Reaprender d’Ele o sentido e a força das palavras que Ele nos deixou. Redizê-las, saboreá-las e deixar que elas nos transformem, procuramos rezá-las como se fizéssemos uma primeira descoberta recebendo-as da própria boca de Jesus. <i>Rezar o Pai Nosso como se fosse a primeira vez…E também rezar e viver o Pai Nosso dos Mártires:</i> <i>Pai nosso, dos pobres marginalizados / Pai nosso, dos mártires, dos torturados. Teu nome é santificado naqueles que morrem defendendo a vida, Teu nome é glorificado, quando a justiça é nossa medida / Teu reino é de liberdade, de fraternidade, paz e comunhão/ Maldita toda a violência que devora a vida pela repressão... Perdoa-nos quando por medo ficamos calados diante da morte, Perdoa e destrói os reinos em que a corrupção é a lei mais forte... Pai nosso revolucionário, Parceiro dos pobres, Deus dos oprimidos Pai nosso, revolucionário, Parceiro dos pobres, Deus dos oprimidos.</i> Assim seja! Amém.</div>
Joel Duarte Benisiohttp://www.blogger.com/profile/01240467812052079091noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7115469242127359896.post-65141104190968076122016-07-10T06:32:00.004-07:002016-07-10T06:32:48.268-07:00"Então vai e faz o mesmo"<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEggJiRtFs8lntl9LTVfEpf0FCcNHXrBE1MXo6x118sZwMEJY3mIW636xM168o2jT7us1WErfrS1cpqLveV0QOAqyEsYMBE2oOy4smwnYlOW_-33SPMnFSYiBUjwv65scr-vCPOqABdoNvK5/s1600/quem+%25C3%25A9+meu+pr%25C3%25B3ximo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEggJiRtFs8lntl9LTVfEpf0FCcNHXrBE1MXo6x118sZwMEJY3mIW636xM168o2jT7us1WErfrS1cpqLveV0QOAqyEsYMBE2oOy4smwnYlOW_-33SPMnFSYiBUjwv65scr-vCPOqABdoNvK5/s400/quem+%25C3%25A9+meu+pr%25C3%25B3ximo.jpg" width="400" /></a></div>
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<br /></div>
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Irmãos e irmãs,</div>
<div style="text-align: justify;">
Este Santo Domingo procura definir o caminho para encontrar a vida eterna. É no amor a Deus e aos outros – dizem os textos que nos são propostos – que encontramos a vida em plenitude.</div>
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<br /></div>
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A primeira leitura reflete, sobretudo, sobre a questão do amor a Deus. Convida os que creem a fazer de Deus o centro da sua vida e a amá-lo de todo o coração. Como? Escutando a sua voz no íntimo do coração e percorrendo o caminho dos seus mandamentos.</div>
<div style="text-align: justify;">
Fundamentalmente, estamos diante de um convite a aderir com todo o coração e com todo o ser às propostas e aos mandamentos de Deus. Este convite a aderir com todo o coração e com todo o ser às propostas de Deus leva-nos a questionar a qualidade da nossa adesão. Não pode ser uma adesão a meio-gás ou a tempo parcial – de acordo com os nossos interesses; mas tem de ser uma adesão total, completa, plenamente empenhada, a “fundo perdido”. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Na segunda leitura, Paulo apresenta-nos um hino que propõe Cristo como a referência fundamental, como o centro à volta do qual se constrói a história e a vida de cada crente. O texto foge, um tanto, à temática geral das outras duas leituras; no entanto, a catequese sobre a centralidade de Cristo leva-nos a pensar na importância do que Ele nos diz no Evangelho de hoje. Se Cristo é o centro a partir do qual tudo se constrói, convém escutá-l’O atentamente e fazer do amor a Deus e aos outros uma exigência fundamental da nossa caminhada.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O Evangelho sugere que essa vida plena não está no cumprimento de determinados ritos, mas no amor a Deus e aos irmãos. Como exemplo, apresenta-se a figura de um samaritano – um herege, um infiel, segundo os padrões judaicos, mas que é capaz de deixar tudo para estender a mão a um irmão caído na beira da estrada. “Vai e faz o mesmo” – diz Jesus a cada um dos que o querem seguir no caminho da vida plena.</div>
<div style="text-align: justify;">
O que está em jogo no texto que nos é proposto é uma pergunta de um mestre da Lei: “o que fazer, a fim de conseguir a vida eterna?”. A resposta é previsível e evidente, de tal forma que o próprio mestre da Lei a conhece: amar a Deus, fazer de Deus o centro da vida e amar o próximo como a si mesmo. Jesus concorda: até aqui, a proposta de Jesus não acrescenta nada de novo àquilo que a própria Lei sugere.</div>
<div style="text-align: justify;">
A dúvida do mestre da Lei vai, no entanto, mais fundo: “e quem é o meu próximo?” É uma questão pertinente, neste contexto. Na época de Jesus, os mestres de Israel discutiam, precisamente, quem era o “próximo”. Naturalmente, havia opiniões mais abrangentes e opiniões mais particularistas e exclusivistas; mas havia consenso entre todos no sentido de excluir da categoria “próximo” os inimigos: de acordo com a Lei, o “próximo” era apenas o membro do Povo de Deus. Jesus, no entanto, tinha uma perspectiva diferente dos “fazedores de opinião” de Israel. É precisamente para explicar a sua perspectiva que Jesus conta a “parábola do bom samaritano”.</div>
<div style="text-align: justify;">
A parábola situa-nos nessa estrada entre a cidade santa de Jerusalém e o oásis de Jericó. Na época de Jesus, é uma estrada perigosa, sempre infestada de bandos armados. Ora “um homem” não identificado, não se diz quem é, de que raça é, qual a sua religião, mas apenas que é “um homem”, embora, pelo contexto, possa depreender-se que é um judeu, foi assaltado pelos bandidos e deixado caído na beira da estrada. Trata-se, portanto, e isso é que é preponderante, de “um homem” ferido, abandonado, necessitado de ajuda.</div>
<div style="text-align: justify;">
Pela estrada passaram sucessivamente um sacerdote, que conhecia a Lei e que exercia funções litúrgicas no templo e um levita, ligado à instituição religiosa judaica e que exercia, também, funções litúrgicas no templo. Ambos passaram adiante: ou o medo de enfrentar a mesma sorte, ou as preocupações com a pureza legal, que impedia contatar com um cadáver, ou a pressa, ou a indiferença diante do sofrimento alheio, impede-os de parar. Apesar dos seus conhecimentos religiosos, não têm qualquer sentimento de misericórdia por aquele homem. Eles sabem tudo sobre Deus, lidam diariamente com Deus mas, afinal, não sabem nada de Deus, pois, não sabem nada de amor. A sua religião é uma religião oca, de ritos estéreis, de gestos vazios e sem sentido, de cerimônias solenes, mas não tem nada a ver com o amor, com o coração.</div>
<div style="text-align: justify;">
Pela estrada passou, finalmente, um samaritano. Trata-se de um desses que a religião tradicional de Israel considerava um inimigo, um infiel, longe da salvação e do amor de Deus… No entanto, foi ele que parou, sem medo de correr riscos ou de adiar os seus esquemas e interesses pessoais, que cuidou do ferido e que o salvou. Apesar de ser um herege, um excomungado, mostra ser alguém atento ao irmão necessitado, com o coração cheio de amor e, portanto, cheio de Deus.</div>
<div style="text-align: justify;">
Jesus conclui a parábola dizendo ao mestre da Lei que o interrogara: “então vai e faz o mesmo”. A verdadeira religião que conduz à vida plena passa pelo amor a Deus, traduzido em gestos concretos de amor pelo irmão – por todo o irmão, sem exceção.</div>
<div style="text-align: justify;">
Trata-se de ver em cada pessoa – sem exceção – um irmão e de lhe dar a mão sempre que ele necessitar. Qualquer pessoa ferida com quem nos cruzamos nos caminhos da vida tem direito ao nosso amor, à nossa misericórdia, ao nosso cuidado – seja ela branca ou negra, portuguesa ou ucraniana, cristã ou muçulmana, fascista ou comunista, pobre ou rica… A verdadeira religião que conduz à salvação passa por este amor sem limites.</div>
<div style="text-align: justify;">
Recordemos que a pergunta inicial era: “o que fazer para alcançar a vida eterna”… A conclusão é óbvia: para alcançar a vida eterna é preciso amar a Deus e amar o próximo. O “próximo” é qualquer um que necessita de nós, seja amigo ou inimigo, conhecido ou desconhecido, da mesma raça ou doutra raça qualquer; o “próximo” é qualquer irmão caído nos caminhos da vida que necessita, para se levantar, da nossa ajuda e do nosso amor. Neste gesto do samaritano, a Igreja de todos os tempos, a comunidade dos que caminham ao encontro da vida plena, da salvação, reconhece um aspecto fundamental da sua missão: a de levantar todos os homens e mulheres caídos nos caminhos da vida.</div>
<div style="text-align: justify;">
Assim, para o discípulo de Jesus, não há mais estrangeiro. Todo o homem torna-se próximo para mim, na medida em que eu o considero como um irmão. Sem dúvida, temos ainda muito trabalho para concretizar nas nossas vidas o ensinamento do Senhor! Mas Jesus vai ainda mais longe. É bom respeitá-las. Por exemplo, é bom não faltar à missa ao domingo. Mas se, no resto da minha vida, esqueço as exigências evangélicas do amor, arrisco passar ao lado do meu irmão ferido.</div>
<div style="text-align: justify;">
O doutor da Lei compreendeu tudo. Para ele, o próximo é o que se aproxima do seu irmão, e que tem bondade para com ele. A diferença entre o sacerdote e o levita, e o samaritano, é que os dois primeiros contentam-se em ver e passar ao lado, sem dúvida para não se sujarem ao tocar o sangue, enquanto o terceiro aproxima-se, vê e enche-se de compaixão. O sacerdote e o levita conhecem a Lei, conhecem o duplo mandamento do amor: passando ao lado do caminho, respeitam a Lei que proíbe tocar no sangue… Eles sabem. Ora, é o samaritano que talvez não saiba a Lei, mas faz prova de bondade, é ele que põe em prática a Lei de Deus. Então, é o samaritano que terá a vida, como promete Jesus, na medida em que faz o que Deus quer, mesmo se ele não sabe. E Jesus, o Mestre, do mesmo modo que convida o doutor da Lei, convida também este a fazer o mesmo, para ter a Vida, observando verdadeiramente a Lei divina. </div>
<div style="text-align: justify;">
Trata-se, portanto, de fazer com que o amor percorra as duas coordenadas fundamentais da nossa existência – a vertical, relação com Deus e a horizontal, relação com os outros homens e mulheres. É por aqui que passa a nossa realização plena. Estou do lado do sacerdote e do levita, ou do lado do samaritano? Quem é meu próximo? Também a mim, Jesus diz-me: “Então vai e faz o mesmo”.</div>
Joel Duarte Benisiohttp://www.blogger.com/profile/01240467812052079091noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7115469242127359896.post-73106060949047763822016-07-03T05:58:00.000-07:002016-07-03T05:59:11.443-07:00Pedro e Paulo, missionários da fé<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi45sp0zHROlzmBhbo4XqR0xyq0x6s2cP876vQAzFTnaEA2IkLjFM2k0Ozp0Eboo2XTwMxhe-iVvdFeObTkDMVmunxMx4GKL5g5jLSp70cB-baviyAi-ST3lKA5kox6XFktqOcrGvRU2hDA/s1600/pedro+e+paulo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="197" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi45sp0zHROlzmBhbo4XqR0xyq0x6s2cP876vQAzFTnaEA2IkLjFM2k0Ozp0Eboo2XTwMxhe-iVvdFeObTkDMVmunxMx4GKL5g5jLSp70cB-baviyAi-ST3lKA5kox6XFktqOcrGvRU2hDA/s400/pedro+e+paulo.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
Irmãos
e irmãs em Cristo,<span style="font-size: 13.5pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
Na
alegria do encontro, para celebrar nossa vida de comunidade, nossa fé no
Ressuscitado, celebramos às duas colunas da Igreja: São Pedro e São Paulo,
mártires e missionários da Santa Igreja.<span style="font-size: 13.5pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
A
Leitura dos Atos dos Apóstolos traz reflexão a partir da libertação de Pedro da
prisão, e o fez sob o poder e a proteção divina, quantas vezes estamos em uma
situação complicada e aparece alguém que ajuda-nos. Deus age na escuridão da
noite mostrando-nos que quando por causa da nossa fragilidade, não conseguimos
enxergar o que vem pela frente, o próprio Deus toma à nossa frente,
conduzindo-nos à libertação. Acontece com Pedro mesmo que acontecera com Jesus.
Assim como o Pai libertou Jesus da morte, o anjo do Senhor liberta Pedro da
prisão.<span style="font-size: 13.5pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
É na
fé que percebemos a ação de Deus em nossa vida como Pedro, que foi liberto de
maneira prodigiosa da prisão por um anjo do Senhor. A verdadeira fé nos leva a
esse reconhecimento “agora sei que Deus enviou-me o seu anjo que me libertou
dos meus inimigos”,<span style="font-size: 13.5pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
Paulo
revela-nos um trecho de despedida e uma espécie de testamento próprio: “Quanto
a mim, estou a ponto de ser imolado e o instante da minha libertação se
aproxima. Combati o bom combate, terminei a minha carreira, guardei a fé.”
Prisioneiro em Roma e aguardando o julgamento final, passou a esperança de ser
libertado e se prepara para enfrentar a execução. A morte de Paulo é um fato
transcendental porque é assumida e vivida à luz da fé. O tom de generosidade,
serenidade, confiança absoluta e plena consciência com que o apóstolo Paulo se
coloca diante da morte iminente exprime sua vida como um todo.<span style="font-size: 13.5pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
Paulo
não anunciou o Evangelho só para pregação, mas a sua pessoa é testemunho vivo e
convincente da Boa Nova da cruz. A maneira como ele se conduziu na vida e na
morte é pregação viva. Paulo constitui-se assim, em matéria e conteúdo da
pregação. Esse falar sublime de si mesmo, quase perdendo de vista sua condição
humana, possui plena consciência de que o que fez não foi ele que realizou, mas
o Cristo que nele vive e por quem ele vive. A vida do Apóstolo Paulo é
referência do que o Evangelho pode realizar na vida do Cristão.<span style="font-size: 13.5pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
No
Evangelho, Mateus apresenta Jesus pergunta a seus discípulos quem as pessoas
pensam que ele é, e os discípulos lhe respondem: João Batista, outros que é
Elias, Jeremias ou algum dos antigos profetas. Jesus então dirige a pergunta
aos próprios discípulos: “É vós, quem dizeis que eu sou”?<span style="font-size: 13.5pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
É de
fundamental importância essa pergunta para a vida cristã. Cada batizado,
discípulo de Jesus precisa se perguntar: “Quem é Jesus para mim”? A resposta de
Pedro: “Tu és o Messias, o Cristo, o Filho de Deus Vivo”. Esta verdadeira
confissão de fé, que Pedro faz em nome de todos, é a pedra fundamental sobre a
qual Cristo edifica a sua igreja, isto é, comunidade daqueles que creem, acesso
pleno ao Reino do Céu; revelada pelo próprio Pai do Céu.<span style="font-size: 13.5pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
Pedro
recebeu de Jesus o encargo de confirmar os irmãos na fé, de ser a pedra sobre a
qual foi construída a Igreja que professa: “Tu és o Messias, o Cristo, o Filho
de Deus Vivo”. O apóstolo Paulo é considerado o primeiro grande missionário da
Igreja. Ele viaja pelo mundo pregando o Evangelho e formando comunidades de fé.
O Papa, sucessor de Pedro, tem como missão cuidar da Igreja, povo de Deus, para
que ela permaneça unida e fiel a Jesus Cristo, sendo discípula missionária.<span style="font-size: 13.5pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
Os
apóstolos de Jesus marcaram a espiritualidade e o estilo de vida de nossa
Igreja. Suas vidas são lugares privilegiados de encontro com Jesus Cristo. Seu
testemunho se mantém atual e seus ensinamentos inspiram o ser e a ação das
comunidades cristãs. Entre eles, Pedro o apóstolo, a quem Jesus confiou a
missão de confirmar a fé de seus irmãos, ajuda-nos a estreitar o vínculo de
comunhão com o Papa, seu sucessor, e a buscar em Jesus as palavras de vida
eterna. As contínuas prisões de Pedro fazem-no prolongar a paixão de Jesus.
Convertido, Paulo, o evangelizador incansável, persegue os cristãos sem saber
que, perseguidos, eles revivem a paixão do Mestre; Paulo se torna o maior
propagador do Evangelho de Cristo, nos indica o caminho da audácia missionária
e a vontade de se aproximar de cada realidade cultural com a Boa Nova do Senhor
Jesus.<span style="font-size: 13.5pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
A
confiança que Jesus depositou em Pedro decorreu do fato de ter sido objeto da
predileção divina. Sua confissão de fé - "Tu és o Cristo!" - não
resultou de sabedoria humana, nem tampouco do empenho pessoal para
reconhecê-lo. Foi, sim, obra da revelação do Pai. E ele, na certa, continuará a
inspirá-lo e revelar-lhe a identidade do Messias Jesus. Enquanto a multidão
divaga e tem extrema dificuldade em apreender o mistério que se oculta sob a
pessoa do Rabi da Galileia, o velho pescador – sem nenhum apoio em sua própria
e limitada natureza humana – recebe do Espírito Santo as luzes interiores
necessárias para identificar seu Mestre como o Messias esperado por Israel. E
vai muito além: Jesus é o Filho de Deus!<span style="font-size: 13.5pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
É
suficiente para que Jesus defina o Apóstolo Pedro como a “rocha”, equivalente
ao latim petra, Petrus. Se Jesus é a verdadeira “pedra angular”, ele deixará a
Pedro como a “rocha” da Igreja, seu corpo místico. A profissão de fé de Pedro é
suficiente para que o Senhor o coloque à frente da Igreja.<span style="font-size: 13.5pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
O
símbolo das “chaves” aponta para uma faculdade ou poder que Jesus Cristo
entrega nas mãos de sua Igreja, centrada na figura de Pedro: ligar e desligar,
fechar e abrir. Após a ressurreição, Jesus Cristo será ainda mais claro,
referindo-se ao poder de perdoar ou não os pecados. Com as “chaves” nas mãos,
os herdeiros do ministério apostólico poderão abrir os tesouros de Cristo
confiados à Igreja e distribuí-los entre os fiéis. Ao cortar os laços que os
prendem ao pecado, com a absolvição, reconciliam os pecadores com a Igreja.
Podem também definir quem está ligado, ou não, ao corpo de Cristo. Obviamente,
não se trata de um poder discricionário, a ser desempenhado com arbítrio e
despotismo. Ao contrário, o “poder das chaves” constitui um permanente serviço
à Igreja e à humanidade, alvos do amor entranhado do próprio Senhor.<span style="font-size: 13.5pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
A
Festa de São Pedro e São Paulo, que celebramos nesse domingo, nos faz pensar na
origem de nossas comunidades. Como tudo começou? Quando foi a primeira
celebração, quem fez? Como é que a comunidade cresceu e se desenvolveu para
chegar aos dias de hoje? Uma coisa é muito certa: o fundador ou fundadores
devem ter feito uma experiência muito profunda com Jesus Cristo, pois sem isso,
a comunidade não teria um alicerce, alguém em quem apoiar-se para poder crescer
e cumprir a sua missão.<span style="font-size: 13.5pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
Paulo
foi tão marcante na vida das comunidades, que esse apóstolo é mencionado como o
segundo fundador da nossa Igreja. Paulo não ficou só na mística, sistematizou
alguns pontos doutrinários importantes, organizou as comunidades que havia
iniciado, e o mais bonito, mesmo pensando um pouco diferente do Chefe dos
Apóstolos, manteve-se firme em comunhão com ele e os irmãos da Igreja de
Jerusalém, com quem aliás, sempre foi solidário, ao organizar coletas que
levava para a Igreja mãe.<span style="font-size: 13.5pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
São
Paulo é o modelo fiel do cristão autêntico, que faz a experiência com Jesus, se
encanta com o seu ensinamento, desfaz o seu projeto de vida por causa dele e
torna-se um fiel seguidor do evangelho, dando por ele a própria vida como
aconteceu em seu martírio. São Paulo sempre acreditou nas comunidades, mesmo
quando havia indícios de desunião, problemas internos, acreditava nas pessoas.
Outra coisa importante na pessoa de Paulo, é que ele promoveu uma ação
evangelizadora em ambiente hostil á Cristo e ao seu evangelho, era corajoso e
nunca teve medo de anunciar a Verdade.<span style="font-size: 13.5pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
Isso
nos leva a pensar que muitas vezes somos acomodados, quando ficamos esperando
que as pessoas venham procurar nossa pastoral ou movimento, parece que a gente
não se sente seguro para falar do evangelho no meio do mundo, lá onde as
pessoas precisam escutar esse anúncio, porque achamos que não vão gostar e que
algumas vão ser contra. Se São Paulo pensasse assim, milhares de pessoas, ontem
e hoje, não teriam conhecido a Jesus.<span style="font-size: 13.5pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
São
Pedro é chamado o príncipe dos apóstolos, isso é, aquele que iniciou o apostolado,
e vemos no evangelho de hoje, porque o próprio Cristo o constituiu chefe da sua
igreja. Ele conseguiu enxergar em Jesus algo muito mais do que se falava, o
povo via nele um Messias Profeta, comparável a João Batista ou a Elias, outro
grande profeta na História de Israel, mas esse pensamento era fruto de uma
ideologia, e a era messiânica que todos aguardavam com ansiedade, representava
uma nova política, uma inversão do quadro, o Messias era um libertador
Político, enviado por Deus sim, porém, com uma missão terrena.<span style="font-size: 13.5pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
Os
apóstolos de Jesus marcaram a espiritualidade e o estilo de vida de nossa
Igreja. Suas vidas são lugares privilegiados de encontro com Jesus Cristo. Seu
testemunho se mantém atual e seus ensinamentos inspiram o ser e a ação das
comunidades cristãs. Entre eles, Pedro o apóstolo, a quem Jesus confiou a
missão de confirmar a fé de seus irmãos, ajuda-nos a estreitar o vínculo de
comunhão com o Papa, seu sucessor, e a buscar em Jesus as palavras de vida
eterna. As contínuas prisões de Pedro fazem-no prolongar a paixão de Jesus.
Convertido, Paulo, o evangelizador incansável, persegue os cristãos sem saber
que, perseguidos, eles revivem a paixão do Mestre; Paulo se torna o maior
propagador do Evangelho de Cristo, nos indica o caminho da audácia missionária
e a vontade de se aproximar de cada realidade cultural com a Boa Nova do Senhor
Jesus.<span style="font-size: 13.5pt;"><o:p></o:p></span></div>
<o:p></o:p>
<o:p></o:p>
<o:p></o:p>
<o:p></o:p>
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<o:p></o:p>
<o:p></o:p>
<br />
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
Portanto,
reconhecer Jesus é ser um bem-aventurado, através dele o cristão mergulha no
projeto de Deus realizado em Jesus. Ninguém chega a entender “quem é Jesus” a
não ser mediante o compromisso com a justiça do Reino; torna-se importante
lembrar o ensinamento de Jesus sobre o discipulado: Ele "não veio para ser
servido, mas para servir”. Assim, herdeiros da experiência de discípulos,
missionários, testemunhas e mártires, chamados a assumir e encarnar Jesus em
nossas vidas. Com o Espírito de fé no testemunho apostólico, seguindo os passos
de <i>Pedro e Paulo, missionários da fé</i>,
fazei-nos sensíveis para acolher a revelação do Pai e reconhecer Jesus como
"Tu és o Messias, o Cristo, o Filho de Deus vivo”. Assim seja! Amém<b>.</b><span style="font-size: 13.5pt;"><o:p></o:p></span></div>
Joel Duarte Benisiohttp://www.blogger.com/profile/01240467812052079091noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7115469242127359896.post-17538881383839207992016-06-26T05:19:00.003-07:002016-06-26T05:19:58.381-07:00Feito para o Reino!<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0boPY0zYWJWOYx3bVDmcDLSK_TkoF14cAK_8fmt5Itvxnd_JzET-Vrf-aAYl0Y9FtbkvNxLisrrcgdpUeMRkg-Nqc5JKwg5GnbwYH_9D4pCYD3tT1PErBsrijdpF3qw3wIlJF_pNGbkoE/s1600/cruz+arado.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="306" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0boPY0zYWJWOYx3bVDmcDLSK_TkoF14cAK_8fmt5Itvxnd_JzET-Vrf-aAYl0Y9FtbkvNxLisrrcgdpUeMRkg-Nqc5JKwg5GnbwYH_9D4pCYD3tT1PErBsrijdpF3qw3wIlJF_pNGbkoE/s400/cruz+arado.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Irmãos e irmãs,</div>
<div style="text-align: justify;">
Este Santo Domingo sugere que Deus conta conosco para intervir no mundo, para transformar e salvar o mundo; e convida-nos a responder a esse chamamento com disponibilidade e com radicalidade, no dom total de nós mesmos às exigências do “Reino”.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A primeira leitura apresenta-nos um Deus que, para atuar no mundo e na história, pede a ajuda dos homens; Eliseu, discípulo de Elias, é o homem que escuta o chamamento de Deus, corta radicalmente com o passado e parte generosamente ao encontro dos projetos que Deus tem para ele.</div>
<div style="text-align: justify;">
<div>
O gesto de Eliseu significa, o abandono da vida antiga, a renúncia à antiga profissão, a ruptura com a própria família e a entrega total à missão profética. Exprime a radicalidade da sua entrega ao serviço de Deus.</div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
É preciso ter em conta que, muitas vezes, o desafio de Deus nos chega através da palavra ou da interpelação de um irmão; e que, muitas vezes, é preciso contar com o apoio de alguém para discernir o caminho e ser capaz de enfrentar os desafios da vocação.</div>
<div style="text-align: justify;">
O relato da “vocação” de Eliseu não é o relato de uma situação excepcional, que só acontece a alguns privilegiados, eleitos entre todos por Deus para uma missão no mundo; mas é a história de cada um de nós e dos apelos que Deus nos faz, no sentido de nos disponibilizarmos para a missão que Ele nos quer confiar, quer no mundo, quer na nossa comunidade cristã. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A segunda leitura diz ao “discípulo” que o caminho do amor, da entrega, do dom da vida, é um caminho de libertação. Responder ao chamamento de Cristo, identificar-se com Ele e aceitar dar-se por amor, é nascer para a vida nova da liberdade.</div>
<div style="text-align: justify;">
Para Paulo, a verdadeira liberdade consiste em viver no amor. O que nos escraviza nos limita e nos impede de alcançar a vida em plenitude, “salvação”, é o egoísmo, o orgulho, a auto-suficiência; mas superar esse fechamento em nós próprios e fazer da nossa vida um dom de amor torna-nos verdadeiramente livres. Só é autenticamente livre aquele que se libertou de si próprio e vive para se dar aos outros. Assim, falar de uma comunidade formada por pessoas livres em Cristo implica falar de uma comunidade voltada para o amor, para a partilha, para as necessidades e carências dos irmãos que estão à sua volta. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O Evangelho apresenta o “caminho do discípulo” como um caminho de exigência, de radicalidade, de entrega total e irrevogável ao “Reino”. Sugere, também, que esse “caminho” deve ser percorrido no amor e na entrega, mas sem fanatismos nem fundamentalismos, no respeito absoluto pelas opções dos outros.</div>
<div style="text-align: justify;">
Na primeira parte do texto, Lucas apresenta a lição de Jesus ao longo desta “caminhada” que vai para a atitude que os discípulos devem assumir face ao “ódio” do mundo. Que fazer quando o mundo tem uma atitude de rejeição face à proposta de Jesus? Tiago e João pretendem uma resposta agressiva, que retribua na mesma moeda, face à hostilidade manifestada pelos samaritanos; mas Jesus avisa-os que o seu “caminho” não passa nem passará nunca pela imposição da força, pela resposta violenta, pela prepotência, no seu horizonte próximo continua a estar apenas a cruz e a entrega da vida por amor: é no dom da vida e não na prepotência e na morte que se realizará a sua missão. Isto é algo que os discípulos nunca devem esquecer, se estão interessados em percorrer o “caminho” de Jesus.</div>
<div style="text-align: justify;">
Jesus recusa, liminarmente, responder à oposição e à hostilidade do mundo com qualquer atitude de violência, de agressividade, de vingança. No entanto, a Igreja de Jesus, na sua caminhada histórica, tem trilhado caminhos de violência, de fanatismo, de intolerância: as cruzadas, as conversões à força, os julgamentos da “santa” Inquisição, as exigências que criam em tantas consciências escravidão e sofrimento… Diante disto, resta-nos reconhecer que, infelizmente, nem sempre vivemos na fidelidade aos caminhos de Jesus e pedir desculpa aos nossos irmãos pela nossa falta de amor. É preciso, também, continuar a anunciar o Evangelho com fidelidade, com firmeza e com coragem, mas no respeito absoluto por aqueles que querem seguir outros caminhos e fazer outras opções.</div>
<div style="text-align: justify;">
Na segunda parte, Lucas apresenta através do diálogo entre Jesus e três candidatos a discípulos, algumas das condições para percorrer, com Jesus, esse “caminho” que leva a Jerusalém, isto é, que leva ao acontecer pleno da salvação. Que condições são essas?</div>
<div style="text-align: justify;">
O primeiro diálogo sugere que o discípulo deve despojar-se totalmente das preocupações materiais: para o discípulo, o Reino tem de ser infinitamente mais importante do que as comodidades e o bem-estar material. O segundo diálogo sugere que o discípulo deve despegar-se desses deveres e obrigações que, apesar da sua relativa importância, impedem uma resposta imediata e radical ao Reino. O terceiro diálogo sugere que o discípulo deve despegar-se de tudo, até da própria família, se for necessário, para fazer do Reino a sua prioridade fundamental: nada, nem a própria família, deve adiar e demorar o compromisso com o Reino.</div>
<div style="text-align: justify;">
Não podemos ver estas exigências como normativas: em outras circunstâncias, Ele mandou cuidar dos pais; e os discípulos, nomeadamente Pedro, fizeram-se acompanhar das esposas durante as viagens missionárias… O que estes ensinamentos pretendem dizer é que o discípulo é convidado a eliminar da sua vida tudo aquilo que possa ser um obstáculo no seu testemunho quotidiano do Reino.</div>
<div style="text-align: justify;">
A nós, discípulos de Jesus, é proposto que O sigamos no “caminho” de Jerusalém, nesse “caminho” que conduz à salvação e à vida plena. Trata-se de um “caminho” que implica a renúncia a nós mesmos, aos nossos interesses, ao nosso orgulho, e um compromisso com a cruz, com a entrega da vida, com o dom de nós próprios, com o amor até as últimas conseqüências. O “caminho do discípulo” é um caminho exigente, que implica um dom total ao “Reino”. Quem quiser seguir Jesus, não pode deter-se a pensar nas vantagens ou desvantagens materiais que isso lhe traz, nem nos interesses que deixou para trás, nem nas pessoas a quem tem de dizer adeus… Então, quem quiser seguir Jesus não pode ter hesitações nem restrições. Para Ele, o tempo urge, tem a ver com a salvação da humanidade, com a vontade do Pai. Se Jesus parece exigente para com aqueles que O querem seguir, é porque Ele mesmo é exigente quanto à sua própria caminhada. É caminhando que Jesus convida a colocarmo-nos a caminho atrás d’Ele. Pois, “Quem tiver lançado as mãos ao arado e olhar para trás não serve para o reino de Deus”. Jesus pede-me para não voltar atrás, porque me diz: “É agora que te amo, é agora que quero encontrar-te, estar contigo”. Se aceito isso, então sou “feito para o Reino!”. Assim seja! Amém.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
Joel Duarte Benisiohttp://www.blogger.com/profile/01240467812052079091noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7115469242127359896.post-88454230292749871192016-06-19T05:40:00.002-07:002016-06-19T05:40:24.715-07:00"Tome a sua cruz todos os dias e siga-Me…”<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0kGg9T6Xm8CXZiP8-qgxEzT0WC3Ewqhyphenhyphenjr5zlyMdSb3x85d08HyZGtJTZ2gGkWYNH2qR7EtegUHP5PW8pz_qhBnUvcgk74mWMSzFDouM33ukD5FQE8DI5HAxC2PF2aOk7oC12FQoEA0vS/s1600/cruz.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0kGg9T6Xm8CXZiP8-qgxEzT0WC3Ewqhyphenhyphenjr5zlyMdSb3x85d08HyZGtJTZ2gGkWYNH2qR7EtegUHP5PW8pz_qhBnUvcgk74mWMSzFDouM33ukD5FQE8DI5HAxC2PF2aOk7oC12FQoEA0vS/s400/cruz.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Irmãos e irmãs,</div>
<div style="text-align: justify;">
Este Santo Domingo coloca no centro da nossa reflexão a figura de Jesus: quem é Ele e qual o impacto que a sua proposta de vida tem em nós? A Palavra de Deus que nos é proposta impele-nos a descobrir em Jesus o “messias” de Deus, que realiza a libertação de homens e mulheres através do amor e do dom da vida; e convida cada “cristão” à identificação com Cristo – isto é, a “tomar a cruz”, a fazer da própria vida um dom generoso aos outros.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A primeira leitura apresenta-nos um misterioso profeta “transpassado”, cuja entrega trouxe conversão e purificação para os seus concidadãos. Revela, pois, que o caminho da entrega não é um caminho de fracasso, mas um caminho que gera vida nova para nós e para os outros, identificamos essa misteriosa figura profética com o próprio Cristo.</div>
<div style="text-align: justify;">
Esta figura do “transpassado” faz-nos pensar em todos os “profetas” que lutam pela justiça e pela verdade e que são torturados, massacrados por causa do seu testemunho. Fomos constituídos profetas no momento da nossa opção por Cristo no Batismo. A identificação do “transpassado” com o próprio Deus diz-nos que o profeta nunca está só e perdido face ao ódio do mundo, mas que Deus está sempre do seu lado; diz-nos, também, que é de Deus que brota a missão profética, mesmo quando ela incomoda e questiona homens e mulheres. E o testemunho profético – mesmo quando “cumprido” na dor, na dificuldade, no fracasso aos olhos do mundo – resultará sempre a transformação dos corações, a conversão e, portanto, o nascimento de um mundo novo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Paulo recorda-nos a experiência libertadora que resultou da sua adesão a Cristo. Pelo Batismo, os que crêem foram “revestidos de Cristo” e tornaram-se “filhos de Deus”. Dizer que foram “revestidos de Cristo” significa que entre os batizados e Cristo se estabeleceu uma relação que não é apenas exterior, mas que toca o âmago da existência: pelo Batismo, os cristãos assumiram a existência do próprio Cristo e tornaram-se, como Ele, pessoas que renunciaram à vida velha do egoísmo e do pecado, para viverem a vida nova da entrega a Deus e percorrer o caminho do amor e do dom da vida aos irmãos. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O Evangelho confronta-nos com a pergunta de Jesus: “e vós, quem dizeis que Eu sou?” Paralelamente, apresenta o caminho messiânico de Jesus, não como um caminho de glória e de triunfos humanos, mas como um caminho de amor e de cruz. “Conhecer Jesus” é aderir a Ele e segui-l’O nesse caminho de entrega, de doação, de amor total. Quem é este Jesus, que se prepara para cumprir a etapa final de uma vida de entrega, de dom, de amor partilhado? E os discípulos estarão dispostos a seguir esse mesmo caminho de doação e de entrega da vida ao “Reino”?</div>
<div style="text-align: justify;">
A cena de hoje começa com a indicação da oração de Jesus. A oração é o lugar do reencontro de Jesus com o Pai; depois de rezar, Jesus tem sempre uma mensagem importante – uma mensagem que vem do Pai – para comunicar aos discípulos. A questão importante que, no contexto do episódio de hoje, Jesus tem a comunicar, tem a ver com a questão: “quem é Jesus?”</div>
<div style="text-align: justify;">
Aparentemente, Jesus não é considerado pelas multidões “o messias”: o Povo identifica-o, preferentemente, com Elias; talvez a sua postura e a sua mensagem não correspondessem àquilo que se esperava de um rei forte e vencedor. Os discípulos, no entanto, companheiros de “caminho” de Jesus deviam ter uma perspectiva mais elaborada e amadurecida. De fato, é isso que acontece; por isso, Pedro não tem dúvidas em afirmar: “Tu és o messias de Deus”. Pedro representa aqui a comunidade dos discípulos – essa comunidade que acompanhou Jesus, testemunhou os seus gestos e descobriu a sua ligação com Deus. Dizer que Jesus é o “messias” significa reconhecer nele esse “enviado” de Deus, da linha de Davi, que havia de traduzir em realidade essas esperanças de libertação que enchiam o coração de todos. Jesus não discorda da afirmação de Pedro. Ele sabe, no entanto, que os discípulos sonhavam com um “messias” político, poderoso e vitorioso e apressa-se a desfazer possíveis equívocos e a esclarecer as coisas: Ele é o enviado de Deus para libertar o povo; no entanto, não vai realizar essa libertação pelo poder das armas, mas pelo amor e pelo dom da vida. No seu horizonte próximo não está um trono, mas a cruz: é aí, na entrega da vida por amor, que Ele realizará as antigas promessas de salvação feitas por Deus ao seu Povo. A última parte do texto contém palavras destinadas aos discípulos: aos de ontem, de hoje e de amanhã. Todos são convidados a seguir Jesus, isto é, a tomar – como Ele – a cruz do amor e da entrega, a derrubar os muros do egoísmo e do orgulho, a renunciar a si mesmo e a fazer da vida um dom. Isto não deve acontecer em circunstâncias excepcionais, mas na vida quotidiana: “tome a sua cruz todos os dias”. Desta forma fica definida a existência cristã, como um “tomar a cruz” do amor, da doação, da entrega aos irmãos. Assim, somos convidados, chamados a profetizar, anunciar: “…Tome a sua cruz todos os dias e siga-Me…” Assim seja! Amém.</div>
Joel Duarte Benisiohttp://www.blogger.com/profile/01240467812052079091noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7115469242127359896.post-58947187838171094722016-06-12T10:01:00.003-07:002016-06-12T10:01:45.433-07:00Ungidos pela presença do Cristo em nós!<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJTSa7ldSou_hO-PS3xdeyYk7VB843XLMelr51N3rNhGr35BhjQgJXkbLw_d1mj-IaQVYdQiwHAKNwj0KIwLEZv3uMSiyky3N45eLXev0tmlgkd6QT_uV7th9CmQvdSBIimSs3txnm3Sbu/s1600/mulher+e+sim%25C3%25A3o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJTSa7ldSou_hO-PS3xdeyYk7VB843XLMelr51N3rNhGr35BhjQgJXkbLw_d1mj-IaQVYdQiwHAKNwj0KIwLEZv3uMSiyky3N45eLXev0tmlgkd6QT_uV7th9CmQvdSBIimSs3txnm3Sbu/s400/mulher+e+sim%25C3%25A3o.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Irmãos e irmãs,</div>
<div style="text-align: justify;">
Este Domingo apresenta-nos um Deus de bondade e de misericórdia, que detesta o pecado, mas ama o pecador; por isso, Ele multiplica “a fundo perdido” a oferta da salvação. Da descoberta de um Deus assim, brota o amor e a vontade de vivermos uma vida nova, integrados na sua família.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A primeira leitura apresenta-nos, através da história do pecador David, um Deus que não pactua com o pecado; mas que também não abandona esse pecador que reconhece a sua falta e aceita o dom da misericórdia. A reflexão fundamental que este texto nos apresenta é à volta da “lógica” de Deus: Ele não pactua com o pecado, mas manifesta uma misericórdia infinita para com o pecador. </div>
<div style="text-align: justify;">
A atitude de David, ao reconhecer humildemente a sua falta, é uma atitude que nos questiona pela sua sinceridade, honestidade e coerência. O exemplo de David convida-nos a assumir, com coerência, as nossas responsabilidades e a ter vontade de remediar as nossas ações erradas; convida-nos, também, ao arrependimento e à conversão – condições essenciais para que o “pecado” desapareça das nossas vidas.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Na segunda leitura, Paulo garante-nos que a salvação é um dom gratuito que Deus oferece, não uma conquista humana. Para ter acesso a esse dom, não é fundamental cumprir ritos e viver na observância escrupulosa das leis; mas é preciso aderir a Jesus e identificar-se com o Cristo do amor e da entrega: é isso que conduz à vida plena.</div>
<div style="text-align: justify;">
O texto põe em relevo, em primeiro lugar, a atitude de Deus para com o homem. O nosso Deus não é o Deus que aplica rigorosamente as leis, nesse caso o homem pecador não teria acesso à salvação, mas é o Deus que, de forma gratuita, “justifica” o homem. O acesso à vida em plenitude não é uma conquista humana, mas um dom gratuito, que brota da bondade de Deus. De Deus não podemos exigir nada, mesmo que nos tenhamos “portado bem” e cumprido as regras: de Deus, podemos apenas esperar a graça da salvação como dom gratuito e incondicional. Isto retira-nos qualquer legitimidade para assumir atitudes de arrogância e auto-suficiência, quer em relação a Deus, quer em relação aos nossos irmãos.</div>
<div style="text-align: justify;">
É preciso ter consciência de que “Cristo basta”. Cristo é o único essencial. O cristão é aquele que se identifica com Cristo no seu amor e na sua entrega e que, nesse caminho, encontra a verdadeira vida, a vida em plenitude. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O Evangelho coloca diante dos nossos olhos a figura de uma “mulher da cidade que era pecadora” e que vem chorar aos pés de Jesus. Lucas dá a entender que o amor da mulher resulta de haver experimentado a misericórdia de Deus. O dom gratuito do perdão gera amor e vida nova. Deus sabe isso; é por isso que age assim.</div>
<div style="text-align: justify;">
O episódio situa-nos no ambiente de um banquete, em casa de um fariseu chamado Simão, o “banquete” é, neste contexto, o espaço da familiaridade, da irmandade, onde os laços entre as pessoas se estabelecem e se consolidam. </div>
<div style="text-align: justify;">
A perspectiva fundamental deste episódio tem a ver com a definição da atitude de Jesus e, portanto, de Deus para com os pecadores. A personagem central é a mulher a quem Lucas apresenta como “uma mulher da cidade que era pecadora”. Não há qualquer indicação acerca de anteriores contatos entre Jesus e esta mulher, embora possamos supor que a mulher já se tinha encontrado com Jesus e tinha percebido n’Ele uma atitude diferente dos mestres da época, sempre preocupados em evitar os pecadores notórios e em condená-los.</div>
<div style="text-align: justify;">
A ação da mulher, o choro, as lágrimas derramadas sobre os pés de Jesus, o enxugar os pés com os cabelos, o beijar os pés e ungi-los com perfume é descrita como uma resposta de gratidão, como conseqüência do perdão recebido. A parábola que Jesus conta, a este propósito, parece significar não que o perdão resulta do muito amor manifestado pela mulher, mas que o muito amor da mulher é o resultado da atitude de misericórdia de Jesus: o amor manifestado pela mulher nasce de um coração agradecido de alguém que não se sentiu excluído nem marginalizado, mas que, nos gestos de Jesus, tomou consciência da bondade e da misericórdia de Deus.</div>
<div style="text-align: justify;">
Jesus dá a esta mulher um amor que transfigura os seus gestos ambíguos. Faz deste encontro uma ocasião para manifestar a maneira de agir de Deus para com os pecadores. Jesus não aprova o seu pecado. Mas acolhe esta mulher tal como ela é. Aceita o que ela é capaz de Lhe dar. Se Ele a tivesse afastado, tê-la-ia encerrado no seu pecado. Deixando-a fazer, quer fazer-lhe compreender que não quer tomá-la para Si, como os outros homens que ela encontrava. Dá-lhe um amor que ela nunca tinha recebido, um amor gratuito, para fazer nascer ela própria. Ele transforma a água suja dos seus pecados em fonte purificadora, transfigurada pelo fogo do amor divino. Porque a pecadora recebeu um perdão infinito e gratuito, pôde, por sua vez, mostrar um grande amor, e nascer para a vida. </div>
<div style="text-align: justify;">
A outra figura central deste episódio é Simão, o fariseu. Ele representa aqueles zelosos defensores da Lei que evitavam qualquer contato com os pecadores e que achavam que o próprio Deus não podia acolher nem deixar-Se tocar pelos transgressores notórios da Lei e da moral. Jesus procura fazê-lo entender que só a lógica de Deus – uma lógica de amor e de misericórdia – pode gerar o amor e, portanto, a conversão e a vida nova. Jesus empenha-se em mostrar a Simão que não é marginalizando e segregando que se pode obter uma nova atitude do pecador; mas que é amando e acolhendo que se pode transformar os corações e despertar neles o amor: essa é a perspectiva de Deus. O perdão não se dá a troco de amor, mas dá-se, simplesmente, sem esperar nada em troca. A reação de Jesus não é um caso isolado, mas resulta da missão de que Ele se sente investido por Deus – atitude que Ele procurará manifestar em tantas situações semelhantes: dizer aos proscritos, aos moralmente fracassados, que Deus não os condena nem marginaliza, mas vem ao seu encontro para os libertar, para dar-lhes dignidade, para os convocar para o banquete escatológico do Reino. É esta atitude de Deus que gera o amor e a vontade de começar vida nova, inserida na lógica do Reino.</div>
<div style="text-align: justify;">
O texto que nos é proposto termina com uma referência ao grupo que acompanha Jesus: os Doze e algumas mulheres. O fato de o “mestre” Se fazer acompanhar por mulheres era algo insólito, numa sociedade em que a mulher desempenhava um papel social e religioso marginal. No entanto, manifesta a lógica de Deus que não exclui ninguém, mas integra todos – sem exceção – na comunidade do Reino. As mulheres – grupo com um estatuto de subalternidade, cujos direitos sociais e religiosos eram limitados pela organização social da época – também são integradas nessa comunidade de irmãos que é a comunidade do Reino: Deus não exclui nem marginaliza ninguém, mas a todos chama a fazer parte da sua família.</div>
<div style="text-align: justify;">
Assim, o nosso texto põe em relevo a atitude de Deus, que ama sempre, mesmo antes da conversão e do arrependimento. É o Deus da bondade e da misericórdia, que ama todos como filhos e que a todos convida a integrar a sua família. É esse Deus que temos de propor aos nossos irmãos e que, de forma especial, temos de apresentar àqueles que a sociedade trata como marginais.</div>
<div style="text-align: justify;">
A figura de Simão, o fariseu, representa aqueles que, instalados nas suas certezas e numa prática religiosa feita de ritos e obrigações bem definidos e rigorosamente cumpridos, se acham em regra com Deus e com os outros. Consideram-se no direito de exigir de Deus a salvação e desprezam aqueles que não cumprem escrupulosamente as regras e que não têm comportamentos social e religiosamente corretos. </div>
<div style="text-align: justify;">
A exclusão e a marginalização não geram vida nova; só o amor e a misericórdia interpelam o coração e provocam uma resposta de amor. Freqüentemente fala-se, entre nós, no agravamento das penas previstas para quem infringe as regras sociais, como se fosse a solução mágica para a mudança de comportamentos… A lógica de Deus garante-nos que só o amor e a misericórdia conduzem à vida nova. <i>É isso que Jesus nos convida a viver quando vamos até Ele, sejamos ungidos pela presença do Cristo em nós! </i>Assim seja! Amém.</div>
Joel Duarte Benisiohttp://www.blogger.com/profile/01240467812052079091noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7115469242127359896.post-29034380494883229752016-06-05T04:00:00.000-07:002016-06-05T04:00:25.206-07:00Profeta de Deus e do povo<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-iPBWN0XgPPBBn70029qb_M7HHBIoCa7F10atRIV0AXZ9fB8kO7_V7Osjs2XbzL3sNrAJ56Q4D-9H2ikkYasK2gKaJo4Pt09FdlgFRoDD0OwgGRBJWHQSL7LG53GbcJ59poOXTn7aMriu/s1600/blibliaevangelhoseeunao.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="197" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-iPBWN0XgPPBBn70029qb_M7HHBIoCa7F10atRIV0AXZ9fB8kO7_V7Osjs2XbzL3sNrAJ56Q4D-9H2ikkYasK2gKaJo4Pt09FdlgFRoDD0OwgGRBJWHQSL7LG53GbcJ59poOXTn7aMriu/s400/blibliaevangelhoseeunao.png" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Irmãos e irmãs,</div>
<div style="text-align: justify;">
A dimensão profética percorre a liturgia da Palavra deste domingo, em Elias, o profeta da esperança e da vida, em Paulo, o profeta do Evangelho recebido de Deus, e, particularmente, em Jesus, o grande profeta que visita o seu povo em atitude de total oblação.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A primeira leitura apresenta-nos a figura da mulher de Sarepta, que significa a perda da esperança e o sentimento de derrota e de procura de um culpado, e a figura do profeta Elias, que acredita no Deus da vida, que não abandona o homem ao poder da morte, ressuscitando o filho da viúva.</div>
<div style="text-align: justify;">
A vida vem de Deus. Toda a vida e ação de Elias apontam nesse sentido. Portanto, todos os elementos da mensagem devem ser vistos à luz desta centralidade. Todo o relato, que pode denotar referências mágicas na relação entre pecado e doença, baseia-se na oração de Elias, que deixa clara a sua fé num Deus pessoal, senhor e fonte de vida e, no quanto caminho a fazer para sermos profetas à maneira de Elias…</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Na segunda leitura, acolhemos a absoluta gratuidade da conversão de Paulo, para quem o Evangelho é uma força vital e criadora, que produz o que anuncia; a sua força é Deus. É uma força vital, uma dinâmica profética que ele recebeu diretamente de Deus.</div>
<div style="text-align: justify;">
O texto de hoje enquadra-se na acentuação muito forte da absoluta gratuidade da conversão de Paulo. A essa luz Paulo prega um Evangelho que não é de origem humana. Para Paulo, o Evangelho é uma força vital e criadora, que produz o que anuncia; a sua força é Deus. É uma força vital, uma dinâmica profética que Paulo recebeu diretamente de Deus. Para Paulo, a sua conversão é obra exclusiva de Deus. Assim, somos convidados a estarmos sempre abertos à revelação de Deus, à autêntica conversão, ao acolhimento do Evangelho vivo de Deus.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
No Evangelho, temos a revelação de Deus expressa na atitude de piedade e compaixão de Jesus no milagre da ressurreição do filho da viúva. Deus visita o seu povo em Jesus, “um grande profeta”, realizando o reino pela ressurreição, oferecendo a sua vida e dando-lhe pleno sentido.</div>
<div style="text-align: justify;">
Temos aqui o episódio da ressurreição do filho de uma viúva, em paralelismo com o da primeira leitura. O milagre relatado neste texto, assim como o dos versículos anteriores, respondem à pergunta de João de Batista a Jesus: “és Tu que hás de vir ou devemos esperar outro?” Jesus oferece a salvação e mostra o verdadeiro triunfo da vida. Não é o relato em si que é o mais importante, mas o sentido que nos transmite.</div>
<div style="text-align: justify;">
Temos aqui uma revelação de Deus. Diante da atitude de piedade e compaixão de Jesus, neste milagre de ressurreição, vemos a exclamação do povo: “Deus visitou o seu povo”. Jesus é “um grande profeta”, não apenas porque transmite a Palavra de Deus e anuncia o reino com palavras, mas, sobretudo porque veio realizar o reino pela ressurreição, oferecendo a sua vida.</div>
<div style="text-align: justify;">
Em seguida, vemos aqui o sentido da vida. Jesus veio criar, oferecer a alegria de uma vida aberta com todo o sentido.</div>
<div style="text-align: justify;">
Percebemos ainda todo o caráter de sinal presente no milagre. A ressurreição do filho da viúva testemunha Jesus que há de vir, cuja vida triunfa plenamente sobre a morte. Significa que para nós hoje, Deus Se encontra onde há o sentido da piedade, do amor vivificante. Significa ainda que, seguindo Jesus, só podemos também suscitar vida, ter piedade dos que sofrem, oferecer a nossa ajuda, ter uma atitude de oblação. Das duas, uma: ou fazemos da nossa vida um cortejo de morte, dos sem esperança, que acompanham o cadáver, em atitude de choro, de luto, de desespero; ou fazemos do nosso peregrinar um caminho de esperança, de ressurreição, de transformação do choro e da morte em sentido de vida. Podemos escolher, é certo. Mas se somos seguidores de Cristo e nos deixamos visitar por este grande profeta, não temos alternativa!</div>
<div style="text-align: justify;">
Desta forma, é preciso revisitar o sentido da profecia para os tempos atuais. Descobrir e propor o projeto de Deus para o mundo e para os homens e mulheres. O profeta é homem/mulher do seu tempo, marcado pelas descobertas, conquistas, contradições e esperanças dos homens e mulheres do seu tempo… É também alguém com uma fé profunda, com uma consciência muito forte da presença de Deus na própria vida. A vida de união e de comunhão com Deus vai impregnando a vida do profeta, de modo que vai aprendendo a interpretar todos os acontecimentos políticos, sociais e religiosos à luz de Deus e do seu projeto. Só deste modo ele pode apresentar o projeto de Deus para os homens e mulheres de hoje. Escutar, aprender, receber, acolher… o Deus do povo e o povo de Deus, sendo Profeta de Deus e do povo. Assim seja! Amém.</div>
<br />
<div style="background: white; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;">
<br /></div>
Joel Duarte Benisiohttp://www.blogger.com/profile/01240467812052079091noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7115469242127359896.post-42426381191413673212016-05-29T06:01:00.002-07:002016-05-29T06:03:05.756-07:00"...Dizei uma palavra e serei salvo"<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj14ihpOgs-HcR4C5xhKf6_GtMEE86Bd-CGwHyIrMUCYP8fDAVQQS_TjJJnghWoOvRmWTlzbY80bxRgboEmo_GOZaz-08H267PtbvRN3A39SxI_oOpZVZGuBAebO0OOpApCiuoptvcLNL_x/s1600/nc3a3o-sou-digno-images.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="229" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj14ihpOgs-HcR4C5xhKf6_GtMEE86Bd-CGwHyIrMUCYP8fDAVQQS_TjJJnghWoOvRmWTlzbY80bxRgboEmo_GOZaz-08H267PtbvRN3A39SxI_oOpZVZGuBAebO0OOpApCiuoptvcLNL_x/s320/nc3a3o-sou-digno-images.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="text-align: justify;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="text-align: justify;">Irmãos e irmãs,</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="text-align: justify;">Este Santo Domingo dá-nos conta da expansão da fé, não mais confinada ao território histórico de Israel, mas sim a anunciar o Evangelho em todo o mundo.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Na primeira leitura, Salomão invoca o Senhor, pedindo que escute as orações que os estrangeiros lhe dirigirem no Templo de Jerusalém, de modo que o Senhor seja conhecido para lá das fronteiras de Israel e todos os povos possam prestar culto ao Deus de Israel.</div>
<div style="text-align: justify;">
Este pedaço da oração de Salomão é basicamente um pedido a Deus para que escute a oração que um estrangeiro Lhe dirigir no Templo que se está a dedicar. Antes de mais, este trecho da oração ajuda a esclarecer o significado do Templo para Salomão e para a teologia de Israel: o Templo é o lugar onde se invoca a Deus, mas não a morada de Deus que é nos céus.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Na segunda leitura, Paulo apresenta-se como guardião do verdadeiro Evangelho de Cristo que é anunciado também aos pagãos, reclamando a falsidade de qualquer outra mensagem que negue que a salvação de Deus vem pela fé em Jesus Cristo, de quem ele recebeu o Evangelho que agora transmite. Assim, o “seu” Evangelho não é de origem humana, mas divina, de Jesus Cristo, por revelação divina. O apóstolo deixa claro que há um único Evangelho, o de Cristo, e que corresponde ao conteúdo do seu anúncio e do “seu” Evangelho. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O Evangelho mostra-nos a grande fé de um estrangeiro, um oficial romano, que coloca toda a sua confiança na misericórdia de Jesus e na sua Palavra, enquanto pede a cura de um seu servo. Jesus acede à sua súplica e mostra admiração pela grande fé deste homem estrangeiro.</div>
<div style="text-align: justify;">
O nosso texto de hoje coloca-nos diante de uma situação em que Jesus exaltará a fé de um estrangeiro, um centurião romano, mostrando a sua misericórdia para com este homem com um alto cargo, mas com a capacidade de se abaixar, entrando na lógica do Evangelho de Jesus: os últimos serão os primeiros. </div>
<div style="text-align: justify;">
Assim, o episódio da cura do servo do centurião romano centra-se no valor da fé deste homem que é um pagão, apesar de se ter mostrado favorável aos judeus e de lhes ter construído a sinagoga, conforme as palavras dos mensageiros judeus É verdade que esta é uma história de uma cura, conforme é dado pela situação inicial “um servo que estava doente, quase a morrer” – e no resultado final, “os enviados encontraram o servo de perfeita saúde”. No entanto, o grande objetivo do texto é a exaltação da grande fé de um pagão, a ponto de Jesus reconhecer: “Nem mesmo em Israel encontrei tão grande fé”. De fato, grande parte do texto centra-se a contar os procedimentos não da cura, mas da súplica do centurião romano: manda mensageiros judeus e pede que Jesus venha a casa; mostra-se a insistência dos mensageiros judeus, exaltando as características deste oficial pagão; apesar de Jesus ter acedido ao pedido dos primeiros mensageiros, este homem manda novos emissários, a declarar a sua indignidade e falta de mérito para que Jesus venha a sua casa. Tudo isto resulta na declaração de Jesus sobre a fé deste homem.</div>
<div style="text-align: justify;">
Esta declaração de Jesus abre a fé aos estrangeiros que, por estatuto, não teriam outro modo para se aproximar do credo de Israel, senão convertendo-se e, conseqüentemente, abraçando todas as tradições israelitas. Apesar dos merecimentos deste homem, bem evidenciados pelos mensageiros dos anciãos judeus, é bem claro que ele não fazia parte da comunidade judaica oficial.</div>
<div style="text-align: justify;">
Mas este episódio de Lucas, sendo uma sucessão de súplicas, conforme já se mostrou, vem de encontro a uma caracterização da oração cristã. Notamos antes de mais que o servo que está doente não vai ao encontro de Jesus, mas é o seu patrão, o centurião, a interessar-se por ele. Por sua vez, o centurião faz-se valer de mensageiros que por ele falam a Jesus. Por outro lado, notamos que os primeiros a abeirar-se de Jesus, os anciãos dos judeus, além da insistência com que suplicam, fazem-se valer dos méritos deste homem no modo de suplicar: “ele merece”. O texto deixa claro que Jesus não se opõe a este raciocínio, acompanhando-os. Mas a admiração de Jesus pela fé do oficial romano vem da mensagem enviada pelos amigos, onde o homem se faz despir de todos os méritos: “Eu não mereço que entres em minha casa, nem me julguei digno de ir ter contigo”. Mais forte ainda é a súplica cheia de fé e confiança que causa admiração: “Diz uma palavra e o meu servo será curado”. Há, por assim dizer, uma progressividade da fé manifestada na oração: este oficial romano dá conta que, para realizar o seu desejo, não fazem falta méritos, nem posses ou subalternos, porque o que conta é a misericórdia de Deus, manifestada em Jesus, que é totalmente gratuita.</div>
<div style="text-align: justify;">
Este milagre de Jesus dispensa o toque e mesmo a proximidade física de Jesus. Pelas palavras do centurião, entendemos o valor da palavra de Jesus, que se aliará à fé daquele que suplica, independentemente de haver méritos ou não. É bem que se note que já no relato da cura de um paralítico tinha sido a fé a impressionar Jesus e instigá-lo ao milagre: “Vendo a fé daquela gente”, se bem que aí Jesus estava próximo do doente a curar. Neste caso, apesar da distância, é a palavra de Jesus, que expressa a sua grande misericórdia em favor dos que estão oprimidos por qualquer tipo de mal; e a misericórdia precisa apenas da fé do orante. A sucessão narrativa, que coloca a notícia da cura miraculosa depois de ter dado conta da admiração de Jesus pela fé do centurião, é uma forma implícita de reconhecer o que será reconhecido explicitamente noutras curas, que é a fé a salvar.</div>
<div style="text-align: justify;">
Temos aqui uma relação muito estreita e concreta entre a fé e a palavra de Jesus, que se enche de admiração pela fé deste homem a ponto de dizer que nem em Israel encontrou tão grande fé. E tudo na infinita misericórdia e compaixão de Jesus para com o servo e o seu senhor. Este centurião, homem de grande fé, para mais estrangeiro à raça de Israel e aos seus cultos, aponta-nos o sentido da nossa fé, sempre em profunda intimidade com a Palavra e na atenção dedicada a quem precisa do nosso amor.</div>
<div style="text-align: justify;">
Às vezes pergunto-me se nós, cristãos de hoje, que andamos enfarinhados nas coisas de Deus, nas liturgias bem aprumadas e em longas orações, assumimos a causa de Deus na liturgia quotidiana da nossa vida. Pergunto-me se basta a Palavra para a fé, ou ainda procuramos outros sinais que podem parecer importantes mas não essenciais. Pergunto-me se andamos no único Evangelho que conta, o de Jesus Cristo, ou navegamos noutros evangelhos; assim nos provoca Paulo na segunda leitura. Pergunto-me se habitamos e conhecemos o nome de Deus e lhe oramos com plena escuta do nosso ser ou entretemo-nos com outros nomes e repetidas orações que apenas passam pelo ouvido; assim nos interpela a primeira leitura.</div>
<div style="text-align: justify;">
Toda a liturgia deste domingo nos coloca nesta centralidade em Jesus que a todos se dá, sem exceção e sem olhar a quem, exigindo a adesão plena à sua Pessoa a quem o quiser seguir como discípulo missionário. Uma adesão de fé centrada no amor misericordioso de Deus em Jesus Cristo, que há três dias celebramos na Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo e que na próxima semana vamos intensamente viver na Solenidade do Sagrado Coração. </div>
<div style="text-align: justify;">
“Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha morada, mas dizei uma palavra e serei salvo”: são as palavras do centurião que dizemos antes de comungarmos em cada Eucaristia que celebramos. É profundamente eucarístico este encontro entre o centurião que acredita sem mais em Jesus, sem o ver, e a palavra de Jesus, proclamada também sem ver o centurião. A Eucaristia, celebrada, adorada e quotidianamente vivida, é um encontro como este. Assim seja! Amém.</div>
Joel Duarte Benisiohttp://www.blogger.com/profile/01240467812052079091noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7115469242127359896.post-61553815245745150272016-05-08T05:45:00.002-07:002016-05-08T05:45:19.073-07:00Ascensão, por um novo céu e uma nova terra!<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8X44JoXwPJq_wCL0SfGVrQtuPaqdt6vHcjMhY7o5uiG-27iddCjBvcmX_bQ-NJtA6S7D_Gk0Z3GK8eBzvNg_-UFUhh36zsgOEJkrIMEnk4g9Talt5VQipZ-RkSRG-f8kcrWqtQM9Rns1b/s1600/ascens%25C3%25A3o+2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="264" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8X44JoXwPJq_wCL0SfGVrQtuPaqdt6vHcjMhY7o5uiG-27iddCjBvcmX_bQ-NJtA6S7D_Gk0Z3GK8eBzvNg_-UFUhh36zsgOEJkrIMEnk4g9Talt5VQipZ-RkSRG-f8kcrWqtQM9Rns1b/s320/ascens%25C3%25A3o+2.jpg" width="320" /></a></div>
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Irmãos e irmãs,</div>
<div style="text-align: justify;">
A Solenidade da Ascensão de Jesus que celebramos neste Santo Domingo indica que, ao final de um caminho percorrido no amor e na doação, está a vida definitiva, em comunhão com Deus. Sugere, também, que Jesus nos deixou o testemunho e que somos agora nós, seus seguidores, que devemos continuar a realizar o projeto libertador de Deus para os homens, mulheres e para o mundo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Na primeira leitura, repete-se a mensagem essencial desta festa: Jesus, depois de ter apresentado ao mundo o projeto do Pai, entrou na vida definitiva da comunhão com Deus – a mesma vida que espera todos os que percorrem o mesmo caminho de Jesus. Quanto aos discípulos: eles não podem ficar a olhar para o céu, numa passividade alienante, mas têm de ir para o meio do povo continuar o projeto de Jesus.</div>
<div style="text-align: justify;">
Depois da apresentação inicial, vem o tema da despedida de Jesus. O autor começa por fazer referência aos “quarenta dias” que mediaram entre a ressurreição e a ascensão, durante os quais Jesus falou aos discípulos “a respeito do Reino de Deus”. Aqui define, portanto, o tempo simbólico de iniciação ao ensinamento do Ressuscitado.</div>
<div style="text-align: justify;">
As palavras de despedida de Jesus sublinham dois aspectos: a vinda do Espírito e o testemunho que os discípulos vão ser chamados a dar “até aos confins do mundo”. Temos aqui resumida a experiência missionária da comunidade de Lucas: o Espírito irá derramar-se sobre a comunidade dos que creem dará a força para testemunhar Jesus em todo o mundo, o testemunho e a pregação da Igreja estão entroncados no próprio Jesus e são impulsionados pelo Espírito.</div>
<div style="text-align: justify;">
O último tema é o da ascensão. Evidentemente, esta passagem necessita de ser interpretada para que, através da roupagem dos símbolos, a mensagem apareça com toda a claridade. Temos, em primeiro lugar, a elevação de Jesus ao céu. Não estamos a falar de uma pessoa que, literalmente, descola da terra e começa a elevar-se; estamos a falar de um sentido teológico, a ascensão é uma forma de expressar simbolicamente que a exaltação de Jesus é total e atinge dimensões supra-terrenas; é a forma literária de descrever o culminar de uma vida vivida para Deus, que agora reentra na glória da comunhão com o Pai. Céu e terra, presença e ausência, sombra e luz, divino e humano, são dimensões aqui sugeridas a propósito de Cristo ressuscitado, elevado à glória do Pai, mas que continua a caminhar com os discípulos. Temos, ainda, os discípulos a olhar para o céu. Significa a expectativa dessa comunidade que espera ansiosamente a segunda vinda de Cristo, a fim de levar ao seu termo o projeto de libertação do mundo; convidando aos discípulos no mundo, animados pelo Espírito, a obra libertadora de Jesus; agora, é a comunidade dos discípulos que tem de continuar, na história, a obra de Jesus, embora com a esperança posta na segunda e definitiva vinda do Senhor. O sentido fundamental da ascensão não é que fiquemos a admirar a elevação de Jesus; mas é convidar-nos a seguir o caminho de Jesus, olhando para o futuro e entregando-nos à realização do seu projeto de salvação no meio do mundo.</div>
<div style="text-align: justify;">
A segunda leitura convida os discípulos a terem consciência da esperança a que foram chamados, a vida plena de comunhão com Deus. Devem caminhar ao encontro dessa esperança de mãos dadas com os irmãos – membros do mesmo “corpo” – e em comunhão com Cristo, a “cabeça” desse “corpo”. Cristo reside nesse “corpo”.</div>
<div style="text-align: justify;">
Na nossa peregrinação pelo mundo, convém termos sempre presente “a esperança a que fomos chamados”. A ressurreição de Cristo é a garantia da nossa própria ressurreição. Formamos com Ele um “corpo”, destinados à vida plena. Esta perspectiva tem de dar-nos a força de enfrentar a história e de avançar – apesar das dificuldades – nesse caminho do amor e da entrega total que Cristo percorreu.</div>
<div style="text-align: justify;">
Significa que temos a obrigação de testemunhar Cristo, de torná-l’O presente no mundo, de levar à plenitude o projeto de libertação que Ele começou em favor dos homens. Essa tarefa só estará acabada quando, pelo testemunho e pela ação dos que creem Cristo for “um em todos”.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O Evangelho apresenta-nos as palavras de despedida de Jesus que definem a missão dos discípulos no mundo. Faz, também, referência à alegria dos discípulos: essa alegria resulta do reconhecimento da presença no mundo do projeto salvador de Deus e resulta do fato de a ascensão de Jesus ter acrescentado à vida dos crentes um novo sentido.</div>
<div style="text-align: justify;">
O nosso texto está dividido em duas partes: despedida dos discípulos e ascensão. Na primeira parte temos, portanto, as palavras de despedida de Jesus. Os discípulos que fizeram a experiência do encontro pessoal com Jesus ressuscitado são agora convocados para a missão: Jesus envia-os como testemunhas, a pregar a conversão e o perdão dos pecados. Para esta tarefa ingente, os discípulos contam com a ajuda e a assistência do Espírito. Temos também, aqui, todos os elementos daquilo que será a futura missão da Igreja. O testemunho apostólico terá como tema central a morte e ressurreição de Jesus, o Messias libertador anunciado pelas escrituras. Desde Jerusalém, esta proposta deve ser anunciada a todas as nações. </div>
<div style="text-align: justify;">
Na segunda parte, Lucas descreve a ascensão, situada em Betânia. Há duas indicações de Lucas que importa realçar. A primeira é a bênção que Jesus dá aos discípulos antes de ir para junto do Pai: essa bênção sugere um dom que vem de Deus e que afeta positivamente toda a vida e toda a ação dos discípulos, capacitados para a missão pela força de Deus. A segunda é a alegria dos discípulos: a alegria é o grande sinal messiânico e escatológico; indica que o mundo novo já começou, pois, o projeto salvador e libertador de Deus está em marcha.</div>
<div style="text-align: justify;">
A ressurreição/ascensão de Jesus convida-nos a ver a vida com outros olhos – os olhos da esperança. Diz-nos que o sofrimento, a perseguição, o ódio, a morte, não são a última palavra para definir o quadro do nosso caminho; diz-nos que no final de um caminho percorrido na doação, na entrega, no amor vivido até às últimas consequências, está a vida definitiva, a vida de comunhão com Deus. Esta esperança permite-nos enfrentar o medo, os nossos limites humanos, o fanatismo, o egoísmo dos fazedores de pecado e permite-nos olhar com serenidade para esse qualquer coisa de novo que nos espera, para esse futuro de vida plena que é o nosso destino final.</div>
<div style="text-align: justify;">
A alegria que brilha nos olhos e nos corações desses discípulos que testemunham a entrada definitiva de Jesus na vida de Deus tem de ser uma realidade que transparece na nossa vida. Os seguidores de Jesus, iluminados pela fé, têm de testemunhar, com a sua alegria, a certeza de que os espera, no final do caminho, a vida em plenitude; e têm de testemunhar, com a sua alegria, a certeza de que o projeto salvador e libertador de Deus está a atuar no mundo, está a transformar os corações e as mentes, está a fazer nascer, dia a dia, o Homem Novo e a Mulher Nova.</div>
<div style="text-align: justify;">
A ascensão de Jesus e, sobretudo, as palavras finais de Jesus, que convocam os discípulos para a missão, sugerem a nossa responsabilidade na construção desse mundo novo onde habita a justiça e a paz; sugerem que a proposta libertadora que Jesus fez a todos (as) está agora nas nossas mãos e que é nossa responsabilidade torná-la realidade; sugerem que nós, os seguidores de Jesus, temos de construir, com o esforço de todos os dias, o novo céu e a nova terra. Ressuscitando, fez entrar todos estes desejos no mundo do amor infinito. É desse céu que se trata hoje, para lá de tudo o que possamos imaginar ou desejar. Em cada Eucaristia, acolhemos em nós a presença de Jesus ressuscitado que vem alimentar e fazer crescer o germe da vida eterna. E, no dia da nossa morte, Jesus far-nos-á entrar no “além”, no “céu”, no mundo do amor sem qualquer limite…A ressurreição/ascensão de Jesus garante-nos que uma vida vivida na fidelidade aos projetos do Pai é uma vida destinada à glorificação, à comunhão definitiva com Deus. Quem percorre o mesmo caminho de Jesus subirá, como Ele, à vida plena. Que na ascensão emerja um novo céu e uma nova terra! Animados pela Presença do Espírito Santo e "neste dia" das Mães, por Maria Santíssima, Mãe de Deus e Mãe da Igreja! Assim seja! Amém.</div>
Joel Duarte Benisiohttp://www.blogger.com/profile/01240467812052079091noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7115469242127359896.post-88608602292862289002016-05-01T06:31:00.001-07:002016-05-01T06:31:18.756-07:00“Quem Me ama guardará a minha palavra e meu Pai o amará..."<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiD5_6eQ5M2c4ZkPCWdlCgNkksojWehFYmxuq7kh3frCMmoa2ktlimHZItrHOmNfEN8ixGjvrD5HkOQuy3AMzGjAcEIicFm0zM8q8JDG3uEhDxwABJAEA-WR5C62WYdaZZrtKw-Zu0Phopi/s1600/post-1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="255" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiD5_6eQ5M2c4ZkPCWdlCgNkksojWehFYmxuq7kh3frCMmoa2ktlimHZItrHOmNfEN8ixGjvrD5HkOQuy3AMzGjAcEIicFm0zM8q8JDG3uEhDxwABJAEA-WR5C62WYdaZZrtKw-Zu0Phopi/s400/post-1.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Irmãos e irmãs,</div>
<div style="text-align: justify;">
Neste Santo Domingo sobressai a promessa de Jesus de acompanhar de forma permanente a caminhada da sua comunidade em marcha pela história: não estamos sozinhos; Jesus ressuscitado vai sempre ao nosso lado.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A primeira leitura apresenta-nos a Igreja de Jesus a confrontar-se com os desafios dos novos tempos. Animados pelo Espírito os que creem aprendem a discernir o essencial do acessório e atualizam a proposta central do Evangelho, de forma que a mensagem libertadora de Jesus possa ser acolhida por todos os povos.</div>
<div style="text-align: justify;">
A questão de cumprir ou não os ritos da Lei de Moisés é uma questão ultrapassada, que hoje não preocupa nenhum cristão; mas este episódio vale, sobretudo, pelo seu valor exemplar. Faz-nos pensar, por exemplo, em rituais ultrapassados, em práticas de piedade vazias e estéreis, em fórmulas obsoletas, que exprimiram num certo contexto, mas já não exprimem o essencial da proposta cristã. Faz-nos pensar na imposição de esquemas culturais – ocidentais, por exemplo – que muitas vezes não têm nada a ver com a forma de expressão de certas culturas… O essencial do cristianismo não pode ser vivido sem o concretizar em formas determinadas, humanas e, por isso, condicionadas e finitas. Mas é necessário distinguir o essencial do acessório; o essencial deve ser preservado e o acessório deve ser constantemente atualizado. </div>
<div style="text-align: justify;">
Assim é necessário ter presente que o essencial é Cristo e a sua proposta de salvação. Essa é a proposta revolucionária que temos para apresentar ao mundo. O resto são questões cuja importância não nos deve distrair do essencial. Devemos também ter consciência da presença do Espírito na caminhada da Igreja de Jesus. É preciso ainda aprender com a forma como os Apóstolos responderam aos desafios dos tempos: com audácia, imaginação, liberdade, desprendimento e, acima de tudo, com a escuta do Espírito. É assim que a Igreja de Jesus deve enfrentar hoje os desafios do mundo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Na segunda leitura, apresenta-se mais uma vez a meta final da caminhada da Igreja: a “Jerusalém messiânica”, essa cidade nova da comunhão com Deus, da vida plena, da felicidade total. É, ainda, a imagem da “nova Jerusalém que desce do céu” que nos é apresentada. Já vimos na passada semana que falar de Jerusalém é falar do lugar onde irá irromper a salvação definitiva, o lugar do encontro definitivo entre Deus e o seu Povo.</div>
<div style="text-align: justify;">
A Igreja em marcha pela história não é, ainda, essa comunidade messiânica da vida plena de que fala esta leitura; mas tem de apontar nesse sentido e procurar ser, apesar do pecado e das limitações dos homens, um anúncio e uma prefiguração dessa comunidade escatológica da salvação, que dá testemunho da utopia e que acende no mundo a luz de Deus. A humanidade necessita desse testemunho.</div>
<div style="text-align: justify;">
Ainda que esta realidade de vida plena, de felicidade total, só aconteça na “nova Jerusalém”, ela tem de começar a ser construída desde já nesta terra. Deve ser esta e tarefa que nos motiva, que nos empenha e que nos compromete: a construção de um mundo de justiça, de amor e de paz, que seja cada vez mais um reflexo do mundo futuro que nos espera.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
No Evangelho, Jesus diz aos discípulos como se hão-se manter em comunhão com Ele e reafirma a sua presença e a sua assistência através do “paráclito” – o Espírito Santo. Estamos contexto da “ceia de despedida”. Jesus, que acaba de fundar a sua comunidade, dando-lhe por estatuto o mandamento do amor, vai agora explicar como é que essa comunidade manterá, após a sua partida, a relação com Ele e com o Pai.</div>
<div style="text-align: justify;">
Para manter esta relação com o Pai, é preciso seguir o “caminho”, que é amar Jesus e guardar a sua Palavra. Quem ama Jesus e O escuta, identifica-se com Ele, isto é, vive como Ele, na entrega da própria vida em favor do homem… Ora, viver nesta dinâmica é estar continuamente em comunhão com Jesus e com o Pai. O Pai e Jesus, que são um, estabelecerão a sua morada no discípulo; viverão juntos, na intimidade de uma nova família.</div>
<div style="text-align: justify;">
Para que os discípulos possam continuar a percorrer esse “caminho” no tempo da Igreja, o Pai enviará o “paráclito”, isto é, o Espírito Santo. A palavra “paráclito” pode traduzir-se como “advogado”, “auxiliador”, “consolador”, “intercessor”. A função do “paráclito” é “ensinar” e “recordar” tudo o que Jesus propôs. Trata-se, portanto, de uma presença dinâmica, que auxiliará os discípulos trazendo-lhes continuamente à memória os ensinamentos de Jesus e ajudando-os a ler as propostas de Jesus à luz dos novos desafios que o mundo lhes colocar. Assim, os que creem poderão continuar a percorrer, na história, o “caminho” de Jesus, numa fidelidade dinâmica às suas propostas. O Espírito garante, dessa forma, que o crente possa continuar a percorrer esse “caminho” de amor e de entrega, unido a Jesus e ao Pai. A comunidade cristã, cada homem e mulher tornam-se a morada de Deus: na ação dos que creem revela-se o Deus libertador, que reside na comunidade e no coração de cada crente e que tem um projeto de salvação para todos (as).</div>
<div style="text-align: justify;">
A última parte do texto que nos é proposto contém a promessa da “paz”. Desejar a “paz” era a saudação habitual à chegada e à partida. No entanto, neste contexto, a saudação não é uma despedida trivial, pois, Jesus não vai estar ausente. O que Jesus pretende é inculcar nos discípulos apreensivos a serenidade e evitar-lhes o temor. São palavras destinadas a tranquilizar os discípulos e a assegurar-lhes que os acontecimentos que se aproximam não porão fim à relação entre Jesus e a sua comunidade. As últimas palavras referidas por este texto sublinham que a ausência de Jesus não é definitiva, nem sequer prolongada. De resto, os discípulos devem alegrar-se, pois, a morte não é uma tragédia sem sentido, mas a manifestação suprema do amor de Jesus pelo Pai e pela humanidade.</div>
<div style="text-align: justify;">
Neste sentido, os discípulos são convidados a percorrer, com Jesus, esse mesmo “caminho”. Paradoxalmente, dessa entrega, dessa morte para si mesmo, nasce o Ser Novo, na plenitude das suas possibilidades, que desenvolveu até ao extremo todas as suas potencialidades. Na intimidade e a comunhão com Jesus e com o Pai estabelece-se percorrendo o caminho do amor e da entrega, numa doação total aos irmãos. Quem quiser encontrar-se com Jesus e com o Pai, tem de sair do egoísmo e aprender a fazer da sua vida um dom.</div>
<div style="text-align: justify;">
É impressionante essa pedagogia de um Deus – o nosso Deus – que nos deixa ser os construtores da nossa própria história, mas não nos abandona. De forma discreta, respeitando a nossa liberdade, Ele encontrou formas de continuar conosco, de nos animar, de nos ajudar a responder aos desafios, de nos recordar que só nos realizaremos plenamente na fidelidade ao “caminho” de Jesus. Recordamos a Palavra evangélica e deixemo-nos transformar por ela. O Espírito Santo ensinar-nos-á, far-nos-á compreender, diz-nos Jesus. Basta estarmos abertos à sua ação! “Quem Me ama guardará a minha palavra e meu Pai o amará; nós viremos a ele e faremos nele a nossa morada”. Que neste 1.º de Maio, Dia do Trabalho, o Pai Nosso Libertador, Deus dos pobres e oprimidos, ilumine sempre a caminhada dos trabalhadores (as). Assim seja! Amém.</div>
Joel Duarte Benisiohttp://www.blogger.com/profile/01240467812052079091noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7115469242127359896.post-13114572493886669882016-04-24T05:55:00.002-07:002016-04-24T05:55:16.505-07:00"Como eu vos tenho amado”<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjhsDxLN9Uvf0hcDhwuXCU3CvVBVYmofnEy1VNYjoWk1ehwyhErqdf2_qo2F8QXspKSXHL2c9G-gGr1v5Il62R7kBaV67KIvq7iYOyFEOrMsbY47tjeFN5vcBRLYszYai77bSC-LBk1w-LT/s1600/cora%25C3%25A7oes.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjhsDxLN9Uvf0hcDhwuXCU3CvVBVYmofnEy1VNYjoWk1ehwyhErqdf2_qo2F8QXspKSXHL2c9G-gGr1v5Il62R7kBaV67KIvq7iYOyFEOrMsbY47tjeFN5vcBRLYszYai77bSC-LBk1w-LT/s320/cora%25C3%25A7oes.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="text-align: justify;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<span style="text-align: justify;">Irmãos e irmãs,</span></div>
<div style="text-align: justify;">
O tema fundamental deste domingo é o do amor: o que identifica os seguidores de Jesus é a capacidade de amar até ao dom total da vida.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Na primeira leitura apresenta-se a vida dessas comunidades cristãs chamadas a viver no amor. No meio das vicissitudes e das crises, são comunidades fraternas, onde os irmãos se ajudam, se fortalecem uns aos outros nas dificuldades, se amam e dão testemunho do amor de Deus. </div>
<div style="text-align: justify;">
Para aqueles que têm responsabilidades de direção ou de animação das comunidades: a missão que lhes foi confiada não é um privilégio, mas um serviço que está subordinado à construção da própria comunidade. A comunidade não existe para servir quem preside; quem preside é que existe em função da comunidade e do serviço comunitário.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A segunda leitura apresenta-nos a meta final para onde caminhamos: o novo céu e a nova terra, a realização da utopia, o rosto final dessa comunidade de chamados a viver no amor.</div>
<div style="text-align: justify;">
O testemunho profético de João garante-nos que não estamos destinados ao fracasso, mas sim à vida plena, ao encontro com Deus, à felicidade sem fim. Esta esperança tem de iluminar a nossa caminhada e dar-nos a coragem de enfrentar os dramas e as crises que dia a dia se nos apresentam.</div>
<div style="text-align: justify;">
É verdade que a instauração plena do “novo céu e da nova terra” só acontecerá quando o mal for vencido em definitivo; mas essa nova realidade pode e deve começar desde já: a ressurreição de Cristo convoca-nos para a renovação das nossas vidas, da nossa comunidade cristã ou religiosa, da sociedade e das suas estruturas, do mundo em que vivemos, que geme num violento esforço de libertação.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
No Evangelho, Jesus despede-Se dos seus discípulos e deixa-lhes em testamento o “mandamento novo”: “amai-vos uns aos outros, como Eu vos amei”. É nessa entrega radical da vida que se cumpre a vocação cristã e que se dá testemunho no mundo do amor materno e paterno de Deus.</div>
<div style="text-align: justify;">
O texto divide-se em duas partes. Na primeira parte, Jesus interpreta a saída de Judas, que acabou de deixar a sala onde o grupo está reunido, para ir entregar o “mestre” aos seus inimigos. A morte é, portanto, uma realidade bem próxima… Jesus explica, na seqüência, que a sua morte na cruz será a manifestação da sua glória e da glória do Pai. A “riqueza”, o “esplendor” do Pai e de Jesus manifesta-se, portanto, no amor que se dá até ao extremo, até ao dom total. É que a “glória” do Pai e de Jesus não se manifesta no triunfo espetacular ou na violência que aniquila os maus, mas manifesta-se na vida dada, no amor oferecido até ao extremo. A entrega de Jesus na cruz vai manifestar a todos os homens e mulheres a lógica de Deus e mostrar a todos como Deus é: amor radical, que se faz dom até as últimas conseqüências.</div>
<div style="text-align: justify;">
Na segunda parte temos, então, a apresentação do “mandamento novo”. Começa com a expressão “meus filhos” – o que nos coloca num quadro de solene emoção e nos leva ao “testamento” de um pai que, à beira da morte, transmite aos seus filhos a sua sabedoria de vida e aquilo que é verdadeiramente fundamental.</div>
<div style="text-align: justify;">
Qual é, portanto, a última palavra de Jesus aos seus, o seu ensinamento fundamental? </div>
<div style="text-align: justify;">
“Amai-vos uns aos outros. Como Eu vos amei, vós deveis também amar-vos uns aos outros”. O amor que faz dom de si, o amor até ao extremo, o amor que não guarda nada para si, mas é entrega total e absoluta. O ponto de referência no amor é o próprio Jesus: “como Eu vos amei”; as duas cenas precedentes: lavagem dos pés aos discípulos e despedida de Judas definem a qualidade desse amor que Jesus pede aos seus: “amar” consiste em acolher, em pôr-se ao serviço dos outros, em dar-lhes dignidade e liberdade pelo amor, e isso sem limites nem discriminação alguma, respeitando absolutamente a liberdade do outro. Jesus é a norma, não com palavras, mas com atos; mas agora traduzem em palavras os seus atos precedentes, para que os discípulos tenham uma referência.</div>
<div style="text-align: justify;">
O amor, igual ao de Jesus, que os discípulos manifestam entre si será visível para todos os homens. Esse será o distintivo da comunidade de Jesus. Os discípulos de Jesus não são os depositários de uma doutrina ou de uma ideologia, ou os observantes de leis, ou os fiéis cumpridores de ritos; mas são aqueles que, pelo amor que partilham, vão ser um sinal vivo do Deus que ama. Pelo amor, eles serão no mundo sinal do Pai.</div>
<div style="text-align: justify;">
A proposta cristã resume-se no amor. É o amor que nos distingue que nos identifica; quem não aceita o amor, não pode ter qualquer pretensão de integrar a comunidade de Jesus. A comunidade de Jesus tem de testemunhar, com gestos concretos, o amor de Deus; demonstrar que a utopia é possível e que os homens e mulheres podem ser irmãos e irmãs. É este o nosso testemunho de comunidade cristã, na opção pela vida em favor dos pobres, sempre com justiça social. </div>
<div style="text-align: justify;">
Assim, no caminho, Segundo o amor que teremos uns para com os outros… todos verão que somos discípulos de Cristo. Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: “se vos amardes uns aos outros”. Jesus de Nazaré já não está entre nós, mas Cristo ressuscitado está bem no meio de nós, hoje. Há que reconhecê-l’O para O testemunhar pelo amor! “Como Eu vos amei” ou “Como eu vos tenho amado”. Assim seja! Amém.</div>
<br />
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Joel Duarte Benisiohttp://www.blogger.com/profile/01240467812052079091noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7115469242127359896.post-35787965448699196172016-04-17T07:39:00.007-07:002016-04-17T07:39:34.234-07:00Jesus, o Bom Pastor!!!<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2BSY1417uUYavV3fRe7IOyymdZq1ASilQRyAG3dcURw-yjrLtJELt3CSaBIcmvjzecS-V-azZDYIvY0-No10kKKqdMnEfTNfurfnY1eJRcY8lIa5BFWaOTsv6fL7zcrGtjUC5ZQ8IqFyH/s1600/bom+pastor.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="196" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2BSY1417uUYavV3fRe7IOyymdZq1ASilQRyAG3dcURw-yjrLtJELt3CSaBIcmvjzecS-V-azZDYIvY0-No10kKKqdMnEfTNfurfnY1eJRcY8lIa5BFWaOTsv6fL7zcrGtjUC5ZQ8IqFyH/s320/bom+pastor.jpg" width="320" /></a></div>
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Irmãos e irmãs,</div>
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Este Santo Domingo é considerado o “Domingo do Bom Pastor”, qual Jesus é apresentado como Bom Pastor. É, portanto, este o tema central que a Palavra de Deus hoje nos propõe.</div>
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A primeira leitura propõe-nos duas atitudes diferentes diante da proposta que o Pastor (Cristo) nos apresenta. De um lado, estão essas “ovelhas” cheias de auto-suficiência, satisfeitas e comodamente instaladas nas suas certezas; de outro, estão outras ovelhas, permanentemente atentas à voz do Pastor, que estão dispostas a arriscar segui-l’O até as pastagens da vida abundante. É esta última atitude que nos é proposta.</div>
<div style="text-align: justify;">
Os judeus representam aqueles que se acomodaram a uma religião “morninha”, segura, feita de hábitos, de leis, de devoções, de ritos externos, de fórmulas fixas, mas que não põe verdadeiramente em causa o coração e a consciência, nem tem um impacto real na vida de todos os dias. É a religião dos “certinhos” e acomodados, dos que têm medo da novidade de Deus (que mexe com os esquemas feitos e, constantemente, põe tudo em causa, obriga a arriscar e a converter-se). Os pagãos representam aqueles que, tendo tantas vezes uma história pessoal complicada e uma caminhada de fé nem sempre exemplar, estão abertos à novidade de Deus e se deixam questionar por Ele. Eles não têm medo de se desinstalar, de arriscar partir para uma vida nova e mais exigente, de procurar novos caminhos, de seguir Jesus no seu percurso de amor e de entrega – ainda que seja um caminho de cruz e de perseguição</div>
<div style="text-align: justify;">
Assim, o que é decisivo não é ter nascido neste ou naquele ambiente, mas é a capacidade de se deixar desafiar pela proposta de Jesus, de acolher com simplicidade, alegria e entusiasmo essa proposta e de partir, todos os dias, para esse caminho onde o nosso Deus nos propõe encontrar a vida nova, a vida verdadeira, a vida total.</div>
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<br /></div>
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A segunda leitura apresenta a meta final do rebanho que seguiu Jesus, o Bom Pastor: a vida total, de felicidade sem fim. Cristo ressuscitado, sentado no trono, é o pastor deste novo Povo, e que o conduz para “as fontes de águas vivas” – isto é, em direção à plenitude dos bens definitivos, onde brota a fonte da vida plena.</div>
<div style="text-align: justify;">
Em cada dia que passamos neste mundo, fazemos a experiência da alegria e da esperança, mas também da dor, da incompreensão, do medo, do sofrimento, do desespero… Com freqüência, é o pessimismo que nos agarra, que nos limita, que nos escraviza e que nos impede de saborear o dom da vida. O autor do “Apocalipse” deixa-nos uma mensagem de esperança e diz-nos que não estamos condenados ao fracasso, mas sim à vida plena, à libertação definitiva, à felicidade total.</div>
<div style="text-align: justify;">
O que é preciso para aí chegar? Apenas acolher o dom da salvação que nos é feito pelo nosso Deus. Se aceitarmos a proposta de Jesus e seguirmos atrás d’Ele no caminho do amor, da entrega, do dom da vida, se virmos n’Ele o pastor que nos conduz às fontes de água viva, chegaremos indubitavelmente à vida definitiva, à comunhão com Deus, à felicidade plena.</div>
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<br /></div>
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O Evangelho apresenta Cristo como o Bom Pastor, cuja missão é trazer a vida plena às ovelhas do seu rebanho; as ovelhas, por sua vez, são convidadas a escutar o Pastor, a acolher a sua proposta e a segui-l’O. É dessa forma que encontrarão a vida em plenitude. O texto que nos é proposto acentua, sobretudo, a relação estabelecida entre o Pastor (Cristo) e as ovelhas (os seus discípulos).</div>
<div style="text-align: justify;">
A missão desse Pastor (Cristo) é dar vida às ovelhas. Ao longo do Evangelho, João descreve, precisamente, a ação de Jesus como uma recriação e revivificação da pessoa, no sentido de fazer nascer o Homem Novo e Nova Mulher, que, seguindo Jesus, se torna “filho de Deus” e que é capaz de oferecer a vida por amor. Os que aceitam a proposta de vida que Jesus lhes faz não se perderão nunca, pois, a qualidade de vida que Jesus lhes comunica supera a própria morte. O próprio Jesus está disposto a defender os seus até dar a própria vida por eles, a fim de que nada nem ninguém (os dirigentes, os que estão interessados em perpetuar mecanismos de egoísmo, de injustiça, de escravidão) possam privar os discípulos dessa vida plena. As ovelhas (os discípulos), por sua vez, têm de escutar a voz do Pastor e segui-l’O. Isto significa que fazer parte do rebanho de Jesus é aderir a Ele, escutar as suas propostas, comprometer-se com Ele e, como Ele, entregar-se sem reservas numa vida de amor e de doação ao Pai e aos homens e mulheres.</div>
<div style="text-align: justify;">
O texto termina com uma referência à identificação plena entre o projeto do Pai e o projeto de Jesus: para ambos, o objetivo é fazer nascer uma nova humanidade. Em Jesus está presente e manifesta-se o plano salvador do Pai de dar vida eterna, vida plena, a homens e mulheres; através da ação de Jesus, a obra criadora de Deus atinge o seu ponto culminante.</div>
<div style="text-align: justify;">
Na nossa cultura, a imagem do pastor é uma parábola de outras eras, que pouco diz à nossa sensibilidade; em contrapartida, conhecemos bem a figura do líder, do presidente, do chefe: não raras vezes, é alguém que se impõe, que manipula, que arrasta, que exige… Mas o Evangelho que hoje nos é proposto convida-nos a descobrir a figura bíblica do Pastor: uma figura que evoca doação, simplicidade, serviço, dedicação total, amor gratuito. É alguém que é capaz de dar a própria vida para defender das garras das feras as ovelhas que lhe foram confiadas.</div>
<div style="text-align: justify;">
Para os cristãos, o Pastor é Cristo: só Ele nos conduz para as “pastagens verdadeiras”, onde encontramos vida em plenitude. Nas nossas comunidades cristãs, temos pessoas que presidem e que animam. Podemos aceitar, sem problemas, que eles receberam essa missão de Cristo e da Igreja, apesar dos seus limites e imperfeições; mas convém igualmente ter presente que o nosso único Pastor, aquele que somos convidados a escutar e a seguir sem condições, é Cristo.</div>
<div style="text-align: justify;">
As “ovelhas” do rebanho de Jesus têm de “escutar a voz” do Pastor e segui-l’O… Isso significa, concretamente, percorrer o mesmo caminho de Jesus, numa entrega total aos projetos de Deus e numa doação total, de amor e de serviço aos irmãos.</div>
<div style="text-align: justify;">
Como distinguimos a “voz” de Jesus, o nosso Pastor, de outros apelos, de propostas enganadoras, de “cantos de sereia” que não conduzem à vida plena? Através de um confronto permanente com a sua Palavra, através da participação nos sacramentos onde se nos comunica a vida que o Pastor nos oferece e num permanente diálogo íntimo com Ele. Desta forma, que o Bom Pastor, Jesus Cristo, faz-nos caminhar no caminho da felicidade, para que com vocação própria de todo o batizado: fazer-se eco da sua voz no coração do mundo. Testemunhar sempre na escuta, no conhecimento e no seguimento, Jesus, o Bom Pastor. Assim seja! Amém.</div>
Joel Duarte Benisiohttp://www.blogger.com/profile/01240467812052079091noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7115469242127359896.post-14253691744201782782016-04-10T06:35:00.000-07:002016-04-10T06:36:57.348-07:00O Ressuscitado presente e vivo em nosso gestos de amor<div style="text-align: center;">
<img height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj9W0f3M8sLdxeXJqoOimNCIKefbyXjhswCf29aVTykAoleHrzzUrGFo1jI-9MTFHZ4rdlsVxm5ZE-yRbfPSKcSC0mYmIeWH5Ov3izTFPkNR_LaXRuhQWsgXxmxh4oqKEk6z5l1AjugC20/s320/jesus-pescadores.jpg" width="320" /></div>
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Irmãos e irmãs,</div>
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Este Santo Domingo do Tempo Pascal recorda-nos que a comunidade cristã tem por missão testemunhar e concretizar o projeto libertador que Jesus iniciou; e que Jesus, vivo e ressuscitado, acompanhará sempre a sua Igreja em missão, vivificando-a com a sua presença e orientando-a com a sua Palavra.</div>
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A primeira leitura apresenta-nos o testemunho que a comunidade de Jerusalém dá de Jesus ressuscitado. Embora o mundo se oponha ao projeto libertador de Jesus testemunhado pelos discípulos, o cristão deve antes obedecer a Deus do que aos homens.</div>
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A proposta de Jesus é uma proposta libertadora, que não se compadece nem pactua com esquemas egoístas, injustos, opressores. É uma mensagem questionante, transformadora, revolucionária, que põe em causa tudo o que gera injustiça, morte, opressão; por isso, é uma proposta que é rejeitada e combatida por aqueles que dominam o mundo e que oprimem os pobres. Isto explica bem porque é que o testemunho sobre Jesus não é um caminho fácil de glória, de aplausos, de honras, de popularidade, mas um caminho de cruz. Se Jesus encontrou oponentes e morreu na cruz, é natural que os apóstolos, fiéis a Jesus e ao seu projeto, se defrontem com a oposição desses mesmos que mataram Jesus. No entanto, os verdadeiros seguidores do projeto de Jesus – animados pelo Espírito – estão mais preocupados com a fidelidade ao “caminho” de Jesus do que às ordens ou interesses dos que dominam – mesmo que sejam os que mandam no mundo.</div>
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A segunda leitura apresenta Jesus, o “cordeiro” imolado que venceu a morte e que trouxe aos homens e mulheres a libertação definitiva; em contexto litúrgico, o autor põe a criação inteira a manifestar diante do “cordeiro” vitorioso a sua alegria e o seu louvor.</div>
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A mensagem final do Livro do Apocalipse pode resumir-se na frase: “não tenhais medo, pois, a vossa libertação está a chegar”. É uma mensagem “eterna”, que revigora a nossa fé, que renova a nossa esperança e que fortalece a nossa capacidade de enfrentar a injustiça, o egoísmo, o sofrimento e o pecado. Diante deste “cordeiro” vencedor, que nos trouxe a libertação, os cristãos vêem renovada a sua confiança nesse Deus salvador e libertador em quem acreditam. Celebra Cristo, aquele que venceu a morte, que ressuscitou, que nos apresentou o plano libertador de Deus em nosso favor e que, hoje, continua a dar sentido aos nossos dramas e aos nossos sofrimentos, a iluminar a história humana com a luz de Deus. </div>
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O Evangelho apresenta os discípulos em missão, continuando o projeto libertador de Jesus; mas avisa que a ação dos discípulos só será coroada de êxito se eles souberem reconhecer o Ressuscitado junto deles e se deixarem guiar pela sua Palavra.</div>
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O texto está claramente dividido em duas partes. A primeira parte é uma parábola sobre a missão da comunidade. Utiliza a linguagem simbólica e tem caráter de “signo”. Começa por apresentar os discípulos: são sete. Representam a totalidade, “sete” da Igreja, empenhada na missão e aberta a todas as nações e a todos os povos. Esta comunidade é apresentada a pescar: sob a imagem da pesca, os evangelhos representam a missão que Jesus confia aos discípulos; libertar todos os homens e mulheres que vivem mergulhados no mar do sofrimento e da escravidão. Pedro preside à missão: é ele que toma a iniciativa; os outros seguem-no incondicionalmente. Aqui faz-se referência ao lugar proeminente que Pedro ocupava na animação da Igreja primitiva. A pesca é feita durante a noite. A noite é o tempo das trevas, da escuridão: significa a ausência de Jesus, “enquanto é de dia, temos de trabalhar, realizando as obras daquele que Me enviou: aproxima-se a noite, quando ninguém pode trabalhar; enquanto Eu estou no mundo, sou a luz do mundo”. O resultado da ação dos discípulos, de noite, sem Jesus, é um fracasso total: “sem Mim, nada podeis fazer”.</div>
<div style="text-align: justify;">
A chegada da manhã, da luz, coincide com a presença de Jesus, Ele é a luz do mundo. Jesus não está com eles no barco, mas sim em terra: Ele não acompanha os discípulos na pesca; a sua ação no mundo exerce-se por meio dos discípulos. Concentrados no seu esforço inútil, os discípulos nem reconhecem Jesus quando Ele Se apresenta. O grupo está decepcionado pelo fracasso, posto em evidência pela pergunta de Jesus: “tendes alguma coisa de comer?”. Mas Jesus dá-lhes indicações e as redes enchem-se de peixes: o fruto deve-se à docilidade com que os discípulos seguem as indicações de Jesus. Acentua-se que o êxito da missão não se deve ao esforço humano, mas sim à presença viva e à Palavra do Senhor ressuscitado. O surpreendente resultado da pesca faz com que um discípulo o reconheça. Este discípulo – o discípulo amado – é aquele que está sempre próximo de Jesus, em sintonia com Jesus e que faz, de forma intensa, a experiência do amor de Jesus: só quem faz essa experiência é capaz de ler os sinais que identificam Jesus e perceber a sua presença por detrás da vida que brota da ação da comunidade em missão. Os pães com que Jesus acolhe os discípulos em terra são um sinal do amor, do serviço, da solicitude de Jesus pela sua comunidade em missão no mundo: deve haver aqui uma alusão à Eucaristia, ao pão que Jesus oferece à vida com que Ele continua a alimentar a comunidade em missão. O número dos peixes apanhados na rede (153), para os naturalistas antigos distinguiam 153 espécies de peixes: assim, o número faria alusão à totalidade da humanidade, reunida na mesma Igreja. Em qualquer caso, significa totalidade e universalidade.</div>
<div style="text-align: justify;">
Na segunda parte do texto, Pedro confessa por três vezes o seu amor a Jesus, durante a paixão, o mesmo discípulo negou Jesus por três vezes, recusando dessa forma “embarcar” com o “mestre” na aventura do amor que se faz dom. Pedro – recordemo-lo – foi o discípulo que, na última ceia, recusou que Jesus lhe lavasse os pés porque, para ele, o Messias devia ser um rei poderoso, dominador, e não um rei de serviço e de dom da vida. Nessa altura, ao raciocinar em termos de superioridade e de autoridade, Pedro mostrou que ainda não percebera que a lei suprema da comunidade de Jesus é o amor total, o amor que se faz serviço e que vai até à entrega da vida. Jesus disse claramente a Pedro que quem tem uma mentalidade de domínio e de autoridade não tem lugar na comunidade cristã. A tríplice confissão de amor pedida a Pedro por Jesus corresponde, portanto, a um convite a que ele mude definitivamente a mentalidade. Pedro é convidado a perceber que, na comunidade de Jesus, o valor fundamental é o amor; não existe verdadeira adesão a Jesus, se não se estiver disposto a seguir esse caminho de amor e de entrega da vida que Jesus percorreu. Só assim Pedro poderá “seguir” Jesus. Ao mesmo tempo, Jesus confia a Pedro a missão de presidir à comunidade e de animá-la; de ser o pastor das suas ovelhas; convida-o também a perceber onde é que reside, na comunidade cristã, a verdadeira fonte da autoridade: só quem ama muito e aceita a lógica do serviço e da doação da vida poderá presidir à comunidade de Jesus.</div>
<div style="text-align: justify;">
Assim, é preciso ter a consciência nítida de que o êxito da missão cristã não depende do esforço humano, mas da presença viva do Senhor Jesus; consciência também da solicitude e do amor do Senhor que, continuamente, acompanha os nossos esforços, os anima, os orienta e que conosco reparte o pão da vida. Quando o cansaço, o sofrimento, o desânimo tomarem posse de nós, Ele lá estará dando-nos o alimento que nos fortalece. É necessário ter consciência da sua constante presença, amorosa e vivificadora ao nosso lado e celebrá-la na Eucaristia.</div>
<div style="text-align: justify;">
Desta forma, a figura do “discípulo amado”, que reconhece o Senhor nos sinais de vitalidade que brotam da missão comunitária, convida-nos a ser sensíveis aos sinais de esperança e de vida nova que acontecem à nossa volta e a ler neles a presença salvadora e vivificadora do Ressuscitado. <i>Ele está presente, vivo e ressuscitado, em qualquer lado onde houver amor, partilha, doação que geram vida nova. Jesus Cristo não tem mais necessidade de dizer quem Ele é</i>… Eles sabem que Ele é o Senhor. Assim seja! Amém.</div>
Joel Duarte Benisiohttp://www.blogger.com/profile/01240467812052079091noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7115469242127359896.post-47846412674351833302016-04-03T05:56:00.003-07:002016-04-03T05:58:46.377-07:00Bem-aventurança: “Felizes os que acreditam sem terem visto!”<div style="text-align: center;">
<img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjnLAmGObJMrE8Gcd4PpiTvZW_MzhBsAm5jwwY7XA6-Fg-zNmyPMLBQwFZ42ZDA0jqqZzlGTPfxnTOT_otycATBH08cg3HJDU5pveGuSWGqBbMkgJXBetrj0BTzVsEv43N6xcQy8efpZmy3/s400/f%25C3%25A9+em+Deus.jpg" /></div>
<div style="text-align: justify;">
Irmãos e irmãs,</div>
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Este Santo Domingo põe em relevo o papel da comunidade cristã como espaço privilegiado de encontro com Jesus ressuscitado.</div>
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A primeira leitura sugere que a comunidade cristã continua no mundo a missão salvadora e libertadora de Jesus; e quando ela é capaz de fazer, está a dar testemunho desse Cristo vivo que continua a apresentar uma proposta de redenção para homens e mulheres.</div>
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A comunidade cristã tem de ser, fundamentalmente, uma comunidade que testemunha Cristo ressuscitado. Se formarmos uma família de irmãos “unidos pelos mesmos sentimentos”, solidários uns com os outros, capazes de partilhar, estaremos a anunciar esse mundo novo que Jesus propôs e a interpelar os nossos conterrâneos. Assim, os milagres são coisas que eu posso fazer todos os dias: sempre que os meus gestos falam de amor, de partilha, de reconciliação, eu estou a realizar um “milagre” que leva aos irmãos a vida nova de Deus, estou a anunciar e a fazer acontecer a ressurreição.</div>
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A segunda leitura insiste no motivo da centralidade de Jesus como referência fundamental da comunidade cristã: apresenta-O a caminhar lado a lado com a sua Igreja nos caminhos da história e sugere que é n’Ele que a comunidade encontra a força para caminhar e para vencer as forças que se opõem à vida nova de Deus.</div>
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O “Filho do Homem” é Cristo ressuscitado. Ele é o Cristo do mistério pascal: esteve morto, voltou à vida e é agora o Senhor da vida que derrotou a morte. A história começa e acaba n’Ele. Por isso, os cristãos nada terão a temer e, sobretudo, são chamados a anunciar a todos os cristãos que Jesus ressuscitado está vivo, que caminha no meio da sua Igreja e que, com Ele, nenhum mal nos acontecerá pois é Ele que preside à história.</div>
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O Evangelho sublinha a ideia de que Jesus vivo e ressuscitado é o centro da comunidade cristã; é à volta d’Ele que a comunidade se estrutura e é d’Ele que ela recebe a vida que a anima e que lhe permite enfrentar as dificuldades e as perseguições. Por outro lado, é na vida da comunidade (na sua liturgia, no seu amor, no seu testemunho) que os homens encontram as provas de que Jesus está vivo.</div>
<div style="text-align: justify;">
Estamos no “primeiro dia da semana” faz referência ao tempo novo, a esse tempo que se segue à morte/ressurreição de Jesus, ao tempo da nova criação. A comunidade criada a partir da ação de Jesus está reunida no cenáculo, em Jerusalém. Está desamparada e insegura, cercada por um ambiente hostil. O medo vem do fato de não terem, ainda, feito a experiência de Cristo ressuscitado.</div>
<div style="text-align: justify;">
O texto que nos é proposto divide-se em duas partes bem distintas. Na primeira parte descreve-se uma “aparição” de Jesus aos discípulos. Depois de sugerir a situação de insegurança e fragilidade que dominava a comunidade: o “anoitecer”, “as portas fechadas”, o “medo”, apresenta Jesus “no centro” da comunidade. Ao aparecer “no meio deles”, Jesus assume-Se como ponto de referência, fator de unidade, a videira à volta da qual se enxertam os ramos. A comunidade está reunida à volta d’Ele, pois Ele é o centro onde todos vão beber a vida. A esta comunidade fechada, com medo, mergulhada nas trevas de um mundo hostil, Jesus transmite duplamente a paz: é o “shalom” hebraico, no sentido de harmonia, serenidade, tranqüilidade, confiança. Assegura-se, assim, aos discípulos que Jesus venceu aquilo que os assustava: a morte, a opressão, a hostilidade do “mundo”.</div>
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Depois, Jesus revela a sua “identidade”: nas mãos e no lado traspassado, estão os sinais do seu amor e da sua entrega. É nesses sinais de amor e doação que a comunidade reconhece Jesus vivo e presente no seu meio. A permanência desses “sinais” indica a permanência do amor de Jesus: Ele será sempre o Messias que ama, e do qual brotarão a água e o sangue que constituem e alimentam a comunidade.</div>
<div style="text-align: justify;">
As palavras de Jesus à comunidade contêm uma referência à missão. Os discípulos são enviados a prolongar o oferecimento de vida que o Pai apresenta à humanidade em Jesus. Quem aceitar essa proposta de vida, será integrado na comunidade; quem a rejeitar, ficará à margem da comunidade de Jesus.</div>
<div style="text-align: justify;">
Na segunda parte, apresenta-se uma catequese sobre a fé. Como é que se chega à fé em Cristo ressuscitado? João responde: podemos fazer a experiência da fé em Jesus vivo e ressuscitado na comunidade dos crentes, que é o lugar natural onde se manifesta e irradia o amor de Jesus. Tomé representa aqueles que vivem fechados em si próprios, está fora, e que não faz caso do testemunho da comunidade nem percebe os sinais de vida nova que nela se manifestam. Em lugar de se integrar e participar da mesma experiência pretende obter uma demonstração particular de Deus.</div>
<div style="text-align: justify;">
Tomé acaba, no entanto, por fazer a experiência de Cristo vivo no interior da comunidade. Por quê? Porque, no “dia do Senhor”, volta a estar com a sua comunidade. É uma alusão clara ao domingo, ao dia em que a comunidade é convocada para celebrar a Eucaristia: é no encontro com o amor fraterno, com o perdão dos irmãos, com a Palavra proclamada, com o pão de Jesus partilhado, que se descobre Jesus ressuscitado. A experiência de Tomé não é exclusiva das primeiras testemunhas; mas todos os cristãos de todos os tempos podem fazer esta mesma experiência.</div>
<div style="text-align: justify;">
Assim, a comunidade cristã gira em torno de Jesus, constrói-se à volta de Jesus e é d’Ele que recebe vida, amor e paz. Sem Jesus, estaremos secos e estéreis, incapazes de encontrar a vida em plenitude; sem Ele, seremos um rebanho de gente assustada, incapaz de enfrentar o mundo e de ter uma atitude construtiva e transformadora; sem Ele, estaremos divididos, em conflito e não seremos uma comunidade de irmãos.</div>
<div style="text-align: justify;">
A comunidade tem de ser o lugar onde fazemos, verdadeiramente, a experiência de Jesus ressuscitado. É nos gestos de amor, de partilha, de serviço, de encontro, de fraternidade, que encontramos Jesus vivo, a transformar e a renovar o mundo; encontramos Jesus ressuscitado no diálogo comunitário, na Palavra partilhada, no pão repartido, no amor que une os irmãos em comunidade de vida. </div>
<div style="text-align: justify;">
Jesus deixa-Se ver aos seus discípulos, o que os enche de alegria. Envia sobre eles o seu Espírito para que respirem do mesmo sopro e espalhem, por sua vez, o sopro da misericórdia de Deus. Tomé não está lá nessa tarde de Páscoa, o testemunho dos apóstolos não consegue convencê-los; ele quer ver, quer tocar, recusa reconhecer o Ressuscitado. Jesus respeita a sua caminhada, e é Ele próprio que lhe propõe para ver e tocar. Tomé, então, proclama o primeiro ato de fé da Igreja: “Meu Senhor e meu Deus!” Ele reconhece não somente Jesus ressuscitado, marcado pelas chagas da Paixão, mas adora-O como seu Deus. Então, Jesus anuncia que não Se apresentará mais à vista dos homens, mas será necessário reconhecê-l’O unicamente com os olhos da fé. E faz desta fé uma bem-aventurança: “felizes os que acreditam sem terem visto!” Também nós, hoje, somos convidados a viver esta bem-aventurança. Oxalá possam as nossas dúvidas e as nossas questões ser, como para Tomé, caminho de fé! Assim seja! Amém.</div>
Joel Duarte Benisiohttp://www.blogger.com/profile/01240467812052079091noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7115469242127359896.post-87285579153051577812016-03-27T04:35:00.002-07:002016-03-27T04:35:15.062-07:00Cristo veio de novo! Ressuscitou! Aleluia, Aleluia.<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBwIKAGkp-8iDbH_XBHMIfi7Mf5HVNxqT-fvNaeN-8dqcykRqydcqSePvJDKnS9DFcA8NW2ERpbmxtDvw4isP-U_Kw7ulTovbzwi_LOwC0ItJPG3GJVpSdT8bFnEqMFyTrOGD3ASdoYf3K/s1600/feliz+p%25C3%25A1scoa.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="282" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBwIKAGkp-8iDbH_XBHMIfi7Mf5HVNxqT-fvNaeN-8dqcykRqydcqSePvJDKnS9DFcA8NW2ERpbmxtDvw4isP-U_Kw7ulTovbzwi_LOwC0ItJPG3GJVpSdT8bFnEqMFyTrOGD3ASdoYf3K/s400/feliz+p%25C3%25A1scoa.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
Irmãos e irmãs,<br /><div style="text-align: justify;">
Este Santo Domingo celebra a ressurreição e garante-nos que a vida em plenitude resulta de uma existência feita dom e serviço em favor dos irmãos. A ressurreição de Cristo é o exemplo concreto que confirma tudo isto.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A primeira leitura apresenta o exemplo de Cristo que “passou pelo mundo fazendo o bem” e que, por amor, Se deu até à morte; por isso, Deus ressuscitou-O. Os discípulos, testemunhas desta dinâmica, devem anunciar este “caminho” a todos os homens e mulheres.</div>
<div style="text-align: justify;">
A ressurreição de Jesus é a conseqüência de uma vida a “fazer o bem e a libertar os oprimidos”. Isso significa que, sempre que alguém – na linha de Jesus – se esforça por vencer a injustiça e por fazer triunfar o amor, está a ressuscitar; significa que sempre que alguém – na linha de Jesus – se dá aos outros e manifesta em gestos concretos a sua entrega aos irmãos, está a ressuscitar. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A segunda leitura convida os cristãos, revestidos de Cristo pelo Batismo, a continuarem a sua caminhada de vida nova, até à transformação plena que acontecerá quando, pela morte, tivermos ultrapassado a última fronteira da nossa finitude. Pois, ao ser batizado, o cristão morreu para o pecado e renasceu para uma vida nova. Em concreto, isso implica despojarmo-nos do “homem velho” por uma conversão nunca acabada e revestirmo-nos cada dia mais profundamente da imagem de Cristo, de forma que nos identifiquemos com Ele pelo amor e pela entrega; temos que viver com os pés na terra, mas com a mente e o coração no céu: é lá que estão os bens eternos e a nossa meta definitiva: “afeiçoai-vos às coisas do alto e não às da terra”. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
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O Evangelho coloca-nos diante de duas atitudes face à ressurreição: a do discípulo obstinado, que se recusa a aceitá-la porque, na sua lógica, o amor total e a doação da vida não podem nunca ser geradores de vida nova; e o discípulo ideal, que ama Jesus e que, por isso, entende o seu caminho e a sua proposta – a esse não o escandaliza nem o espanta que da cruz tenha nascido a vida plena, a vida verdadeira.</div>
<div style="text-align: justify;">
O texto começa com uma indicação aparentemente cronológica, mas que deve ser entendida numa perspectiva teológica: “no primeiro dia da semana”. Significa que começou um novo ciclo – o da nova criação, o da Páscoa definitiva. Aqui começa um novo tempo, o tempo do homem novo e mulher nova, que nasce a partir da doação de Jesus. Maria Madalena representa a nova comunidade que nasceu da ação criadora e vivificadora do Messias; essa nova comunidade, testemunha da cruz, acredita, inicialmente, que a morte triunfou e procura Jesus no sepulcro: é uma comunidade que ainda não conseguiu descobrir que a morte não venceu; mas, diante do sepulcro vazio, o verdadeiro discípulo descobre que Jesus está vivo.</div>
<div style="text-align: justify;">
Para ilustrar esta dupla realidade, São João apresenta duas figuras de discípulo que correm ao túmulo, mostrando a sua adesão a Jesus e o seu interesse pela notícia do túmulo vazio: Simão Pedro e um “outro discípulo”, que parece poder identificar-se com esse “discípulo amado” apresentado no Quarto Evangelho. João coloca estas duas figuras lado a lado em várias circunstâncias: na última ceia, é o discípulo amado que percebe quem está do lado de Jesus e quem O irá trair; na paixão, é ele que consegue estar perto de Jesus no pátio do sumo sacerdote, enquanto Pedro o trai; é ele que está junto da cruz quando Jesus morre; é ele quem reconhece Jesus ressuscitado nesse vulto que aparece aos discípulos no lago de Tiberíades. Nas outras vezes, o “discípulo amado” levou vantagem sobre Pedro. Aqui, isso irá acontecer outra vez: o “outro discípulo” correu mais e chegou ao túmulo primeiro que Pedro, o fato de se dizer que ele não entrou logo, pode querer significar a sua deferência e o seu amor, que resultam da sua sintonia com Jesus; e, depois de ver, “acreditou”, o mesmo não se diz de Pedro.</div>
<div style="text-align: justify;">
Provavelmente, o autor do Quarto Evangelho quis descrever, através destas figuras, o impacto produzido nos discípulos pela morte de Jesus e as diferentes disposições existentes entre os membros da comunidade cristã. Em geral, Pedro representa, nos evangelhos, o discípulo obstinado, para quem a morte significa fracasso e que se recusa a aceitar que a vida nova passe pela humilhação da cruz; ao contrário, o “outro discípulo” é o discípulo amado”, que está sempre próximo de Jesus, que faz a experiência do amor de Jesus; por isso, corre ao seu encontro de forma mais decidida e “percebe” – porque só quem ama muito percebe certas coisas que passam despercebidas aos outros – que a morte não pôs fim à vida. Esse “outro discípulo” é, portanto, a imagem do discípulo ideal, que está em sintonia total com Jesus, que corre ao seu encontro com um total empenho, que compreende os sinais e que descobre, porque o amor leva à descoberta, que Jesus está vivo. Ele é o paradigma do homem novo e da mulher nova,recriado por Jesus.</div>
<div style="text-align: justify;">
A ressurreição de Jesus prova precisamente que a vida plena, a vida total, a libertação plena, a transfiguração total da nossa realidade e das nossas capacidades passam pelo amor que se dá, com radicalidade, até às últimas conseqüências. Pela fé, pela esperança, pelo seguimento de Cristo e pelos sacramentos, a semente da ressurreição, o próprio Jesus, é depositado na realidade do homem/corpo. Revestidos de Cristo, somos nova criatura: estamos, portanto, a ressuscitar, até atingirmos a plenitude, a maturação plena, a vida total, quando ultrapassarmos a barreira da morte física. Aqui começa, pois, a nova humanidade.</div>
<div style="text-align: justify;">
Desta forma, aos discípulos de ontem e hoje pede-se também que sejam as testemunhas da ressurreição. Nós não vimos o sepulcro vazio, mas fazemos todos os dias a experiência do Senhor ressuscitado, vivo e caminhando ao nosso lado nos caminhos da história. Temos de testemunhar essa realidade; no entanto, é preciso que o nosso testemunho seja comprovado por fatos concretos: por essa vida de amor e de entrega que é sinal da vida nova de Jesus em nós. “Viu e acreditou”... Cristo veio de novo! Em sua fé enraizamos a nossa fé. Páscoa torna-se, então, nossa alegria! Revela-se o mistério de Deus e se encontram ecos de ressurreição e de vida nova. Assim seja! Amém.</div>
Joel Duarte Benisiohttp://www.blogger.com/profile/01240467812052079091noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7115469242127359896.post-58657695574517347582016-03-20T05:46:00.001-07:002016-03-20T05:46:21.304-07:00“Bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana nas alturas!”<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgK_DCLfZD42n1gwFfIB8P_sY5PkH9A8pnr8XX2KN3OX7zpM6eHERMc1K3FvthTNUXYxro-Dm7K38fnD_0Yu6Sa2pBVuQo8qy8escp-e9OtoVcaa74dIilSeyGQXZKoI23nzpvq_73sieZK/s1600/domingo-ramos-250x200_c.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="256" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgK_DCLfZD42n1gwFfIB8P_sY5PkH9A8pnr8XX2KN3OX7zpM6eHERMc1K3FvthTNUXYxro-Dm7K38fnD_0Yu6Sa2pBVuQo8qy8escp-e9OtoVcaa74dIilSeyGQXZKoI23nzpvq_73sieZK/s320/domingo-ramos-250x200_c.jpg" width="320" /></a></div>
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Irmãos e irmãs,</div>
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Este Santo Domingo – Domingo de Ramos - convida-nos a contemplar esse Deus que, por amor, desceu ao nosso encontro, partilhou a nossa humanidade, fez-Se servo dos homens, deixou-Se matar para que o egoísmo e o pecado fossem vencidos. A cruz, que a liturgia deste domingo coloca no horizonte próximo de Jesus, apresenta-nos a lição suprema, o último passo desse caminho de vida nova que, em Jesus, Deus nos propõe: a doação da vida por amor.</div>
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<br /></div>
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A primeira leitura apresenta-nos um profeta, chamado por Deus a testemunhar no meio das nações a Palavra da salvação. Apesar do sofrimento e da perseguição, o profeta confiou em Deus e concretizou, com teimosa fidelidade, os projetos de Deus. Os primeiros cristãos viram neste “servo” a figura de Jesus: Ele é a Palavra de Deus feita carne, que oferece a sua vida para trazer a libertação/salvação… A vida de Jesus realiza plenamente esse destino de dom e de entrega da vida em favor de todos; e a sua glorificação mostra que uma vida vivida deste jeito não termina no fracasso, mas na ressurreição que gera vida nova.</div>
<div style="text-align: justify;">
Jesus, o “servo” sofredor que faz da sua vida um dom por amor, mostra aos seus seguidores o caminho: a vida, quando é posta ao serviço da libertação dos pobres e dos oprimidos, Palavra viva de Deus.</div>
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<br /></div>
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A segunda leitura apresenta-nos o exemplo de Cristo. Ele prescindiu do orgulho e da arrogância, para escolher a obediência ao Pai e o serviço a humanidade, até ao dom da vida. É esse mesmo caminho de vida que a Palavra de Deus nos propõe.</div>
<div style="text-align: justify;">
Os valores que marcaram a existência de Cristo continuam a não ser demasiado apreciados em muitos dos nossos ambientes contemporâneos. Paulo tem consciência de que está a pedir aos seus cristãos algo realmente difícil; mas é algo que é fundamental, à luz do exemplo de Cristo. Também a nós é pedido, nestes últimos dias antes da Páscoa, um passo em frente neste difícil caminho da humildade, do serviço, do amor. </div>
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<br /></div>
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O Evangelho convida-nos a contemplar a paixão e morte de Jesus: é o momento supremo de uma vida feita dom e serviço, a fim de libertar os homens de tudo aquilo que gera egoísmo e escravidão. Na cruz revela-se o amor de Deus, esse amor que não guarda nada para si, mas que se faz dom total.</div>
<div style="text-align: justify;">
Com a chegada de Jesus a Jerusalém e os acontecimentos da semana santa, chegamos ao fim do “caminho” começado na Galileia. Tudo converge, no Evangelho de Lucas, para aqui, para Jerusalém: que deve irromper a salvação de Deus. Em Jerusalém, Jesus vai realizar o último ato do programa enunciado em Nazaré: da sua entrega, do seu amor afirmado até à morte, vai nascer esse Reino de homens e mulheres novos, livres, onde todos serão irmãos no amor; e, de Jerusalém, partirão as testemunhas de Jesus, a fim de que esse Reino se espalhe por toda a terra e seja acolhido no coração de todos (as).</div>
<div style="text-align: justify;">
A morte de Jesus tem de ser entendida no contexto daquilo que foi a sua vida. Desde cedo, Jesus apercebeu-Se de que o Pai O chamava a uma missão: anunciar a Boa Nova aos pobres, pôr em liberdade os oprimidos. Para concretizar este projeto, Jesus passou pelos caminhos, fazendo o bem e anunciando a proximidade de um mundo novo, de vida, de liberdade, de paz e de amor para todos (as). Ensinou que Deus era amor e que não excluía ninguém, nem mesmo os pecadores; ensinou que os leprosos, os paralíticos, os cegos não deviam ser marginalizados, pois, não eram amaldiçoados por Deus; ensinou que eram os pobres e os excluídos os preferidos de Deus e aqueles que tinham o coração mais disponível para acolher o Reino; e avisou os “ricos”, os poderosos, os instalados, de que o egoísmo, o orgulho, a auto-suficiência, o fechamento só podiam conduzir à morte.</div>
<div style="text-align: justify;">
O projeto libertador de Jesus entrou em choque, como era inevitável, com a opressão que dominava o mundo. As autoridades políticas e religiosas sentiram-se incomodadas com a denúncia de Jesus: não estavam dispostas a renunciar a esses mecanismos que lhes asseguravam poder, influência, domínio, privilégios; não estavam dispostos a arriscar, a desinstalar-se e a aceitar a conversão proposta por Jesus. Por isso, prenderam Jesus, julgaram-n’O, condenaram-n’O e pregaram-n’O na cruz.</div>
<div style="text-align: justify;">
A morte de Jesus é a conseqüência lógica do anúncio do Reino: resultou das tensões e resistências que a proposta do “Reino” provocou entre os que dominavam este mundo. Podemos também dizer que a morte de Jesus é o culminar da sua vida; é a afirmação última, porém mais radical e mais verdadeira, porque marcada com sangue, daquilo que Jesus pregou com palavras e com gestos: o amor, o dom total, o serviço.</div>
<div style="text-align: justify;">
Celebrar a paixão e morte de Jesus é abismar-se na contemplação de um Deus a quem o amor tornou frágil… Por amor, Ele veio ao nosso encontro, assumiu os nossos limites, suou sangue antes de aceitar a vontade do Pai; e, estendido no chão, esmagado contra a terra, atraiçoado, abandonado, incompreendido, continuou a amar. Desse amor resultou vida plena, que Ele quis repartir conosco “até ao fim dos tempos”: esta é a mais espantosa história de amor que é possível contar; ela é a boa notícia que enche de alegria o coração dos que creem. Jesus é o Deus que veio ao nosso encontro, a fim de manifestar a todos (as), em gestos concretos, a bondade e a misericórdia de Deus. </div>
<div style="text-align: justify;">
Na cruz de Jesus, vemos aparecer o Homem Novo e a Mulher Nova, o protótipo daquele (a) que ama radicalmente e que faz da sua vida um dom para todos. Porque ama, este Novo Ser vai assumir como missão a luta contra o pecado, isto é, contra todas as causas objetivas que geram medo, injustiça, sofrimento, exploração, morte. Pois, “se calarem a voz dos profetas, as pedras falarão”. Assim, a cruz contém o dinamismo de um mundo novo – o dinamismo do Reino.</div>
<div style="text-align: justify;">
Assim, contemplar a cruz onde se manifesta o amor e a entrega de Jesus significa assumir a mesma atitude e solidarizar-se com aqueles que são crucificados neste mundo: os que sofrem violência, os que são explorados, os que são excluídos, os que são privados de direitos e de dignidade… Significa denunciar tudo o que gera ódio, divisão, medo, em termos de estruturas, valores, práticas, ideologias. Significa evitar que as pessoas continuem a crucificar outras pessoas. Significa aprender com Jesus a entregar a vida por amor… Viver deste jeito pode conduzir à morte; mas o cristão sabe que amar como Jesus é viver a partir de uma dinâmica que a morte não pode vencer: o amor gera vida nova e introduz na nossa carne os dinamismos da ressurreição, sendo o modelo do discípulo, aquele que toma a cruz de Jesus e o segue no seu caminho de entrega e de dom da vida: “se alguém quer vir após Mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz dia após dia e siga-me. Pois, “Bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana nas alturas!”... Vivamos a Semana Santa na oração e na contemplação de Jesus Cristo, a essência do nosso ser e da comunhão de irmãos em Igreja! Assim seja! Amém.</div>
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Joel Duarte Benisiohttp://www.blogger.com/profile/01240467812052079091noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7115469242127359896.post-23796341399894319832016-03-13T06:14:00.003-07:002016-03-13T06:14:39.885-07:00"Quem dentre vós não tiver pecado, atire a primeira pedra" <div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgOUyMyEcIDvdN4QoyiXNnLdEd49gI7bMrZ1n2XVEKgC7CD2sMtEEHSchL4306EFAIVRToU7naFZBYM0dnHeNaeKOUBTH-LaKsNQ__bc2equUZV13sd1SLgYfhyT0LE4pY1o2GDvpH-Am6s/s1600/atire+a+primeira+pedra.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgOUyMyEcIDvdN4QoyiXNnLdEd49gI7bMrZ1n2XVEKgC7CD2sMtEEHSchL4306EFAIVRToU7naFZBYM0dnHeNaeKOUBTH-LaKsNQ__bc2equUZV13sd1SLgYfhyT0LE4pY1o2GDvpH-Am6s/s400/atire+a+primeira+pedra.jpg" width="400" /></a></div>
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Irmãos e irmãs,</div>
<div style="text-align: justify;">
Este Santo Domingo, fala-nos outra vez de um Deus que ama e cujo amor nos desafia a ultrapassar as nossas escravidões para chegar à vida nova, à ressurreição.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A primeira leitura apresenta-nos o Deus libertador, que acompanha com solicitude e amor a caminhada do seu Povo para a liberdade. Esse “caminho” é o paradigma dessa outra libertação que Deus nos convida a fazer neste tempo de Quaresma e que nos levará à Terra Prometida onde corre a vida nova. O nosso Deus é o Deus libertador, que não Se conforma com qualquer escravidão que roube a vida e a dignidade do homem e que está, permanentemente, a pedir-nos que lutemos contra todas as formas de sujeição. </div>
<div style="text-align: justify;">
A vida cristã é uma caminhada permanente, rumo à Páscoa, rumo à ressurreição. Neste tempo de Quaresma, somos convidados a deixar definitivamente para trás o passado e a aderir à vida nova que Deus nos propõe. Cada Quaresma é um abalo que nos desinstala, que põe em causa o nosso comodismo, que nos convida a olhar para o futuro e a ir além de nós mesmos, na busca do Novo (Homem e Mulher).</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A segunda leitura é um desafio a libertar-nos daquilo que impede a descoberta do fundamental: a comunhão com Cristo, a identificação com Cristo, princípio da nossa ressurreição. Neste tempo favorável à conversão, é importante revermos aquilo que dá sentido à nossa vida. Paulo convida a dar prioridade ao que é importante, a uma vida de comunhão com Cristo, que nos leve a uma identificação com o seu amor, o seu serviço, a sua entrega. </div>
<div style="text-align: justify;">
É preciso, igualmente, ter consciência de que este caminho de conversão a Cristo é um caminho que está, permanentemente, a fazer-se. O cristão está consciente de que, enquanto caminha neste mundo, “ainda não chegou à meta”. A identificação com Cristo deve ser, pois, um desafio constante, que exige um empenho diário, até chegarmos à meta do Homem Novo e da Mulher Nova.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O Evangelho diz-nos que, na perspectiva de Deus, não são o castigo e a intolerância que resolvem o problema do mal e do pecado; só o amor e a misericórdia geram ativamente vida e fazem nascer o Homem novo e a Mulher Nova. É esta lógica – a lógica de Deus – que somos convidados a assumir na nossa relação com os irmãos e irmãs.</div>
<div style="text-align: justify;">
Neste Evangelho, temos diante de Jesus uma mulher que, de acordo com a Lei, tinha cometido uma falta que merecia a morte. Para os escribas e fariseus, trata-se de uma oportunidade de ouro para testar a ortodoxia de Jesus e a sua fidelidade às exigências da Lei; para Jesus, trata-se de revelar a atitude de Deus frente ao pecado e ao pecador.</div>
<div style="text-align: justify;">
Apresentada a questão, Jesus não procura branquear o pecado ou desculpabilizar o comportamento da mulher. Ele sabe que o pecado não é um caminho aceitável, pois, gera infelicidade e rouba a paz… No entanto, também não aceita pactuar com uma Lei que, em nome de Deus, gera morte. Porque os esquemas de Deus são diferentes dos esquemas da Lei, Jesus fica em silêncio durante uns momentos e escreve no chão, como se pretendesse dar tempo aos participantes da cena para perceber aquilo que estava em causa. Finalmente, convida os acusadores a tomar consciência de que o pecado é uma conseqüência dos nossos limites e fragilidades e que Deus entende isso: “quem de vós estiver sem pecado, atire a primeira pedra”. E continua a escrever no chão, à espera que os acusadores da mulher interiorizem a lógica de Deus – a lógica da tolerância e da compreensão. Quando os escribas e fariseus se retiram, Jesus nem sequer pergunta à mulher se ela está ou não arrependida: convida-a, apenas, a seguir um caminho novo, de liberdade e de paz: “vai e não tornes a pecar”.</div>
<div style="text-align: justify;">
A lógica de Deus não é uma lógica de morte, mas uma lógica de vida; a proposta que Deus faz aos homens e mulheres através de Jesus não passa pela eliminação dos que erram, mas por um convite à vida nova, à conversão, à transformação, à libertação de tudo o que oprime e escraviza; e destruir ou matar em nome de Deus ou em nome de qualquer moral é uma ofensa inqualificável a esse Deus da vida e do amor, que apenas quer a realização plena das pessoas. O episódio põe em relevo, por outro lado, a intransigência e a hipocrisia das pessoas, sempre disposta a julgar e a condenar… os outros. Jesus denuncia, aqui, a lógica daqueles que se sentem perfeitos e auto-suficientes, sem reconhecerem que estamos todos a caminho e que, enquanto caminhamos, somos imperfeitos e limitados. É preciso reconhecer, com humildade e simplicidade, que necessitamos todos da ajuda do amor e da misericórdia de Deus para chegar à vida plena. A única atitude que faz sentido, neste esquema, é assumir para com os nossos irmãos a tolerância e a misericórdia que Deus tem para com todos (as).</div>
<div style="text-align: justify;">
Na atitude de Jesus, torna-se particularmente evidente a misericórdia de Deus para com aqueles que a teologia oficial considerava marginais. Os pecadores públicos, os proscritos, os transgressores notórios da Lei e da moral encontram em Jesus um sinal do Deus que os ama e que lhes diz: “Eu não te condeno”. Sem excluir ninguém, Jesus os promoveu, deu-lhes dignidade, tornou-os pessoas, libertou-os, apontou-lhes o caminho da vida nova, da vida plena. A dinâmica de Deus é uma dinâmica de misericórdia, pois, só o amor transforma e permite a superação dos limites humanos. É essa a realidade do Reino de Deus.</div>
<div style="text-align: justify;">
Neste caminho quaresmal, Deus desafia-nos à superação de todas as realidades que nos escravizam e sublinha esse desafio com o seu amor e a sua misericórdia; e convida-nos a despir as roupagens da hipocrisia e da intolerância, para vestir-se de amor. Abramos o nosso coração à compreensão, à misericórdia… Que a revelação da Paixão de Jesus Cristo, mantenha-nos na esperança da ressurreição e da vida do mundo que há-de-vir, convoca-nos: "quem dentre vós não tiver pecado, atire a primeira pedra" e com um novo jeito de caminhar: “vá e não tornes a pecar”. Assim seja! Amém.</div>
Joel Duarte Benisiohttp://www.blogger.com/profile/01240467812052079091noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7115469242127359896.post-56750569340453359822016-03-06T04:17:00.000-08:002016-03-06T04:20:53.609-08:00“Aquele estava morto e voltou à vida, estava perdido e foi reencontrado"<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXSbh19rr3HYsdLHcrgSQxmTV3zyF7paFt8Uiyug9B9UzIOrmwrRU5nLdANX1slJrm-Ismc3AUDtYiu6oEzagK9uLbOLskI_9zWMU_YBR4_xjGhcEo9YW9K6GpfbJZTMjg3zNXnQ3naGWj/s1600/cruz+2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="210" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXSbh19rr3HYsdLHcrgSQxmTV3zyF7paFt8Uiyug9B9UzIOrmwrRU5nLdANX1slJrm-Ismc3AUDtYiu6oEzagK9uLbOLskI_9zWMU_YBR4_xjGhcEo9YW9K6GpfbJZTMjg3zNXnQ3naGWj/s400/cruz+2.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<br />
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Irmãos e irmãs,</div>
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Este Santo Domingo convid<span style="text-align: justify;">a-nos à descoberta do Deus do amor, Deus-misericórdia, empenhado em conduzir-nos a uma vida de comunhão com Ele.</span></div>
</div>
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<br />
A primeira leitura convida-nos à conversão, princípio de vida nova na terra da felicidade, da liberdade e da paz. Essa vida nova do homem e da mulher renovados é um dom do Deus que nos ama e que nos convoca para a felicidade.<br />
A questão central deste texto gira à volta da vida nova que começa para o Povo de Deus. A Páscoa, celebrada nessa terra livre, marca o início dessa nova etapa. Israel é, agora, um Povo novo, o Povo eleito, comprometido com Javé, definitivamente livre da escravidão, que inicia uma vida nova nessa Terra de Deus onde “corre o leite e o mel”.<br />
A partir da “circuncisão do coração”, podemos celebrar com verdade a vida nova, a ressurreição. Assim, somos convidados, neste tempo de Quaresma, a uma experiência semelhante à que fez o Povo de Deus, é preciso pôr fim à etapa da escravidão e do deserto, a fim de passar, decisivamente, à vida nova, à vida da liberdade e da paz.<br />
<br />
A segunda leitura convida-nos a acolher a oferta de amor que Deus nos faz através de Jesus. Só reconciliados com Deus e com os irmãos podemos ser criaturas novas, em quem se manifesta o homem Novo e a Mulher Nova.<br />
Portanto, ser cristão é, antes de mais, aceitar essa proposta de reconciliação que Deus nos faz em Jesus. Significa que Deus, apesar das nossas infidelidades, continua a propor-nos um projeto de comunhão e de amor. É “em Cristo” – e, de forma privilegiada, na cruz de Cristo – que somos reconciliados com Deus. Na cruz, Cristo ensinou-nos a obediência total ao Pai, a entrega confiada aos projetos do Pai e o amor total aos nossos irmãos. Dessa lição decisiva deve nascer o Ser Novo, que vive na obediência aos projetos de Deus e no amor aos outros., pois, a comunhão com Deus exige a reconciliação com os outros meus irmãos.<br />
<br />
O Evangelho apresenta-nos o Deus/Pai que ama de forma gratuita, com um amor fiel e eterno, apesar das escolhas erradas e da irresponsabilidade do filho rebelde. E esse amor lá está, sempre à espera, sem condições, para acolher e abraçar o filho que decide voltar. É um amor entendido na linha da misericórdia e não na linha da justiça da humanidade.<br />
Lucas apresenta na parábola do filho pródigo uma catequese sobre a bondade e o amor de um Deus que quer estender a mão a todos os que a teologia oficial excluía e marginalizava. A parábola apresenta-nos três personagens de referência: o pai, o filho mais novo e o filho mais velho.<br />
A personagem central é o pai. Trata-se de uma figura excepcional, que conjuga o respeito pelas decisões e pela liberdade dos filhos, com um amor gratuito e sem limites. Esse amor manifesta-se na emoção com que abraça o filho que volta, mesmo sem saber se esse filho mudou a sua atitude de orgulho e de auto-suficiência em relação ao pai e a casa. Trata-se de um amor que permaneceu inalterado, apesar da rebeldia do filho; trata-se de um pai que continuou a amar, apesar da ausência e da infidelidade do filho. A conseqüência do amor do pai simboliza-se no “anel” que é símbolo da autoridade e nas sandálias, que é o calçado do homem livre.<br />
Depois, vem o filho mais novo. É um filho ingrato, insolente e obstinado, que exige do pai muito mais do que aquilo a que tem direito, pois, a lei judaica previa que o filho mais novo recebesse apenas um terço da fortuna do pai; mas, ainda que a divisão das propriedades pudesse fazer-se em vida do pai, os filhos não acediam à sua posse senão depois da morte deste. Além disso, abandona a casa e o amor do pai e dissipa os bens que o pai colocou à sua disposição. É uma imagem de egoísmo, de orgulho, de auto-suficiência, de total irresponsabilidade. Acaba, no entanto, por perceber o vazio, o sem sentido, o desespero dessa vida de egoísmo e de auto-suficiência e por ter a coragem de voltar ao encontro do amor do pai.<br />
Finalmente, temos o filho mais velho. É o filho “certinho”, que sempre fez o que o pai mandou, que cumpriu todas as regras e que nunca pensou em deixar esse espaço cômodo e acolhedor que é a casa do pai. No entanto, a sua lógica é a lógica da “justiça” e não a lógica da “misericórdia”. Ele acha que tem créditos superiores aos do irmão e não compreende nem aceita que o pai queira exercer o seu direito à misericórdia e acolha, feliz, o filho rebelde. É a imagem desses fariseus e escribas que interpelaram Jesus: porque cumpriam à risca as exigências da Lei, desprezavam os pecadores e achavam que essa devia ser também a lógica de Deus. A “parábola do pai bondoso e misericordioso” pretende apresentar-nos a lógica de Deus. Deus é o Pai bondoso, que respeita absolutamente a liberdade e as decisões dos seus filhos, mesmo que eles usem essa liberdade para procurar a felicidade em caminhos errados; e, aconteça o que acontecer, continua a amar e a esperar ansiosamente o regresso dos filhos rebeldes. Quando os reencontra, acolhe-os com amor e reintegra-os na sua família. Essa é a alegria de Deus. É esse Deus de amor, de bondade, de misericórdia, que se alegra quando o filho regressa que nós, às vezes filhos rebeldes, temos a certeza de encontrar quando voltamos. A parábola pretende ser também um convite a deixarmo-nos arrastar por esta dinâmica de amor no julgamento que fazemos dos nossos irmãos. Mais do que pela “justiça”, que nos deixemos guiar pela misericórdia, na linha de Deus-amor, pois, “aquele estava morto e voltou à vida, estava perdido e foi reencontrado". Assim seja! Amém.</div>
<div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
Joel Duarte Benisiohttp://www.blogger.com/profile/01240467812052079091noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7115469242127359896.post-64909185288924669752015-12-20T03:45:00.002-08:002015-12-20T03:45:50.691-08:00 Jesus quer nascer em nós!!!<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjDhhyN7dQp2aEW2WJBgAgariC8_vUJrPBkfaBRU2P-mGKT5a28rD4okqx6D7uorW0Ppmi342_axO2F-nnBJ59tYGFZWOTni1V3oUUrrIOKA6IzgPQBrDC_3EHuBz8Uoe3jfCCH57s0x7EG/s1600/Maria%252C+bem+aventurada.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="299" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjDhhyN7dQp2aEW2WJBgAgariC8_vUJrPBkfaBRU2P-mGKT5a28rD4okqx6D7uorW0Ppmi342_axO2F-nnBJ59tYGFZWOTni1V3oUUrrIOKA6IzgPQBrDC_3EHuBz8Uoe3jfCCH57s0x7EG/s400/Maria%252C+bem+aventurada.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Irmãos
e irmãs,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Nestes
últimos dias antes do Natal, a mensagem fundamental da Palavra de Deus gira à
volta da definição da missão de Jesus: propor um projeto de salvação e de
libertação que leve homens e mulheres à descoberta da verdadeira felicidade.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">A
primeira leitura sugere que este mundo novo que Jesus, o descendente de David,
veio propor é um dom do amor de Deus. O nome de Jesus é “a Paz”: Ele veio
apresentar uma proposta de um “reino” de paz e de amor, não construído com a
força das armas, mas construído e acolhido nos corações de homens e mulheres. A
missão de Jesus não passa, pela instauração do trono político de David, mas sim
pela proposta de um reino de paz e de amor no coração dos homens.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">A
mensagem deste texto faz-nos constatar, a presença contínua de Deus na história
humana. Apesar do egoísmo e do pecado, Deus continua a preocupar-Se conosco, a
querer indicar-nos que caminhos percorrer para encontrar a felicidade. A vinda
de Cristo, Aquele que é “a Paz”, insere-se nesta dinâmica.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">A
segunda leitura sugere que a missão libertadora de Jesus visa o estabelecimento
de uma relação de comunhão e de proximidade entre Deus e os homens e mulheres.
É necessário que acolhamos esta proposta com disponibilidade e obediência – à
imagem de Jesus Cristo – num “sim” total ao projeto de Deus.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Pondo
na boca de Jesus as palavras de um salmista, o autor da “Carta aos Hebreus”
afirma que, no mundo da nova “aliança”, não é já o sacrifício de animais que
realiza a comunhão com Deus, a entrega absoluta do crente a Deus, o perdão dos
pecados; é a encarnação de Jesus, a entrega total da vida do próprio Cristo, o
seu respeito absoluto pelo projeto e pela vontade do Pai que permitem a aproximação
e a relação das pessoas com Deus. Quem quiser descobrir o Pai e aproximar-se
d’Ele, olhe para Jesus; porque Jesus ensinou-nos, com a sua obediência ao projeto
do Pai, como deve ser essa relação de filiação com Deus. Assim, o encontro com
Deus não é feito a partir de rituais externos (as prendas, a comida, os
cânticos, as procissões, as orações, as liturgias solenes, o incenso, os
paramentos suntuosos), mas é feito a partir de Cristo, o Filho que entrega a
vida, a fim de que o projeto do Pai se torne presente na vida dos homens e de
que os homens, aprendendo o amor e a entrega total, aceitem tornar-se “filhos
de Deus”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">O
Evangelho sugere que esse projeto de Deus tem um rosto: Jesus de Nazaré veio ao
encontro de homens e mulheres para apresentar aos prisioneiros e aos que jazem
na escravidão uma proposta de vida e de liberdade. Ele propõe um mundo novo,
onde os marginalizados e oprimidos têm lugar e onde os que sofrem encontram a
dignidade e a felicidade. Este é um anúncio de alegria e de salvação, que faz
rejubilar todos os que reconhecem em Jesus a proposta libertadora que Deus lhes
faz. Essa proposta chega, tantas vezes, através dos limites e da fragilidade
dos “instrumentos” humanos de Deus; mas é sempre uma proposta que tem o selo e
a força de Deus.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">O
texto que nos é proposto faz parte do chamado “Evangelho da Infância”. A
primeira referência vai para a indicação de que, à saudação de Maria, o menino,
João Batista, saltou de alegria no seio da mãe. Trata-se, evidentemente, de uma
indicação teológica: para Lucas, Jesus é o Deus que vem ao encontro de homens e
mulheres, que tem uma mensagem de salvação/libertação que concretiza as
promessas feitas por Deus aos antepassados; logo, a presença de Jesus provoca a
alegria, o estremecimento gozoso de todos aqueles que esperam a concretização
das promessas de Deus e que veem na chegada de Jesus a realização das promessas
de um mundo de justiça, de amor, de paz e de felicidade para todos os homens.
Através de Jesus, Deus vai oferecer a salvação a todos; e isso provoca um
estremecimento incontrolável de alegria, por parte de todos os que anseiam pela
concretização das promessas de Deus.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Temos,
depois, a resposta de Isabel à saudação de Maria: “Bendita és tu entre as
mulheres”. Maria é, assim, apresentada – apesar da sua fragilidade – como o
instrumento de Deus para concretizar a salvação/libertação de todos (as).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Finalmente,
temos a resposta de Maria: “a minha alma enaltece o Senhor…”. A resposta de
Maria retoma um salmo de ação de graças, destinado a dar graças a Javé porque
protege os humildes e os salva, apesar da prepotência dos opressores. É um
salmo de esperança e de confiança, que exalta a preocupação de Deus para com os
pobres que são vítimas da injustiça e da opressão. Sugere-se, claramente, que a
presença de Jesus, através dessa mulher simples e frágil que é Maria, é um
sinal do amor de Deus, preocupado em trazer a libertação a todos os que são
vítimas da prepotência e da injustiça dos homens. Com Jesus, chegou esse tempo
novo de libertação, de paz e de felicidade anunciado pelos profetas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">A
presença de Jesus neste mundo é, claramente, a concretização das promessas de
salvação e de libertação feitas por Deus ao seu Povo. Com Jesus, anuncia-se a
eliminação da opressão, da injustiça, de tudo aquilo que rouba e que limita a
vida e a felicidade dos homens. Jesus, ao “nascer” entre nós, tem por missão
propor um mundo onde a justiça, os direitos humanos, a dignidade, a vida e a
felicidade das pessoas são absolutamente respeitados. Dizer que Jesus, hoje,
nasce no nosso mundo significa propor esta mensagem libertadora e salvadora. </span><span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;">O
“estremecimento” de alegria de João Batista no seio de Isabel é o sinal de que
o mundo espera com ânsia uma proposta verdadeiramente libertadora.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">A
proposta libertadora de Deus para os homens e mulheres alcança o mundo através
da fragilidade de uma mulher, recorda o contexto social de uma sociedade patriarcal,
onde a mulher pertence à classe dos que não gozam de todos os direitos civis e
religiosos, que aceita dizer “sim” a Deus. É necessário ter consciência de que
é através dos nossos limites e da nossa fragilidade que Deus alcança as pessoas
e propõe o seu projeto ao mundo. Assim, Maria, após ter conhecimento de que vai
acolher Jesus no seu seio, parte ao encontro de Isabel e fica com ela,
solidária com ela, até ao nascimento de João. <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">A
Palavra, evidentemente, está no centro da festa do Natal que se aproxima, pois
“a Palavra de Deus fez-se carne e habitou entre nós”. Dizemos “Palavra do
Senhor”, “Palavra da salvação”! Convite a anunciar a Palavra de Deus… Diz a
sabedoria popular com razão: “A palavra é de prata, mas o silêncio é de ouro”.
Deus, melhor do que ninguém, conhece e põe em prática este provérbio! Quando
envia a Palavra, começa por um silêncio… Os anjos anunciam, José e Maria fazem
silêncio… assim como menino recém-nascido, após os normais gritos do
nascimento… O coração do Natal é, acima de tudo, um grande silêncio. E, para
terminar, o silêncio de Jesus na cruz… E agora, hoje, muitas vezes Deus
continua a calar-se… Deus quer, antes de mais, dar-nos o seu silêncio,
estabelecer entre Ele e nós um espaço de silêncio… Falamos demasiado… Eis porque
Deus começa por se calar, para que o seu próprio silêncio se torne mensagem,
convite a nos tornarmos atentos à sua presença. Nesta semana de Natal,
procuremos estar unidos ao silêncio de José, de Maria e de Jesus. Assim, talvez
ouçamos, nós também, no fundo do nosso coração, uma música muito doce, como um
murmúrio de Deus que vem dizer-nos que, é dentro de nós que Ele, Jesus, quer nascer!<o:p></o:p></span></div>
Joel Duarte Benisiohttp://www.blogger.com/profile/01240467812052079091noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7115469242127359896.post-83143613586544966142015-11-15T03:54:00.002-08:002015-11-15T03:54:49.613-08:00Jesus Cristo, luz da vida, ontem, hoje e sempre<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjNhrFszTXWJ0pE-0uFhH1miYXOYxGYaB0lKilxkZ7uuAbBsHU5v7jPb0zpNHvXYYR6yz2hPEglZ37FXUBpbX8pLbCgon5jHMs6l61XxebNyEcZ_eSHZrh4hkVNGtj44HOLx-gPr_AewZey/s1600/Jesus+-+luz.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="290" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjNhrFszTXWJ0pE-0uFhH1miYXOYxGYaB0lKilxkZ7uuAbBsHU5v7jPb0zpNHvXYYR6yz2hPEglZ37FXUBpbX8pLbCgon5jHMs6l61XxebNyEcZ_eSHZrh4hkVNGtj44HOLx-gPr_AewZey/s400/Jesus+-+luz.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Irmãos
e irmãs,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Este
Santo Domingo apresenta-nos, fundamentalmente, um convite à esperança.
Convida-nos a confiar nesse Deus libertador, Senhor da história, que tem um
projeto de vida definitiva para os homens e mulheres. Ele vai – dizem os nossos
textos – mudar a noite do mundo numa aurora de vida sem fim.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">A
primeira leitura anuncia aos que creem perseguidos e desanimados a chegada
iminente do tempo da intervenção libertadora de Deus para salvar o Povo fiel. É
esta a esperança que deve sustentar os justos, chamados a permanecerem fiéis a
Deus, apesar da perseguição e da prova. A sua constância e fidelidade serão
recompensadas com a vida eterna.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;">Essa intervenção iminente de Deus não
atingirá, na perspectiva do nosso autor, somente aqueles que ainda caminham na
história; mas Deus irá, também, ressuscitar os que já morreram, a fim de lhes
dar o prêmio pela sua vida de fidelidade ou o castigo pelas maldades que
praticaram. Em concreto, o autor estará a falar daquilo que costumamos chamar
“o fim do mundo”? O que ele está a falar é de uma intervenção de Deus que porá
fim ao mundo da injustiça, da opressão, da prepotência, de morte e que iniciará
um mundo novo, de justiça, de felicidade, de paz, de vida verdadeira.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">O
nosso texto garante a vida eterna àqueles que procuraram viver na fidelidade
aos valores de Deus. A certeza de que a vida não acaba na morte liberta-nos do
medo e dá-nos a coragem do compromisso. Podemos, serenamente, enfrentar neste
mundo as forças da opressão e da morte, porque sabemos que elas não conseguirão
derrotar-nos: no final da nossa caminhada por este mundo, está sempre a vida
eterna e verdadeira, que Deus reserva para os que estão “inscritos no livro da
vida”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">A
segunda leitura lembra que Jesus veio ao mundo para concretizar o projeto de
Deus no sentido de libertar-nos do pecado e de o inserir numa dinâmica de vida
eterna. Com a sua vida e com o seu testemunho, Ele ensinou-nos a vencer o
egoísmo e o pecado e a fazer da vida um dom de amor a Deus e aos irmãos. É esse
o caminho do mundo novo e da vida definitiva.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Cumprida
a sua missão na terra, Jesus “sentou-Se para sempre à direita de Deus”. Esta
imagem de triunfo e de glória mostra, não apenas como o caminho percorrido por
Cristo é um caminho que tem a aprovação de Deus mas, sobretudo, qual é a “meta”
final da caminhada do homem: a divinização, a comunhão com Deus, a pertença à
família de Deus. Se o caminho da fidelidade aos projetos de Deus e da entrega
por amor aos irmãos levou Jesus a sentar-Se à direita do Pai, também aqueles
que seguem Jesus chegarão à mesma meta e sentar-se-ão, por sua vez, à direita
de Deus.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">O
autor da Carta aos Hebreus exorta os cristãos a viverem na fidelidade aos
compromissos que assumiram com Cristo no dia do seu Batismo. Quem, apesar das
dificuldades, percorre o mesmo caminho de Cristo, está destinado a sentar-se “à
direita de Deus” e a viver, para sempre, em comunhão com Deus.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">No
Evangelho, Jesus garante-nos que, num futuro sem data marcada, o mundo velho do
egoísmo e do pecado vai cair e que, em seu lugar, Deus vai fazer aparecer um
mundo novo, de vida e de felicidade sem fim. Aos seus discípulos, Jesus pede
que estejam atentos aos sinais que anunciam essa nova realidade e disponíveis
para acolher os projetos, os apelos e os desafios de Deus.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Os
dois primeiros versículos do nosso texto referem-se – com imagens tiradas da
tradição profética e apocalíptica – à queda desse mundo velho que se opõe a
Deus e que persegue os que creem. Em Isaías, o obscurecimento do sol, da lua e
das estrelas anuncia o dia da intervenção justiceira de Javé para destruir o
império babilônico e para libertar o Povo de Deus exilado numa terra
estrangeira. Ora, é esta linguagem que Marcos vai utilizar para descrever a
falência dos impérios que lutam contra Deus e contra os seus santos. A mensagem
é evidente: está para acontecer uma viragem decisiva na história; a velha ordem
religiosa e política, os poderes que se opõem a Deus e que perseguem os santos,
irão ser derrubados, a fim de darem lugar a um mundo novo, construído de acordo
com os critérios e os valores de Deus. Marcos não se refere, aqui, àquilo que
nós costumamos chamar “o fim do mundo”; mas refere-se, genericamente, à vitória
de Deus sobre o mal que oprime e escraviza aqueles que optaram por Deus e pelas
suas propostas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">A
queda desse mundo velho aparece associada à vinda do Filho do Homem. O “Filho
do Homem, cheio de poder e de glória, que virá “reunir os seus eleitos”, não
pode ser outro senão Jesus. Com esta imagem, Marcos assegura aos que creem o
triunfo definitivo de Cristo sobre os poderes opressores e a libertação
daqueles que, apesar das perseguições, continuaram a percorrer com fidelidade
os caminhos de Deus.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">A
mensagem proposta por Marcos é clara: espera-vos um caminho marcado pelo
sofrimento e pela perseguição; no entanto, não vos deixeis afundar no desespero
porque Jesus vem. Com a sua vinda gloriosa (de ontem, de hoje, de amanhã),
cessará a escravidão insuportável que vos impede de conhecer a vida em
plenitude e nascerá um mundo novo, de alegria e de felicidade plenas. O quadro
destina-se, portanto, não a amedrontar, mas a abrir os corações à esperança:
quando Jesus vier com a sua autoridade soberana, o mundo velho do egoísmo e da
escravidão cairá e surgirá o dia novo da salvação/libertação sem fim.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Na
segunda parte do nosso texto, Jesus responde à questão posta pelos discípulos:
“Diz-nos quando tudo isto acontecerá e qual o sinal de que tudo está para
acabar”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Para
Jesus, mais importante do que definir o tempo exato da queda do mundo velho é
ter confiança na chegada do mundo novo e estar atento aos sinais que o
anunciam. O aparecimento nas figueiras de novos ramos e de novas folhas
acontece, sem falhas, cada ano e anuncia ao agricultor a chegada do Verão e do
tempo das colheitas; da mesma forma, os que creem são convidados a esperar, com
confiança, a chegada do mundo novo e a perceber, nos sinais de desagregação do
mundo velho, o anúncio de que o tempo da sua libertação está a chegar. Certos
da vinda do Senhor, atentos aos sinais que O anunciam, os que creem podem
preparar o seu coração para O acolher, para aceitar os desafios que Ele traz,
para agarrar as oportunidades que Ele oferece.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">As
sombras que marcam a história atual da humanidade tornam-se realidades
próximas, que nos inquietam e nos desesperam. Feridos e humilhados, duvidamos
de Deus, da sua bondade, do seu amor, da sua vontade de salvar a humanidade,
das suas promessas de vida em plenitude. A Palavra de Deus que hoje nos é
servida abre, contudo, à esperança. Reafirma, que Deus não abandona a
humanidade e está determinado a transformar o mundo velho do egoísmo e do
pecado, num mundo novo de vida e de felicidade para todos. A humanidade não
caminha para o holocausto, a destruição, o sem sentido, o nada; mas caminha ao
encontro da vida plena, encontro desse mundo novo em que o homem e a mulher,
com a ajuda de Deus, alcançará a plenitude das suas possibilidades.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Os
cristãos, convictos de que Deus tem um projeto de vida para o mundo, têm de ser
testemunhas da esperança. É Deus, o Senhor da história, que irá fazer nascer um
mundo novo; contudo, Ele conta com a nossa colaboração na concretização desse
projeto. Os cristãos não podem ficar de braços cruzados à espera que o mundo
novo caia do céu; mas são chamados a anunciar e a construir, com a sua vida,
com as suas palavras, com os seus gestos, esse mundo que está nos projetos de
Deus. Isso implica, testemunhar em gestos concretos, os valores do mundo novo –
a partilha, o serviço, o perdão, o amor, a fraternidade, a solidariedade, a
paz. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">A
terra conheceu transformações profundas e conhecerá outras, certamente. Estes
cataclismos precederão a sua vinda com grande poder e com grande glória. Não se
trata de uma realidade que reenvia à destruição e à morte, mas à vida, no seu
aspecto de nascimento, de alegria, de luz. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Não
há uma data marcada para o advento dessa nova realidade. Da nossa parte,
precisamos de estar atentos à sua proximidade e reconhecê-l’O nos sinais da
história, no rosto dos irmãos, nos apelos dos que sofrem e que buscam a
libertação e lhes aponta o caminho do mundo novo. De uma coisa, no entanto, os
que creem podem estar certos: as palavras de Jesus são a garantia de que esse
mundo novo, de vida plena e felicidade sem fim, irá surgir. Trata-se, pois, de
redizer que Cristo, vitorioso da morte na manhã de Páscoa, onde se revela o
amor de seu Pais, é sempre vitorioso sobre todas as forças da morte. Assim, para reavivar a sua esperança, os que
creem são convidados a perscrutar os sinais que fazem ver que o Senhor voltará.
A esperança dos cristãos manifesta-se em cada Eucaristia, quando afirmam que
Cristo veio, vem e virá.</span> <span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Pois,
os sobressaltos da história são as primícias, dolorosas sem dúvida, de uma
transformação, de um nascimento que desembocará na luz da Vida, Jesus Cristo, ontem, hoje e sempre. Assim seja! Amém.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
Joel Duarte Benisiohttp://www.blogger.com/profile/01240467812052079091noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7115469242127359896.post-91162849708983707962015-11-01T04:12:00.004-08:002015-11-01T04:12:49.121-08:00Santidade, chamado de Deus!<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKs5F97qPJkH4dndKfrGjeyngjldoiWdpXKQPyZWwI60IKWXefhNWRv2zQD9dxQWtPvBkMFse9wmmzQxlFlNSLSpgXgVUoNGgUShyP_9_LMNEWXh1YU50tgdBkK_0AKoYIznl2Neyiw2ni/s1600/VOCA%25C3%2587%25C3%2583O+SANTIDADE.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="260" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKs5F97qPJkH4dndKfrGjeyngjldoiWdpXKQPyZWwI60IKWXefhNWRv2zQD9dxQWtPvBkMFse9wmmzQxlFlNSLSpgXgVUoNGgUShyP_9_LMNEWXh1YU50tgdBkK_0AKoYIznl2Neyiw2ni/s400/VOCA%25C3%2587%25C3%2583O+SANTIDADE.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Irmãos e irmãs,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">A
festa de todos os Santos é momento oportuno para uma revisão de caminhada da
comunidade. Olhando para os que nos precederam, santos e mártires, a comunidade
é convidada a se questionar sobre seus caminho de santidade. As
bem-aventuranças nos desvelam os caminhos que levam ao Pai.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">A
primeira leitura mostra-nos que as primeiras perseguições tinham feito
destruições cruéis nas comunidades cristãs, ainda tão jovens. Iriam estas
comunidades, acabadas de fundar, desaparecer? As visões do profeta cristão
trazem uma mensagem de esperança nesta provação. A revelação proclamada é a da
vitória do Cordeiro. Contudo, o próprio Cordeiro foi imolado. Mas é o Cordeiro
da Páscoa definitiva, o Ressuscitado. Ele transformou o caminho de morte em
caminho de vida para todos aqueles que o seguem, em particular pelo martírio, e
eles são numerosos; participam doravante ao seu triunfo, numa festa eterna.
Assim, a santidade se busca no empenho diário e na graça de Deus, que insiste
constantemente para que nos aproximemos mais e mais do serviço aos irmãos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">A
segunda leitura traz uma mensagem de esperança. Ora, em Jesus, vemos já qual o
futuro a nos conduz a pertença à família divina: seremos semelhantes a Ele.
Assim, seremos sempre semelhantes a ele, a medida de nossa santidade terrena.
Somos chamados filhos de Deus e de fato o somos. Nossa filiação se traduz na
prática da justiça se traduz na vivência das bem-aventuranças. Santidade não é
uma culminância de vida, mas uma conquista no dia a dia, nos fatos
corriqueiros, na busca dos acertos em família e na sociedade.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">No
Evangelho, as Bem-aventuranças revelam a realidade misteriosa da vida em Deus,
iniciada no Batismo. Aos olhos do mundo, o que os servidores de Deus sofrem
são, efetivamente, formas de morte: ser pobre, suportar as provas - os que
choram - ou as privações - ter fome e sede de justiça, ser perseguido, ser
partidário da paz, da reconciliação e da misericórdia, num mundo de violência e
de lucro… tudo isso aparece como não rentável, voltado ao fracasso, à morte.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Mas
que pensa Cristo? Ele, pelo contrário, proclama felizes todos os seus amigos
que o mundo despreza e considera como mortos, consola-os, alimenta-os, chama-os
filhos de Deus, introduzi-los no Reino e na Terra Prometida.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">As
bem-aventuranças também chamadas “sermão da montanha”, programa pleno do Reino
dos Céus, proclamado por João Batista e pelo próprio Jesus. Agora é Jesus que,
anuncia as bem-aventuranças, que enche de esperança e felicidade quem ouve
Jesus. Nas bem-aventuranças encontramos valores universais, que podem ser
entendidos e acolhidos por todos, como oferta de um estado de felicidade a ser
vivido por aqueles que comungam com a vontade de Deus. Elas orientam para
práticas a serem assumidas por aqueles que buscam a vida.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">As
quatro primeiras bem-aventuranças referem-se aos pobres, aqueles que choram,
sofrem a opressão e exploração do sistema social, esperam pela justiça,
anunciando a intervenção libertadora de Deus. As outras bem-aventuranças
apontam para aqueles que se empenham em uma prática transformadora do mundo.
São os misericordiosos que se solidarizam com os sofredores, com o coração
desapegado das riquezas e livres para servir aos mais necessitados. Promovem a
vida e a paz, comprometendo-se com a luta pela implantação da justiça
característica do Reino dos Céus, no seguimento de Jesus. As bem-aventuranças
situam-se entre a pobreza e a justiça. Pobreza como forma concreta de
libertar-se da submissão aos interesses dos ricos e poderosos, colocando sua
vida a serviço da Vida. E o apelo à justiça é o fundamento das demais
bem-aventuranças, pelas quais podemos transformar o mundo, tornando-o rico em
fraternidade, justiça e paz. Ser pobre em espírito é trilhar o caminho da
justiça.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">A
Solenidade de Todos os Santos abre-nos assim o espírito e o coração às
consequências da Ressurreição. O que se passou em Jesus realizou-se também nos
seus bem amados, os nossos antepassados na fé, e diz-nos igualmente respeito:
sob as folhas mortas, sob a pedra do túmulo, a vida continua, misteriosa, para
se revelar no Grande Dia, quando chegar o fim dos tempos. Para Jesus, foi o
terceiro dia; para os seus amigos, isso será mais tarde. Nesta Solenidade de
Todos os Santos, a Igreja corre um véu, para nos permitir que olhemos para
dentro do paraíso. Ele está prometido a quem viver a vida presente como bom
filho de Deus. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">A
festa de todos os santos é a festa da família dos filhos e filhas de Deus,
momento propício para uma revisão da caminhada de comunidade. Muitos que nos
precederam, santos e mártires, já estão na casa do Pai. E Ele nos espera de
braços abertos. O nosso batismo nos deu o caminho da Santidade, que se faz com
a centralidade do seguimento de Jesus, que todos devemos buscar para sermos
santos e santas, pois, esta é a nossa vocação. Não é fácil para nós, como não
foi fácil para São Francisco, Santa Clara, Santa Terezinha, Santo Antônio, São
José e todos os outros Santos. Firmeza e fé na caminhada, este é o caminho da
santidade, vivendo em nosso cotidiano a nossa vocação para a Santidade.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Fruto
da conversão realizada pelo Evangelho é a santidade de muitos homens e mulheres
do nosso tempo; não só daqueles que foram proclamados oficialmente santos pela
Igreja, mas também dos que, com simplicidade e no dia a dia da existência,
deram testemunho da sua fidelidade a Cristo. Como não pensar aos inumeráveis
filhos e filhas da Igreja que, ao longo da história, viveram uma santidade
generosa e autêntica no mais recôndito da vida familiar, profissional e social?
Todos eles, como “pedras vivas” aderentes a Cristo “pedra angular”. Os santos
são a prova viva da realização desta promessa, e ajudam a crer que isto é possível
mesmo nos momentos mais difíceis da história. Assim, devemos alcançar a
santidade, fazendo a vontade de Deus. Santidade é estar com Deus, e sendo mais
santos, o mundo torna-se melhor para todos. Jesus, com a pedagogia das
bem-aventuranças, respeita nossa liberdade de escolha, porém, aponta-nos as
bem-aventuranças, como caminho para a santidade, chamado de Deus! Assim seja! Amém.<o:p></o:p></span></div>
Joel Duarte Benisiohttp://www.blogger.com/profile/01240467812052079091noreply@blogger.com0